SAMUEL DAVIES
A Ressurreição Geral
“Vem a hora em que todos os que estão
nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da
condenação.” (Jo 5: 28-29 ARC)
Desde que o pecado entrou no mundo e a
morte pelo pecado, esta terra tem sido um vasto cemitério para os seus filhos.
Em todas as épocas e em cada lugar, esta sentença tem sido executada: “[Tu] és
pó e em pó te tornarás” (Gn
3:19). A terra tem sido arqueada com sepulcros, o alojamento final dos mortais,
e o fundo do oceano pavimentado com os ossos de homens. A natureza humana foi
no princípio limitada a um casal, mas logo e amplamente se espalhou! Quão
inconcebivelmente numerosos são os filhos de Adão! Quantas nações diferentes em
nosso globo contêm milhões de pessoas numa só geração! E quantas gerações se
sucederam com o decorrer do tempo dos últimos seis mil anos! Deixe a imaginação
evocar este exército muito extenso: crianças que apenas mal conheceram o nosso mundo
e depois partiram para um mundo desconhecido; os idosos que tiveram uma jornada
longa na vida: a mocidade florescente e a meia-idade; que eles passem em
revista, diante de nós, provenientes de todos os lugares e de todas as eras, e
que vasta e surpreendente multidão! Se a posteridade de um homem (Abraão) por
um filho foi, de acordo com a promessa divina, como as estrelas do Céu ou como
a areia à beira-mar, inumerável, que número pode computar as multidões que
saíram de todos os patriarcas, os filhos de Adão e Noé! Mas o que é feito
deles? Meu Deus! Eles se tornaram em terra, o seu elemento original; todos eles
estão encarcerados no sepulcro, exceto a presente geração, e nós estamos caindo
um após o outro, em rápida sucessão, naquele lugar designado a todos os que
vivem.
Não houve talvez um momento em cinco
mil anos em que um ou outro não tenha descido às mansões dos mortos. Em algumas
horas fatais, pela espada da guerra ou pelas mandíbulas vorazes de terremotos,
milhares tiveram o fio da vida cortado e foram imediatamente limpos e deixados
em enorme e promíscua mortandade. Número grandíssimo de pessoas além de
qualquer comparação está dormindo sob o solo. Lá, acha-se a beleza que dá a sua
excelência ao pó, apodrecendo em mau
cheiro e repugnância, e alimentando os vermes mais vis. Lá, acha-se a cabeça
que outrora usou uma coroa, tão abjeta e desprezível quanto o mais miserável
mendigo. Lá, acham-se os gigantes poderosos, os heróis e os conquistadores, os
Sansões, os Ajaxes, os Alexandres e os Césares do mundo! Lá, eles jazem
estúpidos, insensatos, inativos e incapazes de repelir os vermes que se
revoltam no tutano e fazem casas nas órbitas oculares, onde os olhos cintilavam
com brilho vivo. Lá, acham-se os sábios e os instruídos, tão podres, tão
impotentes quanto os tolos. Lá, acham-se alguns com quem antigamente conversámos,
alguns que eram nossos amigos, nossos companheiros; e lá, acham-se os nossos
pais e mães, os nossos irmãos e irmãs.
E eles ficarão lá para sempre? Este
corpo, este artefato singular do Céu, feito tão maravilhosa e temerosamente,
jazerá sempre em ruínas e nunca será restaurado? Os extensos vales de ossos
secos nunca mais reviverão? Sabemos isto, que “não é impossível para Deus
ressuscitar os mortos.” Aquele que formou o nosso corpo do nada certamente pode
formá-lo de novo e pode reparar os estragos do tempo e da morte. Mas qual é a Sua
vontade declarada neste caso? O assunto volta-se para isto, o que está revelado
completamente no meu texto: “Vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros”, sem exceção, “ouvirão a Sua voz [do Filho de Deus), e [...] sairão”
(Jo 5:28-29).
E para que fim sairão? Para cada
propósito diferente: uns para “a ressurreição da vida” e outros para “a
ressurreição da condenação” (v. 29).
E qual é a base para esta enorme
distinção? Ou qual é a diferença em carácter entre os que receberão tão
diferente destino? Esta: Os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os
que fizeram o mal, para a condenação. É isto, e somente isto, que será a norma de
distinção.
Evitarei toda artimanha no meu método
de tratamento deste assunto, e só pretenderei ilustrar as várias partes do
texto. “Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o
bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a
ressurreição da condenação” (Jo 5.28,29).
I. “Os que estão nos sepulcros ouvirão
a Sua voz.” A voz do Filho de Deus aqui provavelmente significa o som da
trombeta do arcanjo, que é denominada a Sua voz, porque soou por Sua ordem e atendeu
com o Seu poder avivador. Esta chamada despertadora dos inquilinos do sepulcro
encontramo-la predita nas Escrituras. Eu o remeterei a duas passagens claras.
