C. H. Spurgeon
Sermão n.º 2341
“O Evangelho que não morre para
um ano que morre” (The undying gospel for the dying year), pregado no domingo
20 de outubro de 1889, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo
Metropolitano, Newington, Inglaterra.
“Porque Cristo, estando nós ainda
fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” (Rm 5:6, ARC, Pt)
Queridos
amigos, qualquer que seja a condição de um filho de Deus, não está sem
esperança. Um crente no Senhor Jesus Cristo pode ser provado duramente, de
maneira que as suas aflições possam multiplicar-se e ser muito intensas; mas,
até nessa condição, ele tem esperança. Não é possível que Deus o abandone —o
seu Deus deverá ajudá-lo. Se lhe sobreviesse o pior e fosse completamente
abandonado pelos homens, e não houvesse um caminho de saída para as suas
tremendas dificuldades, mesmo assim, o seu Deus deverá ajudá-lo. Não há nenhum
motivo para ter medo.
O
argumento do nosso versículo é este: uma vez que o Senhor Jesus Cristo nos
salvou sendo nós ainda ímpios, e veio em nosso resgate sendo nós ainda débeis,
jamais poderíamos estar numa condição pior que essa; e se então fez por nós o
máximo que podia fazer, quer dizer, morrer por nós, não há nada que Ele não
faça por nós agora. De facto, Ele dar-nos-á tudo e tudo fará por nós, para nos
guardar com segurança e para nos levar até ao fim. O argumento é que, se
olharmos para trás, vemos o grande amor de Deus ao oferecer o Seu amado Filho
por nós, quando não havia nada de bom em nós —e éramos ímpios, quando não
tínhamos qualquer poder para fazermos nada de bom— porque éramos débeis. Numa
situação como essa, até numa situação como essa, Cristo veio sobre as asas do
amor —subiu ao madeiro sangrento para oferendar a Sua vida pela nossa
libertação! Portanto, nós temos a confiança de que Ele não nos negará nada do
que poderemos necessitar. Ele comprometeu-Se a trabalhar pela nossa eterna
salvação e não Se verá impedido de obtê-la. Ele já tem feito muito por nós para
arrepender-Se agora do Seu propósito; e até se se estivermos na nossa pior
condição, ainda que estejamos nessa condição esta noite, podemos apelar
confidencialmente para Ele, e estar completamente seguros de que Ele nos levará
às alturas do gozo e da segurança! Esse é o sentido do versículo e do sermão,
esta noite.
Há
três grandes temas de consolação sugeridos pelo versículo. O primeiro está nas
palavras “Cristo morreu pelos ímpios.” O segundo está na frase Cristo morreu
por nós, “estando nós ainda fracos.” E há uma rica veia de consolo na terceira
frase: Cristo morreu por nós “a seu tempo.” “A seu tempo Cristo morreu pelos
ímpios.” O tempo é frequentemente um elemento muito importante quando alguém
está com problemas. No momento exacto, Cristo veio para nos libertar— e isso
Ele fá-lo-á novamente.
I.
O primeiro ponto de consolo, no nosso versículo, é este: Se algum filho de
Deus, hoje, se encontra dolorosamente consternado e dobrado por causa de algum
problema, imaginando que Deus o vai abandonar —melhor é que primeiro ele medite
nestas palavras: “CRISTO MORREU PELOS ÍMPIOS.”
Eu
gostaria que esta frase fosse posta nas esquinas de cada rua, “Cristo morreu
pelos ímpios.” Temo-me de que isso geraria muitas observações a esse respeito.
Muitos a pateariam com indignação, mas haveria outros que dariam saltos de gozo
ao vê-la. “Cristo morreu pelos ímpios.” Será que significa o que diz? A noção
comum, que, geralmente, não se expressa em tantas palavras, mas, que se alberga
em muitas mentes, é que Cristo morreu pela gente piedosa —que Cristo morreu
pelos bons— mas o versículo diz “Cristo morreu pelos ímpios.” “Fiel é esta
palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar
aos pecadores.” Repito que a noção comum, mas ainda que crida tacitamente, é
que Cristo veio ao mundo para salvar os santos. Isto não é verdade. Ele veio ao
mundo para salvar os pecadores, ou, para recorrer novamente às próprias
palavras do versículo, “Cristo morreu pelos ímpios.” Lembro-me de ter lido a
respeito duma jovem mulher que durante muito tempo tinha padecido angústia de
consciência, mas finalmente encontrou consolo numa oração dita pelo senhor
Moody Stuart, que citava as palavras do meu versículo, “Cristo morreu pelos
ímpios.” Nunca antes a jovem mulher tinha entendido essa ideia— sempre tinha
procurado encontrar algo de bom nela, e pensava que se pudesse identificar
alguma coisa boa em si mesma, então saberia que Cristo tinha morrido por ela!
