George Whitefield
O Espírito Santo convencendo o Mundo do
Pecado, da Justiça e do Julgamento
Estas palavras contêm parte de uma
grande promessa, que o Bendito Jesus Se agradou fazer aos Seus discípulos
chorosos e pesarosos. O momento aproximava-se, no qual o Filho do Homem ia
primeiro ser elevado na cruz, e depois para o céu. Amigo afável, maravilhoso
amigo afável! Este Sumo Sacerdote tinha sido misericordioso para com os Seus
discípulos durante o tempo do Seu tabernáculo entre eles. Ele teve compaixão
das suas enfermidades, respondeu por eles quando eram assaltados pelos seus
inimigos, e pô-los no caminho correto, quer em princípio quer na prática. Ele
não os chamou, nem os usou como servos, mas como amigos; e revelou-lhes os Seus
segredos de vez em quando. Ele abriu-lhes o seu entendimento, para que eles
pudessem compreender as escrituras; explicou-lhes os mistérios ocultos do reino
de Deus, quando falou com os demais em parábolas: mais ainda, Ele tornou-Se o
servo de todos eles, e até condescendeu em lavar-lhes os pés. O pensamento de se
separarem de tão querido e amoroso Senhor como este, especialmente por um longo
período, deveria tê-los afetado muito. Quando, em certa ocasião, Ele tentou
estar ausente deles somente por uma noite, é-nos dito, que Ele estava obrigado
a constrangê-los para que O deixassem. Não é para estranhar, que quando Ele então
os informou de que devia ausentar-Se para sempre, e que na sua ausência os
Fariseus os expulsariam das suas sinagogas, e que os excomungariam; sim, que
viria a hora, em que qualquer que os matasse, pensaria que faria um serviço a
Deus (uma profecia, que alguém poderia imaginar, projetada duma maneira
especial para os ministros sofredores da sua geração); não é de admirar, digo,
considerando tudo isto nos diz no versículo 6. A tristeza encheu os vossos
corações: "Porque isso vos tenho dito, o vosso coração se encheu de
tristeza."
A expressão é muito enfática; os seus
corações estavam tão cheios de preocupação, que estavam prontos para estalar.
Portanto, para os reconciliar da sua triste dispensação, o nosso querido e
compassivo Redentor mostrou-lhes a necessidade em que Se encontrava de os
deixar; "Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá:’’ Como se
Ele lhes tivesse dito, não penseis, meus queridos discípulos, que eu os deixo
com irritação: "não, é para vosso bem, para vosso benefício que eu vá:
porque se eu não for, se Eu não morrer na cruz pelos vossos pecados, e Me
ergue-Se outra vez para vossa justificação, e subisse para o céu para fazer
intercessão, e implorasse os Meus méritos perante o Trono de Meu Pai; o
Consolador, O Espírito Santo, não poderia vir para vós; mas se Eu for,
enviá-lo-ei para vós. E para que ele soubessem o que Ele ia fazer, “Quando Ele
vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo.”
A pessoa referida nas palavras do
versículo, é claramente o Consolador, o Espírito Santo; e a promessa foi
primeiro feita aos apóstolos de nosso Senhor. Mas, se bem que ela tivesse sido primeiramente feita a eles, e fosse
literalmente e extraordinariamente cumprida no dia de Pentecostes, quando o
Espírito Santo veio como um vento veemente e impetuoso, e também quando
três mil foram compungidos no coração pelo sermão do Pedro; agora, como os
Apóstolos eram os representantes de todo o corpo de crentes, nós devemos
inferir, que esta promessa deve ser vista, como se fosse falada para nós, e
para os nossos filhos, e para tantos como o Senhor nosso Deus chamar.
A minha ideia destas palavras, é
mostrar a maneira como o Espírito Santo geralmente trabalha nos corações
daqueles, os quais através da Sua graça, são feitos vasos de misericórdia, e
transladados do reino da escuridão para o reino do querido Filho de Deus.