“Eis aqui”, diz o apóstolo Paulo, “vos digo um mistério”; um segredo importante
e surpreendente, “na verdade, nem todos dormiremos”, quer dizer, a humanidade
toda não estará dormindo na morte, quando aquele dia vier. Haverá uma geração
vivendo na terra, e ainda que esta não tenha uma ressurreição formal, contudo
passará por uma transformação equivalente. “Todos seremos transformados”, diz
ele, “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque
a trombeta soará”, dará o alarme e no mesmo instante em que o clangor terrível
for ouvido todos os que vivem serão transformados em imortais. “Os mortos
ressuscitarão incorruptíveis”, e “nós [os que estivermos vivos] seremos
transformados” (1Co 15:51-52). Esta é toda a diferença: eles serão
ressuscitados incorruptíveis e nós seremos transformados. Este terrificante
prelúdio da trombeta também é mencionado de novo: “Nós, os que ficarmos vivos
para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.” Não chegaremos antes
deles ao encontro de nosso descende Senhor, “porque o mesmo Senhor descerá do Céu
com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus”, ou seja, com
trunfo divino, como a soar da Sua majestade, “e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:16), quer dizer, antes que os vivos sejam
arrebatados nas nuvens para o encontro do Senhor nos ares. Quando eles ressuscitarem
e os vivos forem transformados, todos subirão juntos para o lugar de
julgamento.
Meus irmãos, percebam a majestade e o
terror deste alarme universal. Os mortos estão dormindo no sepulcro silencioso;
os que vivem estão descuidados e despreocupados do grande evento, ou absortos
em outras ocupações; alguns dormem nas altas horas da noite; outros
dissolveram-se em prazeres sensuais, comendo e bebendo, casando-se e dando-se
em casamento; ainda outros estão planeando ou executando esquemas para obter
riquezas ou honras; uns no próprio ato do pecado; a generalidade estúpida,
descuidada das preocupações da eternidade, estando o dia terrível bem prestes a
suceder. Outros poucos, aqui e ali, estão conversando com Deus, e “aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13), enquanto o curso da natureza continua uniforme
e regular como sempre, e os escarnecedores infiéis, ressentindo-se com isso,
perguntam: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais
dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3:4).
Que surpresa será para um mundo descuidado! Se neste momento esse alarme
irrompesse sobre as nossas cabeças, em que terror muitos ficariam nesta assembleia?
Tal será o terror, tal a consternação, quando de facto suceder. Os pecadores
serão as mesmas criaturas tímidas e auto-condenadas, como são agora. E não
poderão tapar os ouvidos que agora são surdos a todos os chamamentos mais
gentis do Evangelho. O trunfo de Deus os constrangerá a ouvir e temer, a quem
os ministros de Cristo hoje pregam em vão. Então todos terão de ouvir, pois:
II. O meu o texto fala-lhes: “Todos os
que estão nos sepulcros”, todos sem exceção, “ouvirão a Sua voz.” Agora a voz
da misericórdia chama, a razão pleiteia, a consciência adverte, mas as
multidões não ouvirão. Mas esta é uma voz que alcançará, que tem de alcançar
cada uma das centenas de milhares de pessoas do género humano, e nenhuma delas
poderá tapar os ouvidos. As crianças e os gigantes, os reis e os súbditos, de
todas as classes sociais, de todas as eras da humanidade, ouvirão a chamada. Os
que vivem serão levados e transformados, e os mortos ressuscitados ao ecoar do
som. O pó que outrora estava vivo e formava um corpo humano, quer esteja voando
no ar, flutuando no oceano ou vegetando na terra, ouvirá a ordem da nova
criação. Para onde quer que os fragmentos da estrutura humana tenham sido
espalhados, esta chamada que a tudo penetra alcançá-los-á e trá-los-á à vida.