Foi como uma nova revelação quando ela entendeu verdadeiramente que Jesus
Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, e que Ele “morreu pelos ímpios.”
Isto
deve ser certo, já que a Escritura o estabelece claramente: “Cristo morreu
pelos ímpios.” Isto deve ser certo, já que, em primeiro lugar, não havia
ninguém mais por quem morrer, senão pelos ímpios! Na mesma Epístola, Paulo
afirma que toda a humanidade, tanto Judeus como Gentios, estão sob o pecado.
Pois está escrito: “Como está escrito: Não há um justo, nem
um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos
se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só.” (Rm 3:10-12, ACF, Pt) O apóstolo resume tudo com uma
condenação que abrange a todos: “Não há um justo, nem um sequer” portanto, se
Cristo morreu por alguém, Ele deve ter morrido pelos ímpios, já que toda a raça
humana degenerou para essa condição! E esse é o estado por natureza de cada
homem que é nascido de mulher. Alguns são abertamente ímpios. Alguns são
religiosamente ímpios, que é uma condição muito perigosa, já que é enganosa —porque
tem a forma de piedade, mas nega o seu poder. Então, este primeiro ponto está
muito claro —Cristo deve ter morrido pelos ímpios, já que não havia ninguém
mais por quem morrer.
Seguidamente,
só os ímpios necessitavam que Ele morresse por eles. Se tu és piedoso, se tu és
bom, se tens guardado perfeitamente a Lei de Deus, o que tens tu que ver com
Cristo? Já és salvo; de facto, não estás perdido e, portanto, não necessitas da
salvação. Se tens guardado todos os Mandamentos desde a tua infância, podes
dizer muito bem: “O que me faz falta?” Se és tão bom que dificilmente possas
ser melhor, e tens o mais respeitável traje de justiça própria para te
apresentares perante Deus, eu pergunto novamente: o que tu tens que ver com
Cristo? Por que tinha Ele de morrer por um homem que não tem qualquer pecado
que precise de ser lavado? Oh, vós, justos com justiça própria, olhai para as
faíscas do vosso próprio fogo, já que Cristo não acenderá qualquer fogo para
vós! Oh, vós que credes que o vosso próprio caráter já é o que deve ser, e cuja
esperança descansa nessa falácia!, repito, por que haveria Cristo de ser Médico
de quem não está doente? Por que teria de dar esmolas a quem não é pobre? Por
que teria de oferendar a Sua vida pelo pecado de quem não tem qualquer pecado? “Cristo
morreu pelos ímpios”, porque ninguém senão os ímpios necessitavam que Ele
morresse por eles.
Há
um ponto que devemos enfatizar: Cristo certamente morreu pelos ímpios. A forma
da Sua morte foi precisamente a que os ímpios mereciam —Ele morreu sentenciado
pela lei de Deus. Ele morreu cravado na Cruz— morreu com a morte devida a um
malfeitor, no meio de dois ladrões. Morreu na escuridão, clamando: “Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste? (Mt 27:46, ARC, Pt) Ele não morreu, por Ele
mesmo ter pecado, mas morreu como os pecadores devem morrer, já que carregou
sobre Si os pecados dos ímpios. E ao substitui-los, sentiu o açoite de Deus que
devia ter caído sobre os ímpios. Disse o açoite? Ele sentiu a espada de Deus
que devia ter acabado com os ímpios, tal como está escrito: “Oh espada,
desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz
o SENHOR dos Exércitos.” (Zc 13:7, ARC, Pt) Cristo certamente morreu pelos
ímpios. Dizem-nos que Ele morreu para confirmar o Seu testemunho, e, a esse
respeito, a Sua morte não é diferente da morte de qualquer mártir que morre
para confirmar o Seu testemunho. Mas o versículo diz: “Cristo morreu pelos
ímpios.” Dizem alguns que Ele morreu para completar a Sua vida, o que têm feito
muitos homens bons, e nesse sentido a Cruz não tem preeminência. Mas o
versículo diz: “Cristo morreu pelos ímpios”, e devemos crer firmemente que é
verdade. “Levando ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro.”
(1Pe 2:24, ARC, Pt) “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas
Suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53:5, ARC, Pt) Alguns dão a volta e dizem: “Essa
é a tua teoria da Expiação.” Peço perdão —essa é a Expiação.
Não
é de maneira nenhuma uma teoria e não há nenhuma outra Expiação, senão a
Substituição de Cristo em lugar do ímpio! Ele morreu, o Justo pelos injustos,
para nos levar a Deus. Esta é a única e verdadeira Doutrina da Expiação; e todo
aquele que a receba será confortado por ela —mas todo aquele que a recuse,
fá-lo com o risco da sua própria alma. “Cristo morreu pelos ímpios.” Não posso dizer
palavras mais simples que as que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, tem
escrito. Ali estão elas ante nós: “Cristo morreu pelos ímpios.”
