Gregório de Narek
“Ao romper do dia, Jesus
apresentou-Se na margem”
Deus misericordioso, muito compassivo, amigo dos homens (Sab
1, 6) […], quando Tu falas, nada é impossível, mesmo o que parece impossível ao
nosso espírito: és Tu que dás um fruto saboroso em troca dos duros espinhos da
nossa vida […].
Senhor Cristo, sopro da nossa vida (Lam 4, 20) e esplendor
da nossa beleza […], luz e dador da luz, Tu não encontras prazer no mal, não
queres a perdição de ninguém, não desejas nunca a morte (Ez 18,32). Não és
abalado pela perturbação, nem estás sujeito à cólera; não és intermitente no
Teu amor, nem modificas a Tua compaixão; jamais alteras a Tua bondade. Não
voltas as costas, não desvias a face, mas és totalmente luz e vontade de
salvação. Quando queres perdoar, perdoas; quando queres curar, és poderoso;
quando queres vivificar, és capaz; quando concedes a Tua graça, és generoso;
quando queres devolver a saúde, és prodigioso […]. Quando queres renovar és
criador; quando queres ressuscitar, és Deus […]. Quando, antes mesmo de nós o
pedirmos, queres estender a Tua mão, não faltas com nada […]. Se me queres
fortalecer, a mim que sou inseguro, és rochedo; se queres dar-me de beber, a
mim que estou sequioso, és fonte; se queres revelar o que está escondido, és
luz […].
Tu, que para minha salvação, combateste com coragem […],
tomaste sobre o Teu corpo inocente todo o sofrimento das punições que
merecíamos, a fim de, ao tornares-Te exemplo, manifestares em acto a compaixão
que tens por nós.
Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge e poeta arménio
O Livro de orações, n° 66 (trad. SC 78, p. 411 rev)
Fonte: Evangelho Cotidiano
http://ecclesia.com.br/biblioteca/sophia/?p=1741
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