Digo, geralmente: Porque assim como
Deus é Agente Soberano, o Seu Santo Espírito sopra não só sobre quem quer, mas
quando e como Ele quer soprar. Portanto longe esteja de mim confinar o
Todo-Poderoso somente uma maneira de atuar, ou dizer que tudo submete a um só
grau de convicção: não, há uma santa variedade nos métodos de Deus para chamar
a casa a seus eleitos. Mas isto podemos afirmar com segurança, que onde quer
que há um trabalho de verdadeira convicção e conversão forjado nos corações dos
pecadores, o Espírito Santo, ou por um maior ou por menor grau de problemas no
interior da alma, faz o que nosso Senhor disse aos Seus discípulos, nas
palavras do versículo, que Ele faria quando viesse.
Se qualquer das vossas ridículas
religiões íntimas, ou pensamentos de que não há tal coisa, como o nosso sentir
ou receber o Espírito Santo, temo que a minha pregação seria completamente uma
loucura para vós, e que não me entenderíeis mais, como se eu vos falasse numa
língua desconhecida. Mas como a promessa no versículo, é feita ao mundo, e como
sei que será cumprida até que o tempo não exista mais, eu procederia a
explicar-vos a maneira geral mediante a qual o Espírito Santo trabalha em cada
coração dos pecadores convertidos ou transformados; e espero que o Senhor,
ainda enquanto eu estou falando, seja agradado de o cumprir nos corações de
muitos. “E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do
juízo.”
A palavra que nós traduzimos como
reprovar, deveria ser "convencer" aos rendidos; e no original implica
uma convicção por meio do raciocínio, e que vem com um poder à mente igual a
uma demonstração. Muitos zombadores destes últimos dias perguntarão como
pretendem eles chamar o Espírito, como sentem eles o Espírito, e como conhecem
eles o Espírito? Eles poderiam perguntar também, como sabem eles, e como sentem
eles o sol quando resplandece em seus corpos? Porquanto com igual poder e
demonstração o Espírito de Deus trabalha e convence à alma. E,
Convence-a do pecado; e geralmente de
algum enorme pecado, o pior possivelmente da qual a pessoa convertida sempre
foi culpada. Assim, quando o nosso Senhor estava conversando com a mulher da
Samaria, Ele convenceu-a primeiro do seu adultério. " Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher
respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho
marido, porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; isso
disseste com verdade.” Com isto houve uma poderosa
convicção de todos os seus outros atuais pecados, porque pouco depois, “deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à
cidade, e disse àqueles homens: Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto
tenho feito; porventura, não é este o Cristo?”
Assim que nosso Senhor tratou também
com Saulo o perseguidor: Ele convenceu-o primeiro do seu horrível pecado de
perseguição; “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” Tamanha sensação de todos os
seus outros pecados, provavelmente, reviveram na sua mente ao mesmo tempo, que
imediatamente ele morreu; isto é, morreu para todas as suas falsas
confidências, e foi prostrado numa tremenda agonia de espírito, que continuou por
três dias, nos quais nem sequer comeu nem bebeu. Este é o método que o Espírito
Santo geralmente usa para tratar com pecadores; Ele primeiro convence-os de
algum pecado atroz atual, e ao mesmo tempo recorda-lhes todos os seus outros
pecados, e assim foi como eles ficaram em ordem de batalha perante eles:
“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado.” E foi sempre assim convosco,
meus queridos ouvintes? (Porquanto eu devo perguntar à medida que avanço,
porque eu tento, com a ajuda Divina, pregar não somente às vossas mentes, mas
também aos vossos corações). Alguma vez o Espírito Santo vos trouxe assim à
lembrança todos os vossos pecados e vos fez chorar muito por Deus? “Por que escreves contra mim coisas amargas”
Alguma vez os teus atuais pecados apareceram perante ti como se desenhado num
mapa? Se não, tens uma grande razão (A menos que tenhas sido santificado desde
o ventre) para suspeitar que tu não está convencido, muito menos convertido, e
que a promessa do versículo nunca foi cumprida no teu coração.