Agora,
pois, quero que vós, que sois o povo de Deus, tomeis o argumento que há nesta
Verdade de Deus. Se Cristo levou a cabo este acto de coroação ao morrer pelos
ímpios, pensais que Ele rejeitaria alguma vez ao homem que tem paz com Deus?
Lede o primeiro versículo novamente: “Tendo sido, pois, justificados pela fé,
temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1, ARC, Pt) Pois bem,
se Ele morreu por ti quando não tinhas paz com Deus, quando, de facto, não
tinhas nada a ver com Deus —quando eras ímpio, isto é, sem a influência de Deus
—quando eras inimigo de Deus fazendo obras perversas. Se Cristo morreu por ti
então, não te salvará agora? Se sentes dentro do teu coração, hoje, uma doce
reconciliação com Deus, o teu Pai celestial, então, não importa qual seja o teu
problema, não penses que Deus te possa abandonar. Não importa a profunda
depressão do teu espírito, não penses que Deus possa abandonar-te! Ele, que
morreu por ti quando eras ímpio, certamente te salvará agora que tens paz com
Deus por meio dEle.
Mais
ainda, quando tiveres lido essas palavras do primeiro versículo, “Temos paz com
Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1, ACF, Pt), continua lendo o
segundo: “Pelo qual também temos entrada pela fé.” (Rm 5:2 ARC, Pt) Então, tu
és um desses que podem ir a Deus quando quiseres e falar-Lhe como um homem fala
com o seu amigo! Pela fé, tens a permissão de ir a Deus em oração e em louvor,
e caminhar com Deus na Luz, como Ele na Luz está! Por favor, querido amigo, se
Cristo morreu por ti quando estavas morto, quando eras ímpio, deixar-te-á,
poderá deixar-te agora que te tem permitido o acesso ao Pai por meio dEle
mesmo? Entras e sais da Sua casa como o filho nascido nela— e se Ele te amou de
tal maneira que morreu por ti quando eras um estranho para Deus —pensas que te
abandonará agora que tens acesso a Deus, por meio dEle?
Prossegue
e encontrarás que está escrito: “E nos glorificamos na esperança da Glória de
Deus.” Ainda recentemente, tu o sabes, não tinhas esperança da Glória— não
tinhas qualquer expectativa de alguma vez chegares ao Céu. Que pobre alma eras,
a tua glória era a tua vergonha! A tua glória era o prazer e os lucros do
mundo. Mas agora, tu “regozijaste na esperança da Glória de Deus.” Deus te tem
dado essa boa esperança através da Graça! Algumas vezes, quando tudo te sai
bem, sobes ao topo do Monte Claro, e olhando para a Cidade Celestial, parece-te
que quase vês a sua luz. Algumas vezes, quando tens o vento a teu favor,
escutaste algumas notas perdidas das harpas dos anjos— e desejaste estar entre
eles! Alguns de vós sabeis que a esperança do Céu frequentemente se acendeu nos
vossos corações; então, pois, Amados, se o Senhor vos deu essa esperança,
poderá desapontar-vos? Se Cristo morreu por vós quando não tínheis qualquer
esperança, quando não queríeis ter uma esperança, quando éreis ímpios —pensai
no peso deste argumento para que vós vos deleiteis na esperança da Glória de
Deus. É mais poderosa do que milhares de poderosos martelos, porque converte em
pedacinhos qualquer dúvida! Ele que morreu pelos ímpios certamente salvará
aqueles que têm uma boa esperança do Céu!
Uma
vez mais, estais agora tão longe de ser ímpios, que o amor de Deus é derramado
abundantemente nos vossos corações por meio do Espírito Santo que vos foi dado.
