… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Leituras Cristãs

Ícone medieval de Éfrem
Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo. (Mc 13:32-33 ACF)

Pequena meditação de Efrém, o Sírio (Nisibi, 306 - Edesa, 373) sobre a volta do Senhor Jesus

Para evitar que seus discípulos perguntassem o tempo da Sua vinda, Cristo disse: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.” (Mc 13:32-33 ACF). Ele tinha deixado essas coisas ocultas, de forma que nós pudéssemos estar vigilantes, cada um de nós pensando que ele virá nos nossos dias. Se Ele tivesse revelado o tempo da Sua vinda, ela teria perdido o seu interesse: não seria mais um objeto de desejo para as nações e para a era em que ela se cumpriria. Ele prometeu que Ele virá, mas não disse quando virá, e, portanto, todas as gerações e eras aguardam-nO ansiosamente.



Ainda que o Senhor tenha estabelecido os sinais da Sua vida, o tempo do seu cumprimento não foi revelado especificamente. Estes sinais vieram e foram com uma multiplicidade de variações; mais do que isto, eles estão ainda presentes. A Sua vinda final será como a primeira. Assim como os santos homens e profetas esperavam por Ele, pensando que Ele Se revelaria a Si mesmo nos Seus próprios dias, hoje cada um dos fiéis anseia por recebê-lO nos seus próprios dias, porque Jesus não especificou o dia da Sua volta.



E Ele não revelou este dia por uma razão especial, a de que ninguém possa pensar que Aquele cujo poder e domínio comanda todos os números e tempos é governado pelo destino e pelo tempo. Ele descreve os sinais da Sua volta; como poderia ser que algo que Ele próprio decidisse ficasse oculto a Si mesmo? Portanto, Ele usou estas palavras para aumentar o respeito pelos Sinais da sua volta, para que daquele dia em diante todas as gerações e eras pudessem imaginar que Ele voltará nos seus próprios dias.



Portanto, vigilai! Quando o corpo está dormente, a natureza toma controle de nós, e o que é feito não é feito por nossa vontade, mas pela força, pelo impulso da natureza. Quando a profunda languidez toma posse da alma, por exemplo, depressão e melancolia, o inimigo usurpa o poder da situação e faz com que façamos o que não deveríamos fazer. A força da natureza, a inimiga da alma, está no controle.



Quando o Senhor nos ordena a sermos vigilantes, Ele quer dizer vigilância em todas as partes do homem: no corpo, contra a tendência a dormir; na alma, contra a letargia e timidez. Como dizem as Escrituras: "Despertai, ó justos", e "Eu ressuscitei, e ainda estou convosco"; e de novo, "Não se turbe o vosso coração". Portanto, tendo este ministério, não desfaleceremos.



"Comentário ao Diatessaron 18:15-17"

De Efrém, o Sírio (Nisibi, 306 - Edesa, 373) teólogo, monge, poeta, doutor e padre da Igreja. É considerado o poeta de maior renome da época patrística da Igreja.

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