Mais
ainda: quando o Consolador entra num coração de um pecador, embora geralmente
Ele convence primeiro o pecador do seu pecado atual, ainda o leva a ver e a
chorar o seu pecado original, a fonte de onde brotam todas estas águas
poluídas. Embora todas as coisas na terra, no ar e na água; todas as coisas,
não só fora mas também dentro; concorrem para provar a Verdade daquela
afirmação nas Escrituras “em Adão todos morremos;” entretanto, sois tão
endurecidos pelo engano do pecado, que mesmo assim tendes de dar um
consentimento conforme à Verdade da proposição nas vossas mentes, mas vós nunca
o sentistes realmente nos vossos corações. Mais ainda, alguns que professam ser
negam-no nas palavras, embora com a suas obras também, com muita claridade
demonstram que são filhos degenerados de pais degenerados. Mas, quando o
Consolador, o Espírito de Deus, arresta um pecador, e o convence do seu pecado,
todo o raciocínio carnal contra a corrupção original, todo orgulho e alta
imaginação, que se exalta por si mesmo, contra essa doutrina, é imediatamente
derrubada; e ela o faz chorar, “Quem me
livrará do corpo desta morte?” Agora, o pecador dá-se
conta que a concupiscência é pecado, e não chora tanto pelos seus atuais
pecados mas pela perversidade no interior do seu coração, já que agora se dá
conta não somente que é um inimigo, mas sim também de que é uma inimizade
direta contra Deus.
E o Consolador, meus queridos amigos
sempre vem com tal poder de convencimento como este para os vossos corações?
Alguma vez te fez ver e sentir, que na tua carne não habita nada bom; que tu
foste concebido e nascido em pecado; que tu és por natureza filho de ira, que
Deus seria justo se Ele te amaldiçoasse, embora tu nunca tenhas cometido um
pecado atual na tua vida? Tantas vezes quando estiveste na igreja e nos
sacramentos, alguma vez confessaste comovido, que não havia saúde em ti; que a
recordação do teu pecado original e atual era penoso para ti, e que a carga
dele insuportável? Se não, tu estiveste oferecendo a Deus somente oblações vãs;
tu, além disso, nunca oraste na tua vida; O Consolador nunca entrou eficazmente
na tua alma: consequentemente, tu não estás propriamente na assim chamada Fé;
não, tu atualmente estás num estado de condenação e de morte.
De novo, o Consolador, quando vem
obrar efetivamente dentro de um pecador, convence-o não somente do pecado da
sua natureza, e do pecado da sua vida, mas também do pecado das suas obras.
Todos nós somos legalistas por
natureza, pensando sermos justificados pelas obras da lei. Quando algo desperta
o terror do Senhor, imediatamente, como os antigos fariseus, vamos estabelecer
a nossa própria justiça, e pensamos que deveríamos encontrar aceitação com
Deus. Se a buscarmos com lágrimas, achando-nos a nós mesmos malditos por
natureza e pelos nossos atuais pecados, então pensamos nos recomendar nós
mesmos perante Deus pelas nossas obras; e esperamos, pelas nossas próprias
obras de uma forma ou outra, herdar a vida eterna. Mas quando o Consolador
entra nos corações, Ele convence a alma destes falsos apoios, e faz ver ao
pecador que todas as suas obras são como trapos de imundície; e que, ainda nos
serviços mais pomposos ele merece-se um castigo não melhor que o do servo
inútil, “ser lançados nas trevas exteriores; ali,
haverá pranto e ranger de dentes.”
