CREDO DE ATANÁSIO
(Versões
em Latim e Português) 
O Credo de Atanásio (Quicumque vult), subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã (Católicos Romanos, Católicos Ortodoxos e Protestantes), é geralmente atribuído a Atanásio de Alexandria (* 295 [?], em Alexandria – † 2 de maio de 373, em Alexandria), Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem-lhe uma data posterior (século V). A sua forma final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário de Arles, no início do século VI.
O credo de Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto
longo para um credo, mas é considerado por Archibald A. Hogde “um
majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes
mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de
naturezas de um único Cristo.”
Apesar da data ser incerta, este credo foi elaborado
para combater o arianismo e reafirmar a doutrina cristã tradicional da Trindade.
em latim 
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tradução portuguesa 
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Quicumque
  vult salvus esse, ante omnia opus est, ut teneat catholicam fidem: Quam nisi
  quisque integram inviolatamque servaverit, absque dubio in aeternum peribit. Fides autem catholica haec est: ut unum Deum in Trinitate, et Trinitatem
  in unitate veneremur. Neque confundentes personas, neque substantiam
  seperantes. Alia est enim persona Patris alia Filii, alia Spiritus Sancti:
  Sed Patris, et Fili, et Spiritus Sancti una est divinitas, aequalis gloria,
  coeterna maiestas. Qualis Pater, talis Filius,
  talis [et] Spiritus Sanctus. Increatus Pater, increatus Filius, increatus
  [et] Spiritus Sanctus. Immensus Pater, immensus Filius, immensus [et]
  Spiritus Sanctus. Aeternus Pater, aeternus Filius, aeternus [et] Spiritus
  Sanctus. Et tamen non tres aeterni, sed unus aeternus. Sicut non tres
  increati, nec tres immensi, sed unus increatus, et unus immensus. Similiter omnipotens Pater,
  omnipotens Filius, omnipotens [et] Spiritus Sanctus. Et tamen non tres
  omnipotentes, sed unus omnipotens. Ita Deus Pater, Deus Filius, Deus [et]
  Spiritus Sanctus. Et tamen non tres dii, sed unus est Deus. Ita Dominus
  Pater, Dominus Filius, Dominus [et] Spiritus Sanctus. Et tamen non tres
  Domini, sed unus [est] Dominus. Quia, sicut singillatim unamquamque personam
  Deum ac Dominum confiteri christiana veritate compelimur: Ita tres Deos aut
  [tres] Dominos dicere catholica religione prohibemur. Pater a nullo est factus: nec creatus, nec genitus. Filius a Patre solo
  est: non factus, nec creatus, sed genitus. Spiritus Sanctus a Patre et Filio:
  non factus, nec creatus, nec genitus, sed procedens. Unus ergo Pater, non
  tres Patres: unus Filius, non tres Filii: unus Spiritus Sanctus, non tres
  Spiritus Sancti. Et in hac Trinitate nihil prius aut posterius, nihil maius
  aut minus: Sed totae tres personae coaeternae sibi sunt et coaequales. Ita, ut per omnia, sicut iam supra
  dictum est, et unitas in Trinitate, et Trinitas in unitate veneranda sit. Qui
  vult ergo salvus esse, ita de Trinitate sentiat. 
Sed
  necessarium est ad aeternam salutem, ut incarnationem quoque Domini nostri
  Iesu Christi fideliter credat. Est ergo fides recta ut credamus et
  confiteamur, quia Dominus noster Iesus Christus, Dei Filius, Deus [pariter]
  et homo est. Deus [est] ex substantia Patris ante saecula genitus: et homo
  est ex substantia matris in saeculo natus. Perfectus Deus, perfectus homo: ex
  anima rationali et humana carne subsistens. Aequalis Patri secundum
  divinitatem: minor Patre secundum humanitatem. Qui licet Deus sit et homo,
  non duo tamen, sed unus est Christus. Unus autem
  non conversione divinitatis in carnem, sed assumptione humanitatis in Deum.
  Unus omnino, non confusione substantiae, sed unitate personae. Nam sicut
  anima rationalis et caro unus est homo: ita Deus et homo unus est Christus.
  Qui passus est pro salute nostra: descendit ad inferos: tertia die resurrexit
  a mortuis. Ascendit ad [in] caelos, sedet ad dexteram [Dei] Patris
  [omnipotentis]. Inde
  venturus [est] judicare vivos et mortuos. Ad cujus adventum omnes homines
  resurgere habent cum corporibus suis; Et reddituri sunt de factis propriis
  rationem. Et qui bona egerunt, ibunt in vitam aeternam: qui vero mala, in
  ignem aeternum. Haec est fides catholica, quam nisi quisque fideliter
  firmiterque crediderit, salvus esse non poterit. 
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Quem
  quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica. 
Porque
  aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida
  por toda a eternidade. 
A fé
  católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um
  só Deus. 
Sem
  confundir as Pessoas nem separar a substância. 
Porque uma
  só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo. 
Mas uma só
  é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória e co-eterna
  a majestade. 
Tal como é
  o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo. 
O Pai é
  incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado. 
O Pai é
  imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso. 
O Pai é
  eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 
E contudo não
  são três eternos, mas um só eterno. 
Assim como
  não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso. 
Da mesma
  maneira, o Pai é omnipotente, o Filho é omnipotente, o Espírito Santo é omnipotente. 
E contudo
  não são três omnipotentes, mas um só omnipotente. 
Assim o
  Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. 
E contudo
  não são três deuses, mas um só Deus. 
Do mesmo
  modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor. 
E contudo
  não são três senhores, mas um só Senhor. 
Porque,
  assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é
  Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são
  três deuses ou senhores. 
O Pai não
  foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém. 
O Filho
  procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado. 
O Espírito
  Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho. 
Não há,
  pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só
  Espírito Santo, e não três Espíritos Santos. 
E nesta
  Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as
  três Pessoas são co-eternas e iguais entre si. 
De sorte
  que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a
  Trindade na unidade. 
Quem,
  pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade. 
Mas, para alcançar
  a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor
  Jesus Cristo. 
A pureza
  da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus
  Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado na substância do Pai
  desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da
  sua Mãe. 
Deus
  perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana. 
Igual ao
  Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade. 
E embora
  seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo. É um, não porque a
  divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a
  humanidade. 
Um,
  finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa. 
Porque,
  assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a
  divindade e a humanidade formam um só Cristo. 
Ele sofreu
  a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou
  dos mortos. 
Subiu aos
  Ceus e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a
  julgar os vivos e os mortos. 
E quando
  vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta
  dos seus atos. 
E os que
  tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo
  eterno. 
Esta é a
  fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar. 
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(fonte Wikipédia)
Atanásio
(* 295 [?], em Alexandria – † 2 de maio de 373, em Alexandria). Bispo de
Alexandria de 328 até 373. Inimigo inexorável do arianismo, Atanásio foi, de
modo especial, o instrumento que levou a efeito a sua condenação no Concílio de
Niceia (365). É considerado o maior teólogo do seu tempo.
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