Podemos considerar esta voz como uma convocação, não só para o corpo morto
ressuscitar, mas também para a alma que outrora o animava, para que apareçam e
sejam reunidos, quer no Céu, quer no Inferno. Para o sepulcro, a chamada será:
“Ressuscitem, mortos, e venham para o julgamento”; para o Céu, será: “Espíritos
dos justos aperfeiçoados” (Hb 12:23), “desçam ao mundo de onde vocês
originalmente vieram e assumam os vossos corpos recém-formados”; para o Inferno,
será: “Saiam e apareçam, espíritos malditos, prisioneiros das trevas, e sejam
unidos novamente aos corpos nos quais vocês pecavam antigamente, para que neles
vocês sofram agora.” Assim esta convocação se espalhará por todos os cantos do
Universo; e o Céu, a Terra e o Inferno, e todos os seus habitantes ouvirão e
obedecerão. Os demónios, como também os pecadores de nossa raça, tremerão ao
ouvirem; pois agora eles sabem que não podem mais pleitear como outrora
fizeram: “Não nos atormentem antes do tempo”, pois o tempo chegou, e eles têm
de se juntar aos prisioneiros no recinto do tribunal. E agora, quando todos os
que estiverem nos sepulcros ouvirem esta voz despertadora,
III. Eles “sairão.” Acho que vejo, que
ouço a Terra agitando-se, capelas mortuárias chacalhando-se, tumbas
rebentando-se, sepulcros abrindo-se com violência. Agora as nações debaixo da Terra
começam a se agitar. Há um ruído e uma agitação entre os ossos secos. O pó está
totalmente vivo e em movimento, e o globo parte-se e sacode-se como num terramoto,
enquanto este exército imenso abre o seu caminho e prorrompe-se em vida. Os
restos mortais dos corpos humanos estão espalhados por toda parte, e passaram
por muitas e surpreendentes transformações. Um membro num lugar, e outro noutro;
aqui, a cabeça, e ali, o tronco, e o oceano encrespando-se entre eles.
Multidões afundaram-se no sepulcro das águas, foram tragadas pelos habitantes
das profundezas e transformadas numa parte da carne deles. Multidões foram
comidas por animais e pássaros de rapina e incorporadas neles; e uns foram
devorados por membros da raça humana no furor de uma fome desesperada ou de
selvagem apetite canibal, e assimilados numa parte deles. Multidões moldaram-se
em pó. E este foi soprado pelos ventos, carregado pelas águas, petrificado em
pedras ou queimado em tijolos para formar habitações para a sua posteridade. Ou
este pó cresceu em grãos, árvores, plantas e outros legumes que são o sustento
de homens e animais, e são transformados em carne e sangue. Mas através de
todas estas várias transformações e mudanças, nem uma partícula que era
essencial a determinado corpo humano foi perdida ou incorporada noutro corpo
humano, para se tornar parte essencial dele. E quanto às partículas que não
eram essenciais, elas não são necessárias à identidade do corpo ou da pessoa;
e, portanto, não precisamos pensar que ressuscitarão. O Deus omnisciente sabe
coletar, distinguir e compor todas essas sementes espalhadas e misturadas do
nosso corpo mortal. E agora, ao som da trombeta, todas serão coletadas de onde
quer que tenham sido espalhadas; todas serão apropriadamente ordenadas e
unidas, por mais que estejam embaralhadas; átomo a seu átomo, osso a seu osso.
Acho que agora vocês podem ver o ar
escurecido com fragmentos de corpos voando de região a região para se encontrar
e unir às suas partes adequadas.
Então, meus irmãos, o seu pó e o meu
serão reanimados e organizados; “e depois de consumida a minha pele, ainda em
minha carne verei a Deus” (Jb 19:26).
E que tremendo desenvolvimento terá a
natureza frágil do homem! O corpo será substancialmente o mesmo; mas muito
diferente em qualidade, em força, em agilidade, em capacidade ao prazer ou dor,
em beleza ou deformidade, em glória ou terror, de acordo com o carácter moral
da pessoa a que pertence. A matéria, como sabemos, é capaz de alterações e de refinamentos
prodigiosos; e lá aparecerá na mais alta perfeição. O corpo dos santos será
formado glorioso, incorruptível, sem as sementes da doença e da morte. O corpo
glorificado de Cristo, que indubitavelmente foi elevado à mais sublime
perfeição de que a matéria é capaz, será o padrão segundo o qual o nosso corpo
será formado. “[Ele] transformará o nosso corpo abatido”, declara o apóstolo
Paulo, “para ser conforme o Seu corpo glorioso, segundo o Seu eficaz poder de
sujeitar também a Si todas as coisas” (Fp 3:21). “Carne e sangue”, no seu atual
estado de brutalidade e fragilidade, “não podem herdar o Reino de Deus, nem a
corrupção herda a incorrupção. Porque convém que isto que é corruptível se
revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da
imortalidade” (1Co 15:50-53). E que tamanha mudança, quanta melhoria deste
atual estado! “Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção.
Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza,
ressuscitará com vigor” (1Co 15:42-43). Então o corpo poderá suportar o “peso
eterno de glória mui excelente”; já não será mais um obstáculo ou dificuldade
para a alma, mas um instrumento adequado e assistente em todos os exaltados
serviços e prazeres do estado divino.