Alguma vez foi forjado este grau de
convicção nas vossas almas? Veio o Consolador alguma vez aos vossos corações,
para te adoecer dos seus deveres, e também de teus pecados? Alguma vez, como ao
grande Apóstolo dos gentios, te fez aborrecer da tua própria justiça que é pela
lei, e te fez saber que tu mereces ser maldito, embora desses todos o teus
haveres aos pobres? Fez-te sentir que o teu arrependimento precisava de ser
arrependido, e que tudo em ti é apenas esterco e escória? E que todos os argumentos
que tu possas procurar por misericórdia, devem estar fora do coração, e ser
achados no amor puro de Deus, imerecido para nós? Alguma vez mentiste aos pés
da Graça soberana, e seguidamente disseste: "Senhor, se Tu quiseres, podes
me salvar; se não, podes justamente amaldiçoar-me; Não tenho nada que alegar,
não posso me justificar a mim mesmo na Tua presença; as minhas melhores ações,
vejo que me condenam, e que unicamente posso depender da Tua Graça
gratuita"? O que dizes? Foi isto alguma vez, ou é agora, a linguagem
habitual dos vossos corações? Estiveste frequentemente no templo; mas alguma
vez te aproximaste da disposição do publicano pobre, e, depois que fizeste
tudo, deste-te conta que não tens feito nada; e, que por cima disso
experimentas um sentimento da tua própria indignidade e de qualquer forma
pecaminoso, fere o teu peito e diz "Deus, sê misericordioso connosco,
pecadores?" Se tu nunca sentiste isto, o Consolador nunca entrou
eficazmente na tua alma, estás fora de Cristo; e se Deus requeresse a tua alma
nesta condição, não ia ser melhor para ti que um fogo consumidor.
Mas há um quarto pecado, do qual o
Consolador, quando vem convence à alma e que é o único (é muito notável) que o
nosso Senhor menciona, como se fora, o único pecado que vale a pena mencionar;
porquanto, de fato, é a raiz de todos os outros pecados quaisquer que sejam: é
o pecado que impera e também o que amaldiçoa no mundo. E o que imaginas que
poderia ser esse pecado? É esse pecado maldito, a raiz de todos os perversos. Quero
dizer o pecado de incredulidade. Diz nosso Senhor, versículo 9, "do
pecado, porque não crêem em mim." Mas acaso o mundo cristão, ou algum de
vós que me ouve este dia, quer que o Espírito Santo vos convença da vossa
incredulidade? Há alguns infiéis aqui? Se, (como se eu não tivesse razões de
mais para pensar assim!) temo-me que a maioria o são: não certamente tão
infiéis que negam ao Senhor que nos comprou (Embora temo-me que muitos destes
monstros existem ainda em todos os países); mas eu quero dizer tais crentes não
têm mais fé do que a dos próprios demónios. Possivelmente tu podes acreditar
que tu crês, porque repetes o credo, ou porque assinas uma confissão de fé; ou
porque vai à igreja ou a reuniões, ou porque recebes o sacramento, ou porque
participas duma comunhão plena. Estas são bênçãos privilegiadas; mas tudo isto
pode ser feito, sem ser nós crentes verdadeiros. E não sei como detectar a tua
falsa e hipócrita fé, melhor do que fazendo-te esta pergunta: Por quanto tempo
creste? Não diria a maioria de vós, desde que nos podemos recordar; nós nunca
descremos? Então este é um sinal muito certo que tu não tens, de modo algum,
verdadeira fé; não, nem tanto como um grão de mostarda; porque se tu crês agora
(e a menos que fosses santificado desde sua infância, que é o caso de alguns),
deves saber que houve um tempo em que não acreditavas no Senhor Jesus Cristo; e
o Espírito Santo, se alguma vez O recebeste, convenceu-te disto. A Verdade
Eterna declarou "Quando Ele vier convencerá ao mundo de pecado porque não crêem em Mim".
Nenhum de nós crê por natureza; mas
depois que o Espírito Santo nos convenceu do pecado das nossas naturezas, e do
pecado das nossas obras e vidas, com o fim de nos convencer da nossa
incapacidade total para nos salvarmos a nós mesmos e que devemos ser devedores
com Deus, assim como por todo o resto, pela fé (porque sem fé é impossível
agradar, ou ser salvo por Cristo) Ele convence-nos também, que não temos fé.
