… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Jesus Cristo Nosso Senhor


Gregório de Matos

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado

Da vossa piedade me despido,

Porque quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.



Se basta a vos irar tanto um pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.



Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na Sacra História:



Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;

Cobrai-me; e não queirais, Pastor Divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Gregório de Matos Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636 – Recife, 26 de novembro de 1696), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil colónia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa, no período colonial.

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