… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

02 - A libertação

C. H. Mackintosh

Breves Meditações
02 - A LIBERTAÇÃO
A todos, resulta evidente, o facto de que, quando um cristão morre e vai para o Céu, fica completamente livre do poder do pecado. É impossível que o pecado, possa exercer qualquer domínio ou autoridade sobre uma pessoa morta, como, tão claramente, se compreende. Mas, se afirmamos que o crente, na sua vida actual, tem sido livrado do poder do pecado, tão certamente como se estivesse morto e tivesse ido para o Céu, então, já não se compreende, nem se admite esta verdade, com tanta facilidade. O pecado tem tanto domínio sobre o cristão, como o domínio que pode ter sobre um homem morto e sepultado.

Referimo-nos ao poder do pecado, não à sua presença. Que o leitor se advirta com cuidado sobre este ponto. Existe uma substancial diferença entre um cristão aqui em baixo, na Terra, e outro lá em cima, com respeito à questão do pecado. Aqui, ele é só livrado do poder do pecado; lá, será libertado da sua presença. Na sua condição actual, o pecado mora nele; mas não tem por que reinar nele. Brevemente, o pecado nem sequer haverá de morar nele. O império do pecado chegou ao seu fim. Agora, começou o reinado da graça. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Rm 6:14)

E, note-se com atenção, que em Romanos 6 o Apóstolo não está falando do perdão dos pecados, tema que trata no capítulo 3. Os nossos pecados –bendito seja Deus– foram totalmente perdoados, apagados e eternamente cancelados(anulados ). Mas, no capítulo 6, o tema não é «o perdão dos pecados», mas, sim, a completa libertação do pecado como poder ou como princípio reinante.

Como obteremos este imenso favor? Pela morte. Fomos mortos para o pecado, na morte de Cristo. Isto é verdade, e, diz respeito a todos os crentes? Sim, de todos os crentes que se achem debaixo da abóbada do céu (do firmamento.). Não se trata de uma questão de êxitos? De esforço pessoal? De maneira nenhuma. É algo que pertence a todo filho de Deus, a todo o crente verdadeiro. É a posição comum a todos eles. Bendita e santa posição! Louvado seja Aquele que a ganhou para nós e que nela nos introduziu! Vivemos debaixo do glorioso reinado da graça, a qual reina “pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Rm 5:21)

Esta verdade, que nos concede tal libertação, é pouco compreendida pelo povo do Senhor. Muito poucos homens, comparativamente falando, têm ido mais longe no conhecimento da doutrina do perdão dos pecados, ou têm, sequer, chegado até ela. Não vêm a sua plena libertação do poder do pecado. Sentem a influência do mesmo e, baseando-se nos seus próprios sentimentos, em lugar de se considerar-se a si mesmos como o que são, segundo a mesma Palavra de Deus, afogam-se num mar de dúvidas e temores, no que respeita à sua conversão. Em vez de estar ocupados com Cristo, estão-no com o seu próprio estado interior, com a sua própria estimativa. Contemplam o seu estado a fim de obter paz e consolo, e por isso são-no –e deverão sê-lo– miseráveis. Nunca obteremos paz se a buscarmos no nosso estado ou na nossa condição espiritual. O caminho para obter paz é crer que estamos mortos com Cristo, que fomos sepultados com Ele, que fomos ressuscitados com Ele, que somos justificados nEle e que somos aceites nEle. Em poucas palavras, devemos crer que, “qual é ele, somos nós também neste mundo.” (1Jo 4:17)

Isto constitui a sólida base da paz. E não é só isso, mas, também que é o único segredo divino para se ter uma vida santa. Estamos mortos para o pecado. Não somos exortados a fazermo-nos morrer a nós mesmos. Estamos mortos em Cristo. Um monge, um asceta ou qualquer outro que faça todos os esforços possíveis para alcançar uma perfeição sem pecado, pode tratar de dar morte ao pecado mediante diversos exercícios corporais. Mas, qual é o resultado inevitável? Miséria. Sim, e tanta ou mais miséria, quanto maior for o afã por lograr tais fins. Quão diferente é o cristianismo! Nós começamos com o bendito conhecimento de que estamos mortos para o pecado; e, com a bendita fé nisso, “fazemos morrer”, não o corpo, mas as suas “obras”.

Oxalá que o leitor possa viver, pela fé, segundo o poder desta plena libertação! 

(Artigo n.º 7)

http://www.verdadespreciosas.com.ar/index.html



Tradução de Carlos António da Rocha

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Esta tradução é de livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente para uso e desfruto pessoal.

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