Gregório de Narek
“Ó Deus, tem piedade de mim, que
sou pecador”
“Os doutores da Lei e os fariseus
começaram a pressioná-Lo fortemente com perguntas”
quero agora aqui contar um pouco dos tormentos
que Tu, meu Deus e de todos, sofreste por mim.
De pé no tribunal dos homens, a quem criaste,
Numa natureza que era também a minha,
Não proferiste uma palavra, Tu que a permites,
Não elevaste a voz, Tu que criaste as línguas,
Não soltaste um grito, Tu por quem a terra existe, […]
Não abandonaste à sua sorte quem Te abandonou ao Teu
martírio,
Não ofereceste resistência a quem Te atava,
Nem Te indignaste contra quem Te esbofeteava.
Não injuriaste quem Te cuspia na cara,
Nem estremeceste perante quem Te agredia,
Não Te enfureceste contra quem de Ti escarnecia,
Nem alteraste o semblante a quem Te condenava. […]
Longe de Te darem um momento de descanso, a Ti, fonte da
vida,
Depressa Te puseram às costas, para a levares, a cruz do
suplício,
Que recebeste com magnanimidade,
Tomaste com doçura,
Soergueste com paciência,
E, como um culpado,
Te encarregaste dela, da cruz das dores!
Gregório de Narek (c. 944-c. 1010),monge e poeta arménio
Livro de Orações, nº 77
Fonte: Evangelho Cotidiano
http://ecclesia.com.br/biblioteca/sophia/?p=3941
Sem comentários:
Enviar um comentário