Leituras Cristãs
Ivan Moiseyev,
de quepe (maio de 1972, dois meses antes de morrer).
ELE
CHEGOU ATRASADO
O retardatário chegara numa corrida desesperada. [O
sargento] ficou a observá-lo impassivelmente. Era Moiseyev.
— Explique a razão do seu atraso, camarada soldado
Moiseyev.
Com o peito ainda ofegante pela longa corrida através
dos campos, Ivan ergueu apreensivamente os olhos para a figura ereta do
sargento, procurado controlar a respiração. Uma tensão parecia formar-se no
pelotão, enquanto Strelkov aguardava a resposta.
— Sinto muito, sargento. Eu estava orando.
Strelkov fixou o olhar nele. Não havia o mínimo
sinal de brincadeira na expressão séria do rapaz. Um dos soldados na fila
tossiu. O sargento correu o olhar pelo grupo imóvel. Será que pensavam que ele
não percebia que eles estavam a ponto de estourar de rir?
— Siga com o treinamento normal, Moiseyev. Quando
terminar, apresente-se a mim.
Ivan lançou-se imediatamente aos pesados exercícios
físicos, desejando ardentemente apagar a vergonha de ter chegado atrasado, e
que prejudicaria a dádiva que o SENHOR lhe dera. Como se sentira feliz ao
descobrir aquele gabinete onde podia orar. A senhora que o arrumava
assegurara-lhe que só seria utilizado depois das 10:00h da manhã, e que era ela
própria quem o abria às 5:00h para prepará-lo. Desde então, ele se entregava ao
louvor todas as manhãs, gozando da quietude do aposento, que enchia a sua alma.
Havia ali uma cadeira de couro, e ele apoiava os braços nela ao ajoelhar-se, o
encosto protegendo-o do frio que entrava pela vidraça rachada.
Mas esquecera a hora! Chegara atrasado para o
início da instrução!
In “Ivan - O soldado cristão que enfrentou o terror policial soviético”, Grant
Myrna. Tradução de Myrian Talitha Lins, Editora Betânia, pp. 32-33.
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