O corpo dos ímpios também será
aperfeiçoado, mas a sua melhoria será terrível e vingativa. A sua capacidade
será totalmente aumentada, mas talvez para ser capaz de maior miséria; ele será
fortalecido, mas talvez para suportar a mais pesada carga de tormento. A suas
sensações serão mais prontas e fortes, mas talvez para sentir a mais intensa
dor.
Na ressurreição ele tornar-se-á
imortal para que não possa ser consumido pelo fogo eterno, ou escapar do
castigo pela decomposição ou aniquilação. Em suma, o aumento de força, a
ampliação de capacidade e a imortalidade serão a sua maldição eterna; e eles de
boa vontade trocariam isso pela duração passageira de uma flor marcescível ou
elas débeis sensações de uma criança. O único poder no qual eles se alegrariam
é na auto-aniquilação.
Quando o corpo estiver completamente
formado e apropriado para ser habitado, a alma que outrora o animava é
recolhida do Céu ou do Inferno, reentra e toma posse das antigas mansões. Ela é
unida em vínculos que nunca mais se desfarão; e o tabernáculo moldado orna-se
agora habitação perpétua.
Com que alegria o espírito dos justos
dará as boas-vindas ao seu antigo companheiro do longo sono no pó, e felicitará
a ressurreição lodosa! Quanto se regozijará ao reentrar na sua antiga
habitação, agora tão inteiramente restaurada e altamente aperfeiçoada! Para o
espírito encontrar o corpo que outrora era o seu empecilho, outrora frágil e
mortal, no qual estava encarcerado e enfraquecido, outrora a sua tentação,
maculado com as sementes do pecado, agora seu assistente e sócio nos assuntos
do Céu, agora vigoroso, incorruptível e imortal, agora livre de todas as
misturas corruptas e brilhando em toda a beleza da santidade perfeita! Nesse
corpo, ele outrora servia a Deus com esforços honestos, embora fracos, em
conflito com o pecado e a tentação, e passou por todas as provas e adversidades
conjuntas da mortalidade e da vida cristã. Mas agora, espírito e corpo estão
unidos para propósitos mais elevados e felizes. Os pulmões que outrora se
sacudiam com suspiros penitenciais e gemidos, agora bradam de alegria e louvam
ao seu Deus e Salvador. O coração outrora partido de tristeza, agora é refeito
para sempre e transbordará com prazeres imortais. Esses mesmos olhos de onde
escorreram lágrimas e que viram muitas visões trágicas, “verão o Rei na sua
formosura” (Is 33:17), verão o Salvador, o qual, embora não vissem, amavam, e
todas as glórias do Céu; e “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Ap 7:17).
Todos os sentidos, que outrora eram avenidas da dor, agora são passagens do
mais exaltado prazer. Em resumo, cada órgão, cada membro será empregado nos
mais nobres serviços e prazeres, em lugar da faina sórdida e laboriosa e dos
sofrimentos dolorosos do presente estado. Bendita mudança! Alegrem-se, filhos
de Deus, na perspectiva de todas essas coisas.
Mas como refletirei no terrível caso
do ímpio naquele tremendo dia! Enquanto o corpo irrompe do sepulcro, espetáculo
miserável de horror e deformidade, vejam os milhões de espíritos sombrios que
outrora animavam o seu respetivo corpo, subirem como colunas de fumaça do Inferno!
Com que relutância e angústia cada espírito reentra na sua antiga habitação!