Vós sabeis que isto é assim— sentis que Deus vos ama. Se não o sentis hoje,
havei-lo sentido antes. Deste-vos conta do amor de Deus nos vossos corações,
como se tivesse sido aberto um frasco de perfume de essências de rosas e o
perfume houvesse enchido todo o vosso espírito. Já dissestes a vós mesmos: “Jesus
ama-me.” E sentiste-vos cheios de alegria com esse pensamento, e também
dissestes: “Eu sei que O amo.” Tendes sentido os movimentos dos vossos
espíritos como o gelo fundente que se derrete na primavera. Todo o pequeno
regato que tinha estado congelado dentro da vossa natureza, deu saltos de
graciosa liberdade sob a luz do Sol do Divino Amor. Agora, pois, pensai que o
Senhor vos ensinou alguma vez a amá-Lo —e que vos mostrou o Seu amor— e ainda
assim vos há-de esquecer? Dir-me-eis: “Oh senhor, não sabe quão terrível é
minha a prova!” Não, na verdade não o sei; mas o vosso Pai celestial sabe-o, e
se Ele vos amou quando ainda éreis ímpios, rejeitar-vos-á agora que derramou
com plenitude o Seu amor no vosso coração? “Oh, mas perdi o meu sustento de
pão! Não sei do que vou viver.” Não, mas tens o Deus vivo do qual depender; e,
depois de dar-vos o Seu Filho para salvar-vos, certamente Ele dar-vos-á o pão;
não vos deixará morrer de fome. “Ah, mas, meu prezado senhor, o amado do meu
coração morreu! No cemitério está enterrado quem foi o objeto de todos os meus
amores.” É realmente, assim? Eu pensei que quem foi objecto dos teus amores foi
para acima, à mão direita do Pai. Não é assim? “Ah, isso não é o que quero
dizer, senhor! Quero dizer que perdi a alguém a quem amava ternamente.” Sei que
o perdeste, mas, pensas que o Senhor te virou as costas porque permitiu que te
sobreviesse esta prova? Como poderia Ele abandonar alguma vez aqueles por quem
morreu? E se morreu por eles, quando éreis ímpios, não viverá agora por aqueles
em cujos corações derramou abundantemente o Seu amor por meio do Espírito
Santo?! Não posso resolver isto por vós; quero que vades para casa e vós mesmos
o resolvais. Se algum de vós se encontra abatido, aqui está a primeira fonte
que conforta, onde podeis beber grandes sorvos do Divino consolo— “Cristo
morreu pelos ímpios.” Certamente, Ele ajudará aqueles que confiam nEle.
II.
Agora vamos a uma segunda fonte, para ver se também podemos extrair águas de
consolo dela. De conformidade com o nosso versículo, CRISTO MORREU POR NÓS “SENDO
NÓS AINDA DÉBEIS.”
Aqui
somente devo mencionar uma palavra ou duas, já que o tempo não permitirá
alongar-me mais. Primeiro, encontrávamo-nos naturalmente numa condição perdida
em consequência da Queda, quando nascemos neste mundo, e vivemos nele durante
muitos anos “sendo débeis” para fazer o que é justo. Quando começamos a
despertar um pouco para os pensamentos de Deus e para as coisas Divinas,
escutámos a pregação da Verdade de Deus, mas ainda não tínhamos sequer poder de
nos aproximarmos ao Evangelho. Exortavam-nos ao arrependimento, mas o nosso
duro coração não produzia as águas do arrependimento. Exortavam-nos a acreditar
em Cristo —mas era o mesmo como se o pregador houvesse ordenado aos mortos que
ressuscitassem das suas sepulturas! Cristo tinha-nos sido apresentado em toda a
Sua beleza, mas a nossa cegueira era tal, que não conseguíamos apreciar o Seu
encanto. O Pão da Vida estava servido na mesa em frente de nós, mas era tal a
nossa obstinação que não críamos que fosse Pão e, portanto, não comíamos dEle. “Éramos
débeis.”
E
mais adiante, quando já tivemos vontade e o Senhor começou a trabalhar em nós
pela Sua Graça, tivemos a vontade de nos arrependermos e de ir a Cristo— ainda,
não tínhamos as Graças que são agora a nossa fortaleza. Recordo-me muito bem do
tempo de quando tinha de dizer: “O querer está em mim, mas não consigo realizar
o bem.” (Rm 7:18. ACF, Pt) “Quero, mas não posso arrepender me; quero, mas não
posso acreditar.” Tinha uma rocha no meu coração —uma pedra estava colocada
sobre a boca do poço do consolo! Nós éramos “débeis.” Mas, quando nos
encontrávamos nesse lamentável estado, sem nenhuma dessas Graças que agora são
a nossa fortaleza, sem nenhum desses santos frutos do Espírito que são agora a
fonte do nosso consolo— mesmo então, “quando ainda éramos débeis”, Cristo
morreu por nós. Quando cada tendão e cada osso estavam quebrados, e todo o
poder aniquilado, e a própria vida se tinha evaporado —pois estávamos mortos em
delitos e pecados—, mesmo então Cristo morreu por nós! Pois bem, irmãos e
irmãs, isto é verdade. Credes isso assim? Quero que entendais o argumento desta
verdade: se o Senhor Jesus nos amou suficientemente para morrer por nós quando
estávamos totalmente sem qualquer força, então certamente nos salvará agora que
nos deu forças.
Olhai
apenas e vede que espécie de força Ele nos deu. De acordo com o versículo, Ele
deu-nos paz. Quanta força possuem aqueles que têm paz com Deus! Tudo posso,
quando sei que Deus está do meu lado. Pois bem, se Ele me deu a força que
provém da confiança depositada nEle e da perfeita reconciliação com Ele —e
permitirá Ele agora que o inimigo me destrua? Não pode ser.
