… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Sou um passarinho, sem campos, sem ar





Madame Guyon

Sou um passarinho, sem campos, sem ar ...

Sou um passarinho, sem campos, sem ar
Na minha gaiola sento-me a cantar
Para Quem aqui me aprisionou.
Bem satisfeito prisioneiro sou
E assim, meu Deus, quero-Te agradar.

Aqui, nada tendo para realizar,
Todo o longo dia só posso cantar.
As minhas asas Ele amarrou,
Mas o meu canto muito O agradou,
Ainda Se curva pra me escutar.

Tu tens paciência para me escutar,
E um coração pronto para a mim amar.
Gostas de ouvir o meu rude louvor
Pois sabes que o amor, quão doce amor!
Inspira todo este meu cantar.

Preso na gaiola não posso sair,
Mas a minha prisão não me pode impedir
A liberdade do coração
Que sempre voa em Tua direção,
Minh’alma livre, a Ti vai-se unir.

Oh! Que gozo imenso poder-me elevar
Para as alturas e a Ti contemplar.
Tua vontade e Teu desígnio, amar
Minha alegria neles encontrar,
Livre, em Teus braços me aconchegar.

Jeanne-Marie Bouvier de la Motte-Guyon

Jeanne-Marie Bouvier de la Motte-Guyon (13 de abril de 1648 - 9 de junho de 1717)  (vulgarmente conhecida como Madame Guyon) foi uma mística católica francesa e um dos principais defensores do quietismo. O Quietismo foi considerado herético pela Igreja Católica Romana, e por isso Madame Guyon foi presa entre 1695-1703 após a publicação do seu livro “Moyen court et très facile pour l’oraison que tous peuvent pratiquer très aisément…” (Um método curto e fácil de oração que todos podem praticar muito agradavelmente....).

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