Que reunião terrível! Que saudações chocantes! “E tenho de ser encadeada
novamente a ti (talvez diga a alma culpada), corpo amaldiçoado e poluído,
sistema de deformidade e terror! Em ti, eu outrora pequei, através de ti, eu
fui outrora enlaçada, humilhada e arruinada. Para satisfazer as tuas
concupiscências e apetites vis, negligenciei os meus próprios interesses
imortais, degradei a minha dignidade nativa e fiz-me miserável para sempre. E
agora tu encontraste-me para me atormentar para sempre? Gostaria que tu ainda
estivesses dormindo no pó e nunca fosses restaurado novamente! Deixa-me, antes,
ser condenada a animar um sapo ou uma serpente que esse corpo odioso outrora
contaminado com o pecado e instrumento dos meus prazeres culpados, agora
fortalecido e imortalizado para me atormentar com dores pungentes e imortais. Outrora
tu realmente deste-me sensações de prazer, mas agora tu te transformaste numa
máquina de tortura. Nunca mais verei por teus olhos a luz alegre do dia, e os
belos prospectos da natureza, mas as trevas espessas do Inferno, os espíritos
horrendos e horríveis, o Céu a uma distância intransponível e todas as visões
repugnantes de aflição nas regiões infernais. Nunca mais os teus ouvidos me
encantarão com a harmonia de sons, mas aterrorizar-me-ão e afligir-me-ão com o
eco dos gemidos eternos e o trovão da vingança omnipotente! Nunca mais a
satisfação dos teus apetites me proporcionará prazer, mas os teus apetites,
eternamente famintos e insatisfeitos, atormentar-me-ão com os desejos ávidos e
inoportunos. Nunca mais a tua língua será empregada no júbilo, escárnio e
canção, mas na queixa, no gemido, na blasfémia e no urro para sempre. Os teus
pés que outrora andavam nos caminhos floridos e encantados do pecado, agora têm
de andar na terra ardente e escura do Inferno. Oh meu companheiro miserável! Eu
separei-me de ti com dor e relutância nos estertores da morte, mas agora
encontro-me com maior terror e agonia. Volta à tua cama no pó; vai dormir e
apodrecer, e nunca mais me deixes ver o teu semblante chocante.” Petição vã! A
alma relutante tem de entrar na sua prisão, de onde nunca mais será mandada
embora. E se entregássemos a imaginação a tão distantes raias, suporíamos o
corpo a recriminar com esta linguagem: “Vem, alma culpada, entra na tua antiga
mansão. Se é horrível e chocante, é por tua causa. Não estava a estrutura
animal, a natureza brutal, sujeita ao teu governo, que és um princípio
racional? Em vez de seres humilhada por mim, cabia-te a ti não somente teres
retido a dignidade da tua natureza, mas também teres exaltado a minha, mediante
ocupações mais nobres e satisfações dignas de um corpo terreno unido a um
espírito imortal. Tu podias ter contido os meus membros de serem os
instrumentos do pecado, e feito deles os instrumentos da justiça. Os meus
joelhos ter-se-iam dobrado diante do trono da graça, mas tu não proporcionaste
essa postura. Os meus olhos teriam lido e meus ouvidos escutado a Palavra da
vida; mas tu não os colocaste a esse serviço ou não cuidaste disso. E agora é
senão justamente pelo corpo que tu te prostituíste ao pecado que deveria ser o
instrumento do teu castigo. Com efeito, desejaria recair na terra insensata
como eu estava e continuar naquela insensibilidade para sempre — mas não
ouviste agora mesmo a trombeta despertadora? Não foi até mesmo capaz de sacudir
as fundações da tua prisão infernal? Foi essa chamada que me despertou e me
chamou para encontrar-te, a qual não pude resistir. Portanto, vem, alma
miserável, toma posse desta estrutura e preparemo-nos para o fogo eterno. Quem
dera que fosse possível morrer! Se nos pudéssemos separar de novo e nunca mais
nos unir! Desejo vão; o peso das montanhas, as dores cruciantes do Inferno, as
chamas do fogo inextinguível, nunca podem dissolver estas cadeias que agora nos
prendem!”
Mas para que fim ressuscitam estas
multidões adormecidas? Para que propósito saem? O meu texto vai dizê-lo a vós.
IV. “Os que fizeram o bem sairão para
a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”
(Jo 5: 28-29). As multidões são chamadas dos sepulcros para comparecer diante
do tribunal, e tiradas da prisão por guardas angelicais para sofrer o último
julgamento. E como neste julgamento imparcial se comprovará que são indivíduos
de carácter muito diferentes, o justo Juiz da terra pronunciará o destino
diferente de cada um adequadamente.
Vejam uma multidão gloriosa, “a qual
ninguém [pode] contar” (Ap 7:9), publicamente absolvida, pronunciada bendita e
recebida no “Reino que [lhe] está preparado desde a fundação do mundo” (Mt
25-34). Agora esses indivíduos entram num estado que merece o nome de vida.
Eles estão totalmente vivos, totalmente ativos, são totalmente gloriosos,
totalmente felizes. Eles “resplandecerão como o resplendor do firmamento, [...]
como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12:3). Todas as suas faculdades
transbordam de felicidade. Eles misturam-se com a gloriosa companhia dos anjos;
vêem o Salvador, a quem, não vendo, amavam; habitam em intimidade eterna com o
Pai dos espíritos; servem-se de delícias sempre novas e crescentes nos sublimes
serviços do santuário divino. Jamais temerão nem sentirão o menor toque de
tristeza, dor ou qualquer tipo de miséria, mas serão tão felizes quanto a sua
natureza pode admitir por uma duração imortal. Que nova criação gloriosa temos
aqui! Que criaturas ilustres formadas do pó! E nós unir-nos-emos a esta
companhia feliz? Alguém de nós, criaturas fracas, agonizantes e pecadoras,
compartilhará dessa glória e felicidade? Esta é uma interessante investigação,
e devo fazê-los pensar nisso com ansiedade trémula; presentemente vou responder
a seu tempo. A visão seria aprazível, se a nossa caridade tivesse a esperança
de que este será o bem-aventurado fim de todos os filhos dos homens. Mas, ai de
nós! Multidões, e temos razão para temer que o maior número possível sairá, não
para a ressurreição da vida, mas para a ressurreição da condenação! Que terror
há no som! Se pecadores audaciosos no nosso mundo fazem pouco caso disso e oram
por isso em cada ocasião insignificante, os seus irmãos no Inferno que sentem o
tremendo significado dessa situação não são tão robustos, mas tremem e gemem, e
já não gracejam mais.