Além
de paz, Ele permitiu-nos o acesso a Si mesmo. De que força somos capazes quando
vamos a Deus em oração! Por meio da fé, podemos ir a Deus em qualquer momento
de necessidade! E estou eu capaz de ir ao meu Pai celestial, e contar-Lhe todos
os meus problemas e lançar as minhas cargas sobre Ele —e se o Seu Filho morreu
por mim quando eu ainda era débil, abandonar-me-á Ele agora que recorro a Ele
em oração? Oh amados, isso é impossível! Não posso imaginar que Ele se vire
contra nós.
Mais
ainda, de conformidade com o terceiro versículo, Ele agora deu-nos paciência.
Temos tido muitas preocupações, mas estas produziram-nos paciência. O Senhor
sabe que nessa época não tínhamos nenhuma paciência; Do mesmo modo que os bois
não estão acostumados ao jugo, vós pateáveis cada vez que Ele vos golpeava, mas
agora controlais frequentemente a vossa língua e com quietude recebeis a vara do
castigo. A paciência é uma grande fortaleza para o homem, ou para a mulher —se
vós podeis ser pacientes, então vós sois fortes. Pois, se Cristo vos amou de
tal maneira que vos comprou com o Seu sangue quando ainda éreis impacientes,
Ele deu-vos esta fortaleça para poderdes ser pacientes sob a Sua mão, e pensais
que Ele vos destruirá?
E
além da paciência, Ele deu-vos muita experiência. Dirijo-me a tantos e tantos
do povo de Deus aqui presentes que são experimentados cristãos; vós tendes
subido ao monte e descido ao vale, vós tendes provado e comprovado a fidelidade
de Deus —tendes conhecido por experiência as vossas próprias debilidades e a
vossa própria loucura— mas também conheceis a fidelidade e a fortaleza de Deus.
Credes que o Senhor vos tem dado toda esta experiência e que depois Ele tenha
em mente comportar-Se tolamente convosco? Pensais que Deus dá para depois
tirar, como os garotinhos fazem nos seus jogos? O quê? Pôr-vos no meio de todas
estas marchas e exercitou-vos desta maneira, e agora vai expulsar-vos a toque
de caixa do Seu exército? Não, não! Não penseis nada disso. Ele, que vos tem
dado a paciência e a experiência, preservar-vos-á até ao fim.
E
além disso, Ele deu-vos a esperança, já que a paciência engendra experiência; e
a experiência, esperança; uma esperança que não envergonha. Deu-te Deus
realmente uma esperança? “Oh!”, diz alguém, “às vezes é uma esperança muito
débil.” Sim, mas é esperança em Cristo? Esperas na Sua misericórdia? Então
recorda este versículo: “O SENHOR Se agrada dos que o temem e dos que esperam
na Sua misericórdia.” (Sl 147:11, ARC, Pt) A menor esperança, se vier de Deus,
sem importar quão fraca seja, é melhor que a presunção mais orgulhosa que
provenha da justiça própria! Se o Senhor Jesus te tem dado uma esperança no Seu
sangue, uma esperança na Sua intercessão, uma esperança na Sua fidelidade
eterna, ah, crê-me, se Ele te amou quando não tinhas qualquer esperança, Ele
nunca te rejeitaria agora que tens uma esperança que Ele mesmo te tem dado!
Somente
algo mais sobre este mesmo ponto. Lemos no quinto versículo: “o Espírito Santo
que nos foi dado.” Escutai-me por favor. Se quando ainda estávamos débeis,
Cristo morreu por nós, não nos salvará agora, que nos tem dado o Espírito
Santo? Pensa nisso, Cristão. O Espírito Santo tem vindo a morar em ti! Pobre e
desprezado, ou ignorante e desconhecido, mas apesar disso em ti mora o Espírito
de Deus! Esse teu corpo é um templo —essa é a Palavra de Deus, não a minha: “Ou
não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que mora em vós?”
Agora, pois, se Cristo te comprou com o Seu sangue quando ainda não eras
templo, mas um lugar manchado —não sei a que coisa vil comparar-te, permitirá
Ele que sucumbas agora que Ele te converteu num templo, e o Espírito Santo veio
morar em ti? Sei que devo estar-me dirigindo a alguém com graves problemas
hoje; estou seguro que assim é, a minha alma sabe que me estou dirigindo a um
verdadeiro filho de Deus à beira do precipício, levado aos limites da dor.
Querido amigo, crê no teu Deus! Não permitas que te invada qualquer dúvida a
respeito dEle. O Filho de Deus morreu por ti na Cruz quando eras ímpio e débil—
e não pode ser, nem deve ser, nem chegará a ser, que Ele tenha o menor desejo
de te abandonar, ou qualquer possibilidade de mudança no Seu amor para contigo.
