C.
H. Mackintosh
Breves Meditações
20 - A Unidade (Resposta a uma carta)
Cremos que todos os que crêem em Cristo, tendo morrido e ressuscitado n’Ele, foram selados pelo Espírito Santo e formam parte do Seu corpo. Considerasse o corpo, como estando na Terra. Há “um corpo” (Ef 4:4). Isto é tão certo agora, como quando o Apóstolo escreveu a epístola aos Efésios.
Este corpo é indissolúvel. A sua unidade não pode fender-se. Não há tal coisa como «rasgar o corpo de Cristo» ou «amputar membros do corpo.» Estas são expressões que se utilizam sem prestar a devida atenção à Escritura. Estamos obrigados a reconhecer, como uma grande verdade fundamental, a unidade do corpo. Não somos chamados a formar uma unidade, mas a reconhecer a unidade que Deus, o Espírito Santo formou. É tão contrário à verdade pôr mãos à obra para formar uma unidade, como empreender a tarefa de obter uma justiça para nós mesmos. Deus revela a Sua justiça sobre o princípio da fé; cremos e possuímo-la. Assim também, Deus revela a Sua unidade; cremos e andamos à luz da mesma. Infelizmente, os homens recusam submeter-se à justiça de Deus e tomam entre mãos o estabelecimento da sua própria justiça; do mesmo modo, recusam a unidade de Deus e tomam entre mãos a formação da sua própria unidade. Mas, tanto a justiça do homem, como a unidade do homem, terão que esfumar-se como a névoa da manhã; enquanto que a justiça e a unidade divinas suportarão a passagem dos séculos.
Estamos plenamente de acordo consigo ao dizer que a nossa divisa deve ser sempre: «A verdade, primeiro; a unidade, se se puder; mas a verdade sobre tudo». Se a unidade fosse obtida à custa da verdade, não poderia ser “a unidade do Espírito” (Ef 4:3). Muitos, não obstante, caem no engano de pensar que a unidade é algo que eles mesmos têm de estabelecer; enquanto que a unidade do corpo é uma grande realidade, uma verdade substancial, à luz da qual somos chamados a andar e a julgarmo-nos a nós mesmos e a todos quantos nos rodeiam. Não temos mais competência para formar essa unidade que a que temos para expiar os nossos pecados ou conseguir com os nossos esforços a nossa própria justiça. Esta última, do princípio ao fim, é a obra de Deus. Ele revelou a Sua justiça; recebemo-la pela fé. Ele revelou a Sua unidade; recebemo-la pela fé; e, assim como certamente seria um grave erro que tentássemos obter com os nossos esforços a nossa própria justiça, do mesmo modo é um grave erro procurar estabelecer a nossa própria unidade. Cristo é o centro da unidade de Deus; o Espírito Santo, o poder; e a verdade, a base. Quanto à unidade disposta pelo homem, nela você encontrar-se-á com todo o tipo de centros: um homem, um regulamento, uma doutrina, algo que não seja Cristo. Esta unidade pode ser mantida pelos esforços da vontade humana, e apoia-se na tradição, na conveniência ou na razão. No final, não é nem Cristo, nem o Espírito, nem a verdade; não é de Deus; e o que com Deus não recolhe, esparrama (Mt 12:30[1].(2)
Notas:
[1]"Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha." (Mt 12:30, ARC, Pt)
(2) Artigo n.º 52
Tradução de Carlos António da Rocha
http://www.verdadespreciosas.com.ar/index.html
Tradução de Carlos António da Rocha
****
Esta tradução é de
livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque
já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca
publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente
para uso e desfruto pessoal.
Sem comentários:
Enviar um comentário