Vamos conscientizar-nos do miserável
destino desta classe do género humano. Vejam-nos irromperem para a vida
advindos dos calabouços subterrâneos, formas horrorosas de deformidade e
terror, expressivas do desígnio vingativo para o qual os seus corpos são
restaurados, e das paixões tumultuosas e malignas que lhes saqueiam a alma. O
horror pulsa por cada veia e cega-lhes selvagem e furiosamente os olhos. Cada
junta treme e cada semblante parece abatido e sombrio.
Agora eles vêem aquele tremendo dia do
qual foram avisados em vão, e estremecem diante dos terrores dos quais fizeram
pouco caso. Eles de imediato sabem o grande assunto do dia, e o propósito
terrível para o qual foram levantados do estado de dormência em que estavam no
sepulcro: para serem julgados, condenados, sentenciados e arrastados para a
execução. A consciência antecipou o julgamento num estado separado; e no mesmo
instante em que a alma é unida ao corpo, imediatamente a consciência sobe para
seu trono no peito, e começa a acusar, condenar, sentenciar, censurar e
atormentar.
O pecador é condenado, condenado em
seu próprio tribunal, antes de chegar ao recinto do tribunal do Juiz. O
primeiro ato de consciência no seu novo estado de existência é a convicção de
que ele está condenado, uma criatura irrevogavelmente condenada. Ele entra no
tribunal, sabendo de antemão o que lhe sucederá. Quando ele se dá conta de que
é mandado para a esquerda do Juiz, quando ouve a sentença terrível trovejada
contra ele: “Aparta-te de mim, maldito”, era somente o que ele esperava. Agora
ele pode lisonjear-se com esperanças vãs, e fechar os olhos contra a luz da
condenação, mas então não pode mais esperar pelo melhor; ele tem de conhecer o
pior do seu caso. A formalidade do julgamento judicial é necessária para a
condenação do mundo, mas não para ele; a própria consciência já lhe determinou
a condição. Entretanto, para convencer os outros da justiça do seu destino, ele
é arrastado e escoltado do sepulcro ao tribunal por demónios ferozes e
implacáveis, hoje seus tentadores, amanhã seus atormentadores. Com que horror
ele vê o trono ardente e a face carrancuda do Juiz, o Jesus a quem no passado
ele desconsiderou, a despeito de todo o seu amor agonizante e da salvação que
Ele ofereceu! Quanto ele deseja que pedras e montanhas o cubram para o esconder
dos olhos bravos de Jesus! — mas debalde. Ele deve comparecer. É-lhe ordenado
ir para a esquerda, entre os criminosos trémulos; e agora o julgamento começa.
Todas as más ações e todas as omissões de dever são agora apresentadas contra
ele. Todas as misericórdias que ele rejeitou, todos os castigos que menosprezou,
todos os meios de graça que negligenciou ou não valorizou, toda a palavra
pecadora e até toda a palavra ociosa, mesmo os pensamentos e disposições mais
secretos, tudo é exposto e levado a julgamento contra ele. E quando o Juiz lhe
pergunta: “Não é assim, pecador? Estas acusações não são verdadeiras?”, a
consciência obriga-o a confessar e a clamar: “Culpado! Culpado!” E agora sendo
o trémulo criminoso claramente réu convicto e deixado sem argumento e sem
desculpa, o Juiz supremo, na majestade severa e justiça inexorável, troveja a
sentença terrível: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). Destino tremendo!
Cada palavra é aumentada com terror e
lança um raio pelo coração. “Aparta-te: fora da minha presença: não posso
suportar tão repugnante visão. Certa vez eu convidei-te para vires a mim a fim
de que tivesses vida, mas tu não consideraste o convite; e agora tu nunca mais
ouvirás a voz convidativa. Aparta-te de mim, a única fonte de felicidade, o
único bem adequado para a mente imortal.” “Mas, Senhor” (podemos supor que o
criminoso diga), “se eu tenho de apartar-me, abençoa-me antes que eu vá.”