Meus irmãos e irmãs, eu dir-vos-ia sobre o vosso problema de hoje, o que
Esperança disse a Cristão quando Ele se encontrava no Rio da Morte e gritava “Afundo-me
em águas profundas.” Esperança disse-lhe: “Mantém o teu bom ânimo, meu Irmão,
porque posso tocar no fundo e isso é bom.” Eu posso tocar no fundo hoje, meu
Irmão, minha Irmã, ainda que tu não podes fazê-lo— é bom o fundo, e nunca
poderias ser arrastado mais para diante, se tu estás confiando em Jesus. Ele,
que te trouxe para a água, se fizer que a maré suba até ao teu queixo, também
te ensinará a nadar. Quando já não puderes caminhar mais para diante,
encontrarás água onde poderás nadar, e não existem águas suficientemente
profundas para que um filho de Deus se afogue nelas. Poderás baixar até à
sepultura, mas nunca poderias ir mais abaixo. “Abaixo estão os braços eternos.”
Há sempre alguém que está preparado para te levantar quando estás submerso nas
piores circunstâncias e provas. Portanto, anima-te! Glorifica a Deus no fogo e
tem a certeza absoluta de que Quem Se entregou a Si mesmo à morte por ti, nunca
te vai perder, mas preservar-te-á até ao fim.
Agora
vou tocar o último ponto, que também está cheio de consolação. Penso que acabo
de escutar a alguém suspirar profundamente e dizer: “Ah! Pode ser como tu
dizes, tudo isso pode ser verdade, e confio que assim seja, mas encontro-me com
tal problema que, se não consigo ajuda direta, estarei arruinado. Tenho de
gritar: «‘Apressa-te, oh Deus, apressa-Te em minha ajuda!’ Quero um Deus que
possa fazer o que fez o Deus de David quando ‘cavalgou sobre um querubim e
voou; remontou-se sobre as asas do vento’». Esse é o tipo de Deus que
necessitas; sim, e esse é o tipo de Deus que tens. Virá voando para
libertar-te, tal como to demonstrarei agora.
III.
Eis aqui a terceira fonte de consolação: CRISTO MORREU POR NÓS A SEU TEMPO. “A
seu tempo Cristo morreu pelos ímpios.”
Não
vos posso dizer quanta medula encontrei neste osso: “a seu tempo Cristo morreu
pelos ímpios.” Parece-me que o ensino deste versículo é algo como isto. Em primeiro
lugar, significa que Cristo morreu por nós quando a justiça requereu a Sua
morte. Suponhamos que eu devesse algo; graças a Deus não devo nada, mas
suponhamos que tivesse uma dívida muito grande, a qual deve ser paga —digamos—
na terça-feira da próxima semana pela manhã. Tenho um amigo que tomou a
responsabilidade de pagá-la por mim. A letra de câmbio vence às doze horas do
dia, e ele diz-me que o pagará por mim. Agora suponhamos que o meu amigo vai na
quarta-feira pela manhã e paga-a. Que bom da sua parte! Não obstante, eu perco
a minha reputação, já que os débitos não foram pagos “a seu tempo.” Não pude
cumprir com o vencimento da letra de câmbio às doze horas do dia da
terça-feira. Certo, foi só um atraso de vinte e quatro horas; mas mesmo assim,
já não tenho a reputação que tinha na atividade em que me ocupo; converti-me
num pagador moroso (defaulter-deliquente). Agora, eu gosto de pensar neste
facto, que eu, um pobre pecador, completamente afundado em dívidas frente à
Justiça de Deus, não somente Lhe paguei tudo por meio do meu grande Fiador, mas
paguei-Lhe a tempo! “A seu tempo” o meu Fiador veio e pagou a minha dívida por
mim. “A seu tempo Cristo morreu pelos ímpios.”
Este
versículo também quer dizer que Cristo morreu a Seu tempo por cada crente. No
Livro dos Crentes de Deus não há nenhuma reclamação por demoras ou atrasos
contra qualquer crente pecador. Não há qualquer nota ali que diga “o Fiador
deste pecador morreu fora de tempo.” Não, mas, quando a justiça demandou o
pagamento da dívida, a justiça recebeu o pagamento total da amada mão que foi
cravada na Cruz por mim. “A seu tempo Cristo morreu pelos ímpios.” Foi o tempo
estabelecido no decreto eterno, foi o tempo acordado no eterno conselho da
Graça— e Cristo estava ali à hora exacta. Subiu à Cruz no dia prefixado para
terminar com a transgressão e pôr fim ao pecado— e para trazer a justiça
eterna! Ele fez Expiação pelos ímpios e morreu por eles, “a seu tempo.”
