Leituras Cristãs
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“Mas daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai,
vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.” (Mc 13:32-33 ACF)
Pequena
meditação de Efrém, o Sírio (Nisibi, 306 - Edesa, 373) sobre a
volta do Senhor Jesus
Para evitar que seus discípulos perguntassem o
tempo da Sua vinda, Cristo disse: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que
estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis
quando chegará o tempo.” (Mc 13:32-33 ACF). Ele tinha deixado essas coisas ocultas, de forma
que nós pudéssemos estar vigilantes, cada um de nós pensando que ele virá nos
nossos dias. Se Ele tivesse revelado o tempo da Sua vinda, ela teria perdido o
seu interesse: não seria mais um objeto de desejo para as nações e para a era
em que ela se cumpriria. Ele prometeu que Ele virá, mas não disse quando virá,
e, portanto, todas as gerações e eras aguardam-nO ansiosamente.
Ainda que o Senhor tenha estabelecido os sinais da Sua
vida, o tempo do seu cumprimento não foi revelado especificamente. Estes sinais
vieram e foram com uma multiplicidade de variações; mais do que isto, eles
estão ainda presentes. A Sua vinda final será como a primeira. Assim como os
santos homens e profetas esperavam por Ele, pensando que Ele Se revelaria a Si
mesmo nos Seus próprios dias, hoje cada um dos fiéis anseia por recebê-lO nos
seus próprios dias, porque Jesus não especificou o dia da Sua volta.
E Ele não revelou este dia por uma razão especial,
a de que ninguém possa pensar que Aquele cujo poder e domínio comanda todos os
números e tempos é governado pelo destino e pelo tempo. Ele descreve os sinais
da Sua volta; como poderia ser que algo que Ele próprio decidisse ficasse
oculto a Si mesmo? Portanto, Ele usou estas palavras para aumentar o respeito
pelos Sinais da sua volta, para que daquele dia em diante todas as gerações e
eras pudessem imaginar que Ele voltará nos seus próprios dias.
Portanto, vigilai! Quando o corpo está dormente, a
natureza toma controle de nós, e o que é feito não é feito por nossa vontade,
mas pela força, pelo impulso da natureza. Quando a profunda languidez toma
posse da alma, por exemplo, depressão e melancolia, o inimigo usurpa o poder da
situação e faz com que façamos o que não deveríamos fazer. A força da natureza,
a inimiga da alma, está no controle.
Quando o Senhor nos ordena a sermos vigilantes, Ele
quer dizer vigilância em todas as partes do homem: no corpo, contra a tendência
a dormir; na alma, contra a letargia e timidez. Como dizem as Escrituras:
"Despertai, ó justos", e "Eu ressuscitei, e ainda estou
convosco"; e de novo, "Não se turbe o vosso coração". Portanto,
tendo este ministério, não desfaleceremos.
"Comentário ao Diatessaron 18:15-17"
De
Efrém, o Sírio (Nisibi, 306 - Edesa, 373) teólogo, monge, poeta, doutor e padre
da Igreja. É considerado o poeta de maior renome da época patrística da Igreja.
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