… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

São dignos de morte





José Fontoura
São dignos de morte
De todos os conflitos armados que têm ensanguentado o mundo nestes dois últimos séculos, a Segunda Guerra Mundial (1939-45) foi o que atingiu verdadeiras dimensões de hecatombe, com os seus cerca de sessenta milhões de mortos e centenas de milhares de estropiados. Todos os povos, praticamente, sofreram os seus terríveis efeitos, direta ou indiretamente, nos domínios material, físico e moral. Grandes valores históricos, arquitectónicos e outros, foram consumidos na voragem da destruição. Tão trágicas ocorrências, julgadas impossíveis pelos ideólogos, pacifistas e humanistas da última metade do século XIX, puseram em sobressalto os líderes das maiores potências. Para impedir a repetição de tais tragédias, quase sempre com origem em clamorosas injustiças, foi escrita a Carta das Nações Unidas, em 1945, na cidade norte-americana de S. Francisco, pelos representantes de cinquenta nações. Nela ficaram consignados os “Direitos do Homem.”. Pelo que ficou preceituado, cada cidadão é protegido nos seus direitos e liberdades.

O carácter unilateral dos Direitos do Homem - como se só o homem tivesse direitos -, denuncia por si só o princípio da violação dos Direitos de Deus. Muito antes que a Carta das Nações Unidas definisse os direitos do homem, já Deus o tinha feito: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12:31). Meu próximo é o meu familiar, o meu vizinho, o que me serve e a quem eu sirvo, compro ou vendo, com quem convivo, viajo, estudo, e as sim por diante. Amá-lo, é reconhecer os seus direitos como legítimos e proceder para com ele em conformidade com isso.

Quanto a direitos, porém, apenas referimos o último de uma lista que começa antes: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças” (Mc 12:30).

Nesta síntese bilateral Deus reivindica os Seus direitos e declara, a seguir, os do homem em condições de reciprocidade, como quem diz: “Dou-te para que tu Me dês. “ Os primeiros direitos pertencem justamente a Deus, como Criador e Sustentador de tudo que é bom. Depois, os do homem que é o grande beneficiário.

Outra máxima: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21). Distinga-se, portanto, entre o que cabe ao homem e o que é devido exclusivamente a Deus. O seu a seu dono, a cada um o que é seu. Que aconteceu afinal? “Mudaram a verdade de Deus em mentira; e honraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é Bendito eternamente” (Rm 1:25). Foi isto que eles fizeram. «Honraram e serviram a criatura em lugar do Criado!». Existencialismo e humanismo, juntos, penetraram em todas as áreas das atividades humanas com o fermento que leveda toda a massa. Alienaram o conceito de Deus da mente do homem e colocaram este no centro e acima de tudo. Ora, “como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, Ele os abandonou às paixões infames. Até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. Semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza, e recebendo em si mesmos a penalidade devida ao seu erro” (Rm 1: 29-27).

“Deus os abandonou”. Abandonou os novos construtores da nova Torre de Babel, porque eles O abandonaram e retiraram do seu audacioso projecto de criar para o homem um paraíso na Terra. Esse empreendimento,·tentado sem Deus, está a redundar num colossal fiasco. Ergue-se um grito, cada vez mais universal. Todos acusam a todos da violação dos direitos do homem que eles mesmos criaram. Tudo começa pelo nefando crime do aborto, que nega ao embrião humano indefeso o direito de se desenvolver no seio materno e nascer. Seguem-se os atropelos aos direitos dos vivos, praticados com requintes de malvadez e nas condições mais abjectas, horrendas e condenáveis. No lugar do tal “paraíso”, estes obreiros logram transformar o mundo num pântano cercado de víboras. Razão tem o Senhor para dizer: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).

O homossexualismo, emergente do dito pântano e retratado nesta passagem das Escrituras, teve a sua localização conhecida em Sodoma e Gomorra. Deus varreu as duas cidades do mapa com um dilúvio de fogo. Essa-aberração nojenta aí está novamente, desta vez à escala mundial, e já se introduziu em todos os escalões da sociedade, incluindo o clero. Os seus praticantes envergonham-se de serem homens e fazem concorrência às mulheres da má vida. Embora creiam na teoria da evolução, um certo saudosismo fá-los entrar na corrente da involução que os leva de volta à sua origem animalesca.

A sociedade aceita-os sem repugnância, alegando o direito à diferença, e até lhes confere estatuto. E quanto mais despudorados e exibicionistas eles são tanto mais os admira. E não só os aceita como não admite que alguém reprove essa conduta abominável.

Face a esta cumplicidade entre homossexuais e outros, Deus declara-os dignos de morte. Exatamente assim: “São dignos de morte os que tais coisas praticam” (Rm 1:32). Enquanto o quarto anjo não derrama a sua taça sobre o Sol, para abrasar os homens com fogo, estes sodomitas já estão “recebendo em si mesmos a penalidade devida ao seu erro” (Ap 16:8; Rm 1:27).

No principio, “Deus formou a mulher e trouxe-a ao homem. E disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a Terra ... “ (Gn. 2:22; 1:28). Presentemente, o Diabo, que faz tudo ao contrário; dá ao homem, não uma mulher, mas, sim, outro homem. E como que lhes diz o mesmo que Deus. Só que o fruto concebido nesse conúbio obsceno é um monstro, ao qual os padrinhos de baptismo deram o nome de SIDA. O monstro depressa cresceu e é um assassino que mata sem dó nem piedade, até mesmo alguns inocentes. A multiplicação das suas vítimas é tão promissora que, a dar crédito às previsões dos especialistas no assunto, o número de contaminados pela SIDA terá chegado no ano 2 000 aos quarenta milhões. “Não vos enganeis; Deus não Se deixa escarnecer. Pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl. 6:7). Na verdade, o mundo tem o que merece.

À vista de vidas tão sórdidas, perguntar-se-á: Haverá, porventura, perdão para esta casta de pecadores? - Sim, há. “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” Ele pode cumprir esta palavra, porque “o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1:7, 9). Fundamentado na eficácia do sangue do Seu Filho Jesus, vertido a nosso favor no Calvário, Deus dirige-Se agora a todos, mesmo aos homossexuais, e diz: Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Is 1:18).

Obrigado, Senhor, por tanta misericórdia, tanta graça, tanto amor, mesmo para com os pecadores mais miseráveis e indignos!

José Fontoura (14/XI/1921 – 29/XII/1996)
Obreiro a tempo integral entre os Irmãos, na Região da Beira-Vouga.

http://www.refrigerio.net/images/stories/pdf/refrigerio058.pdf

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