Bem,
dão-se conta para onde me dirijo? Queremos ajuda, dizeis vós, precisamos de salvamento;
muito bem. A maior ajuda de que vós alguma vez haveis necessitado é que alguém
se levante e sirva de Intercessor a vosso favor —e pague todas as vossas
dívidas à Justiça Infinita, tal como o Senhor o fez,— e fê-lo no momento
preciso! “A seu tempo.” Por consequência, não vos há-de libertar no “seu devido
tempo”?
Além
disso, Ele deu-vos paciência—”A tribulação produz perseverança.” Ele
ajudar-vos-á antes de que se acabe a vossa paciência. “Não posso aguentar mais”,
diz alguém. Não tens necessidade de aguentar mais. O Senhor vem no caminho para
te libertar; e antes de que se acabe toda a paciência que a Graça te deu, Ele
virá a ti!
Lê
a seguinte frase: “E a perseverança produz experiência.” A tua experiência,
para que te seja útil, tem de ser dolorosa; se não é dolorosa, não será já mais
uma experiência benéfica para ti. Recorda como Paulo escreve na mesma carta: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8:28, ARC, Pt);
e se Ele te chamou, permitirá que sofras tanto até que a tua experiência do
sofrimento te seja para bem, mas não mais; a seu tempo Ele tirar-te-á dessa
experiência dolorosa.
E
Ele tirar-te-á dali antes que a tua esperança seja envergonhada. Lê de novo
essas palavras: “E o caráter provado produz esperança. E a esperança não conduz
à vergonha.” O Senhor não permitirá que o teu problema se prolongue tanto que
devas dizer “eu fui enganado; devo deixar de ser Cristão.” Deus não te abandonará
na hora da necessidade. Ele tirar-te-á “a seu devido tempo”, antes que a tua
esperança moribunda exale o seu último suspiro. Tem ânimo a respeito disto!
E
Ele virá e ajudar-te-á enquanto o teu amor ainda permaneça. Não te escutei a
dizer “Ainda que me mate, mesmo assim confiarei nEle. Pode açoitar-me, mas
ainda sou Seu filho, e O amo, e vou beijar a Sua mão, e também a Sua vara”?
Bem, bem, se essa é a tua linguagem, Ele tem de vir para te ajudar “a seu
tempo!” Ele tem de te libertar antes que esse amor seja apagado do teu coração.
Sim,
e deixa-me dizer-te que, ainda que estejas fraco agora, Ele, que morreu por ti
quando ainda eras fraco no pleno sentido da palavra, virá para te ajudar. Dou
graças a Deus hoje, como o tenho feito tantas vezes, por me trazer tão grandes
tribulações. Às vezes, a minha vida tem sido muito tranquila durante anos.
Recordo-me de haver dito a mim mesmo alguma vez: “Bem, antigamente, durante as
grandes necessidades do Colégio de Pastores e do Orfanato, experimentei
milagres maravilhosos de libertação. Nesse tempo parecia andar, como um
gigante, do cume de uma montanha para outra, passando sobre os vales; e agora
caminho simples e tranquilamente pelos vales.” Quase desejei ver outra grande
montanha e outro grande precipício aberto em baixo, para poder ver o que Deus
vai fazer— e o que me aconteceu! Durante os dois últimos anos, ainda que tenha
falado muito pouco a respeito disto, tive muitas fendas abertas à minha frente.
Dava a impressão que o gelo se ia partir, e olhei para baixo, para as
profundidades azuis; mas segui adiante com passo firme, e Deus, na Sua mercê,
tem tornado o meu caminho tão fácil, como se tivesse sido um caminho sobre um
terreno com o pasto recém segado. É algo glorioso ter um grande problema, uma
gigantesca onda do Atlântico, que te levanta pelos pés e te arrasta pelo mar
dentro —e te atira para as profundidades, para as cavernas mais escondidas do
velho oceano, até chegares ao fundo das montanhas —e ver ali a Deus, e depois
sais à superfície e proclamas quão grande é Deus, e com quanta graça Ele
liberta o Seu povo! Ele libertar-te-á, Ele deve liberar-te! O argumento do
versículo é este: “a seu tempo Cristo morreu pelos ímpios”; portanto, “a seu
tempo” Ele deve ajudar o piedoso.
