… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Leituras Cristãs

 007 - ESPERANÇA E SALVAÇÃO


VIVER DE ESPERANÇA

Esperança

PALAVRA consoladora num mundo desolado. Palavra que nos liga a um futuro melhor do que o presente. Porém, se o futuro é cada dia mais inseguro, não é de admirar que esta palavra tenha tomado um sentido cada vez mais vago na nossa linguagem. Sim, quanto mais sombrio é o porvir, mais falso é o som desta palavra. Esperar algo significa, em linguagem corrente, que, na realidade, nada está seguro. «Temos de viver de esperança» é muitas vezes a conclusão desiludida dos que justamente têm cessado de esperar.

Que espera você?

Sem dúvida, não falará da justiça social, de paz entre as nações, do progresso e das lutas contra a violência, a poluição, a enfermidade. Estas são as esperanças que sustêm a maioria das ações generosas e das empresas humanitárias.

Talvez nos falará das suas esperanças pessoais de saúde, de êxito familiar ou profissional. Cada um sente a necessidade de esperar algo e de chegar a alguma coisa: as férias, o retiro, «dias melhores»... «isto sustém o ânimo», como se diz. E logo chega a decepção: o imprevisto, um cálculo errado, um fracasso, ou... a morte que arruina de repente os planos mais bem preparados.

Insatisfação

Todas estas esperanças comprovam a falta do desejado, confirmam que o homem é incapaz de assegurar o seu amanhã, confirmam que não pode resolver todos os seus problemas. Consciente de que o seu futuro está cheio de ilusões e o seu passado de desilusões, cada um segue o seu caminho, usando e abusando desta palavra mágica e oca: esperança. Os psicólogos dirão que isto é o que faz a resistência do homem, e que a esperança tem um efeito estimulante; basta pensar no contraste e nos alcances da palavra desesperança e as suas consequências muitas vezes trágicas.

Não vacilamos em contradizer esta ideia geralmente aceite e que afirma isto: está bem que um homem cesse de enganar-se a si próprio, que perca toda a confiança em si e nos seus semelhantes. Porque então está preparado para aceitar o que Deus quer dar-lhe em troca disso:

A esperança cristã

Na linguagem cristã, e da Bíblia, esperança tem um sentido muito diferente. Primeiro porque é Deus que a usa e é impossível que Deus nos engane. Ele mesmo Se designa como o «Deus de esperança» (Romanos 15:13).

A esperança cristã não está manchada com nenhuma incerteza. Só ela nos sustém porque se apoia sobre as promessas de Deus, está ligada a um futuro conhecido. É o que as Escrituras chamam esperar inteiramente «Esperai inteiramente (ou por completo) na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo» (I Pedro 1:13).

E assim, ao contrário das ilusões do coração humano, a esperança cristã proclama que aquele que a possui está satisfeito com ela: por fim tem um objeto, uma razão de viver.

Qual é o seu objecto?

Podemos enumerar algumas das promessas de Deus, às quais está ligada a Esperança Cristã:

A vida eterna que se obtém pela fé em Jesus, o Salvador, que morreu na Cruz para expiar os nossos pecados (Tito 1:2).

A volta do Senhor Jesus para arrebatar a Sua Igreja composta por todos aqueles que Lhe pertencem realmente pela fé, seja qual for o meio cristão a que pertençam (Filipenses 3:20).

A herança celeste da qual gozam em Cristo todos os que tenham crido nEle (I Pedro 1:4).

A Sua glória, à qual associará os Seus (Romanos 5:2).

Porém, o grande objecto da Esperança Cristã é a própria Pessoa, na qual, se resumem todas estas bênçãos, Aquele que a Bíblia chama: «Jesus Cristo, esperança nossa» (I Timóteo 1:1). Vê-Lo, estar com Ele, culminará todos os desejos de todos os que Lhe pertencem.

Qual é o seu afeto?

A esperança do cristão permite-lhe afrontar as provas da vida, encarar a morte e o que se segue, não afligir-se da mesma maneira como os que não têm esperança. O cristão espera «Aquela esperança bem-aventurada e o aparecimento da glória do Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, que Se deu, a Si mesmo, por nós, para nos remir de toda a iniquidade...» (Tito 2:13-14).

E adora: «Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a Sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (I Pedro 1:3).

Permita-me repetir a minha pergunta: O que espera você?

(in Leituras Cristãs, Vol. XXXII, páginas 145,146 e 147, Lisboa, 1984, Depósitos de Literatura Cristã, Rua Infantaria 16, 77, r/c. Esq, 1300 Lisboa, Portugal) com adaptações.

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