“Não”, diz o Juiz irado, ‘aparta-te amaldiçoado; aparta-te com a minha maldição
eterna e pesada sobre ti; a maldição daquele poder que te fez; uma maldição
terrivelmente eficaz, que lança pelos ares tudo o que atinge como clarões de
raio consumidor e irresistível.” “Mas se tenho de apartar-me debaixo da Tua
maldição” (talvez o criminoso diga), “que este seja todo o meu castigo;
deixa-me apartar-me para um recanto agradável, ou pelo menos tolerável, onde eu
possa encontrar algo para mitigar a maldição.” “Não, aparta-te para o fogo; lá,
queima-te em todas as torturas excruciantes daquele elemento ultrajante.” “Mas,
Senhor, se tenho de fazer a minha cama no fogo, que seja uma chama passageira
que logo se extinga e ponha um fim ao meu tormento.” “Não, aparta-te para o
fogo eterno; lá, queima-te sem consumir e sê atormentado sem fim.” “Mas,
Senhor, concede-me”, grita o pobre miserável, “pelo menos a mitigação de
companhia amigável, divertida e agradável; ou, caso isto não seja possível,
conceda-me este pequeno pedido, que quase nem é pedido: ser sentenciado a algum
canto solitário do Inferno, onde serei castigado só pela minha própria
consciência e pela tua mão imediata. Mas, livra-me desses demónios maliciosos e
atormentadores; bane-me para algum quarto na cova infernal longe da sociedade
deles.” “Não, aparta-te para o fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos:
tu tens de tomar parte no miserável bando para sempre; tu te uniste a eles no
pecado, e agora tens de compartilhar do castigo deles; tu te submeteste a eles
como od teus tentadores, e agora tens de te submeter a eles como os teus
atormentadores.”
Sendo a sentença pronunciada, é
imediatamente executada. “Estes irão para o castigo eterno.” Os demónios
arrastam-nos para o Inferno, e empurram-nos com força para baixo. Lá, eles são
confinados em cadeias de trevas, e num lago que queima com fogo e enxofre, para
sempre, para sempre! Nessa palavra terrível acha-se a ênfase do tormento; é um Inferno
no Inferno. Se pudessem ser libertados da dor, embora fosse por aniquilação
depois de terem lamentado por dez bilhões de eras em dor extrema, haveria uma
mitigação, um pouco de encorajamento. Mas, ai! Quando se tiverem passado o
equivalente a milhões de eras como as estrelas do Céu, ou as areias da
beira-mar, ou os átomos de pó deste enorme globo de terra, o castigo deles
estará longe de um fim como no momento em que a sentença foi pronunciada. Para
sempre! Esta palavra não se exaure; e quando é anexada ao mais alto grau de
miséria, o terror do som é totalmente insuportável. Vejam, senhores, o que
depende do tempo, esse intervalo de tempo que desfrutamos nesta vida passageira.
A eternidade! A terrível e importantíssima eternidade depende disso.
Enquanto isso, a consciência rasga o
coração do pecador com as reflexões mais atormentadoras. “Que oportunidade
justa eu tive de salvação, tivesse eu me aproveitado dela! Eu fui avisado das
consequências de uma vida de pecado e descuido; disseram-me da necessidade de
fé, de arrependimento e de santidade universal de coração e vida. Gozei de
espaço suficiente para arrependimento e todos os meios necessários de salvação,
mas, tolo que fui, negligenciei tudo, abusei de tudo; recusei-me a separar-me
dos pecados; recusei-me a engajar-me seriamente na religião e buscar a Deus com
zelo; e agora estou perdido para sempre, sem esperança. Por um desses meses,
uma dessas semanas ou tanto quanto um desses dias ou horas que desperdicei; com
que seriedade, com que solicitude eu me aproveitaria disso! Mas todas as minhas
oportunidades passaram, para lá da recuperação, e nem um momento me será dado
para este propósito, nunca mais. Que tolo fui em vender a minha alma por tais
ninharias! Dar tão pouca importância ao Inferno, e entrar no Inferno por mera
negligência e descuido! Pecadores impenitentes e negligentes, ainda que hoje
vocês possam silenciar ou abafar os brados da vossa consciência, contudo o
tempo, ou, antes, a terrível eternidade vindoura, quando eles falarão apesar de
você, quando eles falarão à vontade, e serão sentidos pelo coração mais
endurecido e sem remorso. Portanto, considerem hoje estas advertências enquanto
são meios da vossa restauração.
Vocês e eu, meus irmãos, estamos
preocupados com o advento solene do dia que tenho descrito. Você e eu seremos
transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, ou enquanto estivermos
criando bolor no sepulcro, ouviremos a voz do Filho de Deus e sairemos, ou para
a ressurreição da vida, ou para a ressurreição da condenação. E qual, meus
irmãos, será o nosso destino? E hoje, quem é para a vida e quem é para a
condenação entre vocês? Estas características têm a intenção de fazer a
distinção entre vocês, e minha oração é que vocês as apliquem para esse
propósito.