Agora
vou terminar fazendo duas observações. A primeira é que o Evangelho dos
pecadores é o consolo dos santos. Se alguma vez, vós os santos quiserdes um
pouco de verdadeiro consolo, somente deveis ir a Deus como pecadores. Não penso
que haja nada melhor ou mais sábio, quando quiserdes ser solidamente alegrados,
que começar de novo onde começastes a primeira vez. Quando o Diabo me diz “tu
não és um santo”, eu respondo-lhe “tu tampouco o és.” “Ah!”, diz-me ele, “tu és
um enganador”; eu contesto-lhe “tu também.” “Ah!”, volta-me ele a dizer, “mas
tu estás equivocado, a tua experiência foi um engano, tu não és um filho de
Deus.” “O que sou, então? Diz-me, já que sabes tanto a meu respeito.” “Tu és um
pecador”, diz ele. “Muito bem, Satanás! Agradeço-te por estas palavras, porque
Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.” Assim começo eu de novo—
e se tu começares de novo da mesma maneira, encontrarás frequentemente que este
é um bom atalho para chegares ao consolo. Se se trata de um questão entre o
Diabo e tu a respeito de se és um santo ou não, terás uma dura batalha que
travar, deixa que eu te diga. Algum de vós poderá dizer “eu sei que sou um
santo.” Bem, bem, bem, “deixa que outro homem te louve e não a tua própria
boca; um estranho, e não os teus próprios lábios.” “Oh!, mas eu sei-o”, diz
outro. Muito bem, segue adiante com essa crença; mas se o Diabo te coloca
alguma vez na mesma peneira na qual cirandou a Pedro, pergunto-me se saberás
onde estão os teus pés ou a tua cabeça! Sob uma forte tentação, muito
rapidamente começarás a duvidar até da tua própria existência! Em vez de
discutir o tema da tua santidade com Satanás, que é um velho advogado e conhece
muitas coisas que tu desconheces, era melhor que dissesses “Não vou discutir se
sou um santo ou não; sou um pecador, e Jesus Cristo veio ao mundo para salvar
pecadores.”
Crente,
quando tu eras um menino, tinhas o costume de beber água num certo poço. Que
fria e refrescante era essa água! Quando tenhas muita sede e as cisternas
estejam sem água, vai outra vez a esse velho poço e ali sorve as Águas Vivas.
Eu descobri que preciso fazer isso, de vez em quando. Enquanto dou graças a
Deus pelos gozos presentes e pelas doces experiências de comunhão com Ele
mesmo, eu gosto de voltar ao velho poço e simplesmente beber dele como bebi ao
princípio. Recordo como bebi a primeira vez desse poço, “Olhai para mim e sede
salvos, todos os limites da terra!” Penso que bebi tanto nessa vez que eu era
como behemot, que confiava em poder absorver todo o rio Jordão na sua boca.
Havia muito nesse versículo; mas não havia muito para mim, e eu parecia
sorvê-lo completamente. Recomendo-vos que façais o mesmo!; tomai um grande
sorvo da Graça de Deus hoje, sedentos filhos de Deus! Inclinai-vos, com as
vossas bocas sobre a boca do poço, já que as Águas Vivas virão directamente
para os vossos lábios! E em seguida bebei como as vacas bebem no verão, tudo o
que possam tragar; e prossegui o vosso caminho jubilosos!
O
Evangelho dos pecadores é o consolo dos santos! Essa é uma observação. A outra
é esta —o consolo dos santos é o Evangelho dos pecadores, já que, se o Senhor
tiver feito grandes coisas por qualquer um do Seu povo, que razão há, pobre
pecador, para que não possa fazer o mesmo por ti? Se o Senhor Jesus Cristo
tiver amado a John Smith, por que não amaria a Mary Smith. E se o Senhor Jesus
Cristo tiver salvo a Tom Jones, por que não salvara ao Harry Jones? Falo a
sério, já que Ele não nos ama porque haja qualquer merecimento em nós, mas
simplesmente porque Ele decidiu amar-nos, como está escrito: “Terei misericórdia
de quem tem misericórdia, e me compadecerei de quem me compadeça.” Portanto,
vós podeis vir, vós, os culpados da vossa culpa, ao Soberano Doador da misericórdia
não merecida, e tocar o cetro de prata da Sua Graça, e ser salvos hoje! Que o
Seu doce Espírito vos traga! Que nenhum de nós pergunte se somos santos ou
pecadores, mas vamos todos juntos, vamos em massa à Cruz! Voemos todos para o
Calvário, e estejamos ali e olhemos para Ele, o eterno Filho de Deus, sangrando
e morrendo sobre a Cruz! E creiamos todos, agora, que Ele pode, que Ele quer e
que Ele salva; mais ainda, que Ele salvou as nossas almas. Que o Senhor nos
conceda a Sua graça para obtê-la, para glória do Seu nome! Ámen.
ORAI
AO ESPÍRITO SANTO PARA QUE USE ESTE SERMÃO A FIM DE TRAZER MUITOS AO
CONHECIMENTO SALVÍFICO DE JESUS CRISTO.
Tradução de Carlos António da Rocha
http://www.spurgeon.com.mx/sermon2708.html
Adapted from The
C. H. Spurgeon Collection, Ages Software, 1.800.297.4307
Tradução de Carlos António da Rocha
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Esta tradução é de
livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque
já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca
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