“O que
vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade.” (Sl 15:2)
Existem por
demais pessoas que pervertem a Palavra de Deus. Isso se explica pelo facto de
falarem de coisas que não conquistaram pela pureza da fé nem pela justiça de
vida. Por isso, apenas fazem conjeturas a respeito de tudo, e de nada entendem.
Isso também vale de conversas pessoais na vida diária. Pois raras vezes falamos
uns com os outros abertamente, porque tememos ofender alguém. Não sei se além
de Cristo há alguém isento desse pecado. Do mesmo modo, não posso acreditar que
haja alguém que vive com integridade e pratica a justiça a não ser Cristo, o
único que não cometeu pecado e não se encontrou dolo em sua boca (1 Pe 2:22).
Pois se todos falássemos entre nós com toda a franqueza, quantos inimigos
faríamos, quantas amizades estragaríamos! Pois na medida em que permanecemos
humanos, continuamos mentirosos e vaidosos. Por isso, não há quem fosse
<seja> sem falsidade e adulação, nem sem ilusões falsas a respeito da Palavra
de Deus. Também aqui Deus repreende a acepção de pessoas, razão porque a
maioria nem sequer percebe que tem esse vício, pois ninguém é honesto e sincero
até esse <a esse; nesse> ponto. Não obstante, não nos esforçamos para
deixar esse vício, mas continuamos, entrementes, a aprontar as nossas obrinhas
e confiamos nelas, como se também com tal vício se pudesse morar no santo monte
de Deus.
Martinho
Lutero
In Meditações
de Lutero, Castelo Forte - 1983
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