Quanto aos que, entre todas as suas
enfermidades deploradas, estão honestamente esforçando-se em fazer o bem e
aflitos de coração por não poderem fazer mais, vocês também têm de morrer — têm
de morrer e alimentar os vermes no pó. Mas vocês ressuscitarão gloriosamente
aperfeiçoados, ressuscitarão para uma vida imortal, e em todos os terrores e
consternação desse último dia vocês estarão seguros, serenos e tranquilos. O
Juiz Todo-poderoso será vosso amigo, e isso basta. Que este pensamento desarme
o rei dos terrores, e vos dê coragem para olharem para baixo no sepulcro e para
frente ao grande dia que surge. Que imortalidade feliz abre os vossos
prospectos gloriosos além da visão que está diante de vocês! Depois de mais
algumas lutas neste estado de guerra, e de descanso por pouco tempo na cama da
morte, vocês chegarão às regiões da bem-aventurança eterna e ali assumirão a
vossa residência para sempre.
Mas não há aqui alguns que estão
cônscios de que estas características favoráveis não lhes pertencem? Que sabeis
que o bom procedimento não é a ocupação da vossa vida, mas que são obreiros da
iniquidade? Eu digo-vos claramente e com toda a autoridade que a Palavra de
Deus me confere, que se continuarem assim, vocês ressuscitarão para a
condenação. Esse será indubitavelmente o vosso destino, a menos que vocês sejam
grandemente transformados e restaurados no coração e na vida. E isto não os
encorajará a esforços vigorosos? Vocês são a prova contra a energia de tal
consideração? Acordem, pecadores descuidados, da vossa segurança, e preparem-se
para a morte e o julgamento! Esta vida efémera é todo o tempo que vocês têm de
preparação, e vocês não o levarão a sério? O vosso tudo, o vosso todo eterno é
colocado no único lance de vida, e você tem de suportar a casualidade dos
dados. Vocês não podem fazer senão um experimento, e se falhar, pela vossa
indolência ou má administração, vocês estarão irrecuperavelmente perdidos para
sempre. Portanto, pela autoridade terrível do grande Deus, pelos terrores da
morte e pelo grande dia que surge, pelas alegrias do Céu e pelos tormentos do Inferno,
e pelo valor da vossa alma imortal, eu peço, eu rogo, eu suplico que vocês
despertem da vossa segurança e aproveitem os momentos preciosos da vida. O
mundo está morrendo à vossa volta. E vocês podem ficar descansando à vontade em
tal mundo, enquanto estão despreparados para a eternidade? Acordem agora para a
justiça, para a chamada gentil do Evangelho, antes que a última trombeta vos dê
um outro tipo de alarme.
“A Ressurreição Geral”, de Samuel
Davies (1723-1761), In “Great Sermons
ofthe World”, Hendrickson Publishers, Peabody, Massachussetts, E. U. A, 1.ª
Edição, 1997.
Samuel Davies, o “Apóstolo da Virgínia”,
nasceu em Summit Ridge, perto de New Castle, no Delaware, na antiga colónia
inglesa da Nova Inglatera, hoje E. U. A., no dia 3 de novembro de 1723, foi um
eloquente pregador, admirado nos dois lados do Atlântico, tanto na Velha como
na Nova Inglaterra.
Davies escrevia
os seus sermões com grande cuidado, mas, quando os entregava, era livre e
eloquente. Em certa ocasião, fazendo um comentário sobre a sua própria
pregação, afirmou: “Talvez uma vez em cada três ou quatro meses eu prego na
medida certa que desejo, ou seja, prego como na presença de Deus e é como se
houvesse um passo que separasse o púlpito do tribunal supremo. Eu assim o
sinto. Eu encharco-me em lágrimas ou estremeço de horror quando denuncio os
terrores do Senhor. Eu inflamo-me, elevo-me em êxtase santo quando o amor de
Jesus é o meu tema:
“Tenho pregado como se tivesse a certeza de que nunca mais
pregaria de novo;
E como homem moribundo a homens moribundos.”
Além
disso, Samuel Davies foi um escritor prolífico, até poeta, sendo que alguns dos
seus poemas foram usados no culto divino como hinos de louvor a Deus.
Finalmente,
em Princeton, Nova Jersey, na Nova Inglaterra, no dia 4 de fevereiro de 1761,
Samuel Davies terminou a sua carreira terrestre.
1 comentário:
Tema por demais sugestivo para a atualidade. Profundo!!!
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