“Deus é
fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças.” (1Co 10:13)
Agora, uma vez
que o próprio Deus denomina a nossa vida “tentação”, e já que temos de ser
afligidos no corpo, na honra e nos bens, bem como sofrer injustiça, devemos
aguardar isso com alegria e recebê-lo com sabedoria, dizendo: Olha, isso são
coisas da vida. Que posso fazer? É uma tentação, continua sendo uma tentação, e
não será diferente. Que Deus me ajude para que ela não me abale e derrube.
Veja: em vista
disso, ninguém consegue ficar fora de alcance da tentação. Agora, a gente,
certamente, pode defender-se, buscar conselho em oração e invocar a ajuda de
Deus. No livro dos anciãos conta-se a história de um jovem irmão que queria
livrar-se de seus pensamentos. Disse-lhe, então, o ancião: Querido irmão, você
não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas, certamente, pode
impedir que façam seu ninho em seus cabelos. Assim, também nós, como diz Santo
Agostinho, não podemos evitar os ataques e as tentações. Mas, pela oração e
invocação da ajuda de Deus, podemos impedir que vençam.
Por que Deus
permite que as pessoas sejam assim tentadas a pecar? Resposta: para que a
pessoa aprenda a conhecer-se a si mesma e a Deus. Conhecer-se a si mesma, isto
é, que nada pode senão pecar e fazer mal. Conhecer a Deus, isto é, que a Sua
graça é mais poderosa que todas as criaturas. E assim aprenda a pessoa a
desprezar-se a si mesma e a louvar e enaltecer a graça de Deus.
Martinho Lutero
In Meditações de
Lutero, Castelo Forte - 1983
Sem comentários:
Enviar um comentário