“Tendo
ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém.” (Mt 2:3)
Aparentemente
Herodes era um rei poderoso, vitorioso no campo de batalha. Em qualquer direção
que brandisse a espada, era bem sucedido. Era sábio, sensato, poderoso e rico
no que diz respeito ao exterior. Mas em questões internas, em sua casa, era
totalmente fraco e infeliz. Assim, por fora, Herodes era feliz; mas por dentro,
totalmente infeliz. Agora, Cristo, que é o nosso verdadeiro rei, era bem pobre
e miserável, desprezado e rejeitado no que diz respeito às aparências externas;
entretanto, interiormente, estava pleno de alegria, consolo e coragem.
Portanto, devemos
lutar para que Herodes, que é bem sucedido em questões deste mundo, não nos
roube a Cristo, o Rei verdadeiro e gracioso. E embora esteja ele deitado na
manjedoura qual criança pobre e miserável, é para lá que temos de ir.
Por isso, se
quisermos ser salvos e ter uma consciência tranquila e feliz, devemos pôr de
lado o modo de viver do rei Herodes e aceitar um outro rei, Cristo. Isto
significa que não devemos imaginar que podemos salvar-nos por meio das obras, e
também não depositar nelas a nossa confiança, e, sim, imprimir em nossos
corações unicamente a imagem do bondoso Senhor Jesus Cristo, que vem a nós sem
pompa alguma. Pois quando os três santos reis desistiram de todas as obras e
ajuda humana e, confiando em Deus e apegando-se à profecia de Miquéas 5:2,
foram a Belém, imediatamente tornaram a ver a estrela.
Martinho
Lutero
In Meditações
de Lutero, Castelo Forte - 1983
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