Éfrem da Síria
A esperança da
vida nova em Cristo
As trevas nocturnas da nossa mente,
Para que, iluminados por ti,
Te sirvamos com espírito renovado e puro.
A chegada do sol representa para os mortais
O início do seu trabalho;
Adorna, senhor, nas nossas almas uma mansão
Que possa continuar aquele dia
Que não conhece o ocaso.
Faz com que saibamos contemplar
A vida da ressurreição,
E que nada possa separar as nossas mentes
Dos teus deleites.
Imprime em nós, senhor,
Por nossa constante adesão a ti,
O selo daquele dia
Que não depende do movimento solar.
Faze com que sejamos dignos de experimentar nas
nossas pessoas,
A ressurreição que esperamos.
Pedimos-te, senhor,
Que aquela beleza espiritual
Que a tua vontade imortal faz brotar
Na própria mortalidade
Nos faça compreender a tua beleza.
A tua crucifixão, ó salvador nosso,
Foi o fim da tua vida mortal;
Faz com que crucifiquemos a nossa mente
A fim de obtermos a tua vida espiritual.
Que a tua ressurreição, ó jesus,
Faça crescer em nós o homem espiritual;
As tuas disposições divinas,
Ó salvador nosso,
São figura do mundo espiritual
Faze com que nos movamos nele,
Como homens espirituais.
Não prives, senhor, a nossa mente
Da tua manifestação espiritual,
E não separes de nós
O calor da tua suavidade
A mortalidade latente no nosso corpo
Derrama em nós a corrupção;
Que a aspersão do teu divino amor
Apague nos nossos corações
Os efeitos da mortalidade.
Concede-nos, senhor, que caminhemos com presteza
Para a nossa pátria definitiva
E que, como moisés, do cume do monte,
Possamos desde agora contemplá-la pela fé.”
Dos Sermãos de Efrém, diácono (Sermo 3, De fine et
admonitione 2. 4-5: Opera, edição Lamy 3, 216-222)
Efrém, o Sírio (Nisibi, 306 -
Edesa, 373) teólogo, monge, poeta, doutor e padre da Igreja. É considerado o
poeta de maior renome da época patrística da Igreja.
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