C. H. Mackintosh
Breves Meditações
031 - Murmurar
dos demais
“SENHOR, quem habitará no Teu tabernáculo? Quem morará no Teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo.” (Sl 15:1-3, ARC, Pt)
Estimada Irmã,
Não nos esclarece onde vive, mas tememos que o mal em relação ao qual chama a nossa atenção não se limita à sua localidade, ou à classe particular de gente a que se refere, isto é, às «mulheres solteiras». O pecado de murmurar dos demais ou de criticar o outro na sua ausência, é algo que prevalece por toda a parte e entre toda a classe de pessoas, numa medida aterradora. É um mal abominável, e até diabólico. Na verdade, tem-se dito que «o que fala mal do outro, causa dano a três pessoas: a si mesmo, ao que o ouve e ao sujeito dos seus comentários». Se eu tivesse de achar alguma falta numa pessoa, ela deveria ser a primeira a ouvir dos meus lábios a respeito disso. Que pouco caso se faz disto! Encontramo-nos com alguém e o saudamos com um sorriso e um apertão de mãos, intercambiamos uma amável conversação e, logo que nos despedimos e nos separamos, começamos a desqualificá-lo de uma ou de outra forma. Um velho irmão afirmou atinadamente: «Estou resolvido a não falar nunca das virtudes de uma pessoa em frente dela, nem das suas faltas atrás das suas costas.» Que nobre determinação! Ai, que tão pouco pomos estes sãos princípios em prática! O que geralmente fazemos é justamente o contrário: adulamos os outros na sua própria cara, e os denegrimos nas suas costas. Queira o Senhor livra-nos deste vexatório e pecaminoso costume! Com toda a segurança que este é inspirada pelo próprio Diabo. Precisamos de ser mais fiéis ao falarmos com os outros, mas, também, devemos ser mais benignos e afáveis ao falar deles. Se virmos algo mau numa pessoa, vamos directamente a ela e falemos-lhes com toda a franqueza e claridade; e se não temos nada de bom a dizer dela, corramos o véu do silêncio sobre ela. Isto evitaria uma enxurrada de males e de prejuízos; evitaria indizíveis penas e animosidades. Diz a Palavra: “Irmãos, não murmureis uns dos outros” (Tiago 4:11). Que palavras tão oportunas! Mas é tão lamentável que haja tão poucos que actuem sobre este princípio! Parece haver uma verdadeira falta de honestidade comum, uma ausência de franqueza varonil, e uma tremenda baixeza e covardia ao dizer-se nas costas de alguém o que não nos atreveríamos a dizer-lhe na sua própria cara. Os crentes devem fugir de tudo isto, que é tão baixo, tão ruim. Naturalmente que as «mulheres solteiras» estão mais expostas a este mal, que aquelas cujas mãos estão plenamente ocupadas com os quefazeres(1) domésticos. Deduzimos isto das agudas palavras do Apóstolo em 1Tm 5:13 (ACF): “E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém.” Pode ser que se diga que esta passagem se aplica às “viúvas mais jovens”; mas é indiscutível que o espírito da passagem se aplica perfeitamente a todos os casos onde exista este mal. É uma boa coisa estarmos plenamente ocupados nos nossos respectivos trabalhos; isso nos livra de muitos males, e de estarmos falando mal dos demais, e contra isto advertimos solenemente a todos os nossos leitores. O Diabo é um difamador, o maior dos difamadores, e todos os que dão rédea solta a este costume, estão fazendo a sua obra. Queríamos recomendar-vos, tanto à nossa querida amiga, como a todos os nossos leitores, que, em todos os casos em que falarem mal dos outros na sua ausência, adoptem o remédio de Salomão: “O vento do norte afugenta a chuva, e o rosto irado a língua caluniadora.” (Pv 25:23) Nunca prestemos atenção a alguém que fala mal de outro na suas costas, porque se o fazemos, “participamos das suas más obras.” Recordemo-nos do caminho do Senhor: falemos uns com os outros fielmente, mas com a Sua graça. Procuremos imitar isto, e não ser achados fazendo a obra de Satanás (2).
Notas:
(1) afazeres; ocupações; trabalho; faina. (De que + fazer)
(2) C. H. M. Things New and Old, «Answers to Correspondents» 1864-1866
(2) C. H. M. Things New and Old, «Answers to Correspondents» 1864-1866
http://www.verdadespreciosas.com.ar/index.html
Tradução de Carlos António da Rocha
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Esta tradução é de livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente para uso e desfruto pessoal.
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