BUSCANDO A CRISTO
A vós correndo vou,
braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta
descobertos,
Que, para receber-me,
estais abertos,
E, por não castigar-me,
estais cravados.
A vós, divinos olhos,
eclipsados
De tanto sangue e
lagrimas abertos,
Pois, para perdoar-me,
estais despertos,
E, por não condenar-me,
estais fechados,
A vós, pregados pés, por
não deixar-me,
A vós, sangue vertido,
para ungir-me,
A vós, cabeça baixa,
p'ra chamar-me.
A vós, lado patente,
quero unir-me,
A vós, cravos preciosos,
quero atar-me,
Para ficar unido, atado
e firme.
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Tradução para o chinês de Zhao Deming - in Antologia
da Poesia Brasileira (seleção, organização, introdução e notas de Antônio
Carlos Secchin), Pequim, Embaixada do Brasil, 1994.
Gregório
de Matos Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636 — Recife, 26 de novembro de
1695), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta
do Brasil . É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante
poeta satírico da literatura em língua portuguesa, no período.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_de_Matos
http://www2.ufba.br/~gmg/buscand.html
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