“Credes vós no filho de Deus?” É a grande pergunta que o Espírito Santo faz à
alma: ao mesmo tempo que trabalha com tal poder e demonstração, que a alma vê,
e fica obrigada a confessar, que não tem fé.
A maioria dos que se chamam a si
mesmos crentes pensam que isto é algo insignificante. Sonham que são crentes,
porque vivem num país cristão: se tivessem nascido Turcos, acreditariam em
Maomé; porquanto a que é os homens chamam geralmente fé, senão a um
consentimento exterior em direcção à religião estabelecida? Mas não te enganes
a ti mesmo, porque a fé verdadeira é completamente outra coisa. Portanto,
pergunta a ti mesmo: alguma vez o Espírito Santo te convenceu poderosamente do
pecado de incredulidade? Possivelmente és muito devoto (como te imaginas) para
teres um catálogo de pecados; que tu observas e confessas de uma maneira formal,
todas as vezes que tu vais ao sagrado sacramento: Mas dentre de todos seus
pecados, alguma vez confessaste e choraste esse maldito pecado de
incredulidade? Alguma vez choraste "Senhor dá-me fé; Senhor faz-me crer em
Ti; Oh, que eu que tenha fé! O que eu creia!” Se nunca assim te angustiaste,
pelo menos, se nunca viste nem sente que não tinhas fé, é um sinal certo de que
o Espírito Santo, o Consolador, nunca veio a ti nem obrou para a salvação da
tua alma.
Mas então não é estranho que o
Espírito Santo seja chamado o Consolador, quando é claro, pela experiência dos
filhos de Deus que este trabalho de convencimento é geralmente atendido com dor
nos conflitos interiores, e de grande quantidade de problemas para a alma?
Respondo, o Espírito Santo pode bem ser chamado o Consolador, ainda neste
trabalho; porque é a única maneira, e termina num verdadeiro e sólido consolo.
Bem aventurados aqueles que são condenados por Ele, porque eles serão
consolados. Mais ainda, não somente isso, mas há um consolo presente, até no
meio destas condenações: A alma regozija-se secretamente na visão das suas
próprias misérias, bendiz a Deus por trazer a nossa da escuridão para a luz, e
olhe adiante com uma esperança confortável de futuras liberações, sabendo que,
“o choro pode durar uma noite, mas a
alegria vem pela manhã.”
Assim é como o Espírito Santo convence
a alma de pecado. E, se é assim, que tão miseravelmente enganados estão os que
misturam a luz do Espírito com a luz da consciência, como o fazem, quem diz,
que Cristo ilumina cada homem que vem ao mundo, e essa luz, se melhorada
trar-nos-á para Jesus Cristo? Se tal doutrina é verdade, a promessa no
versículo era desnecessária: os apóstolos de nosso Senhor já teriam essa luz; o
mundo de hoje em diante para ser convencido, teria essa luz, e, se isso era
suficiente para trazê-los para Cristo, por que foi requerido que Cristo deveria
ir para o céu, para mandar o Espírito Santo que fizesse isto por eles! Ai de
todos os que não tenham este Espírito! Ele é o presente especial de Deus, e,
sem este presente especial, nunca poderemos vir a Cristo.
A luz da consciência acusar-nos-á ou
convencer-nos-á de qualquer pecado comum; mas a luz da consciência natural
nunca assim o fez, nunca o fará, e, nunca poderá convencer-nos de incredulidade.
Se pudesse, como é que acontece, que ninguém dos pagãos, que melhoraram a luz
do natural em tal grau de eminência, nunca foram convencidos de incredulidade.
Não, a consciência natural não pode fazer isto; ela é a propriedade peculiar do
Espírito Santo, o Consolador: “E, quando Ele vier,
convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”.
Ouvimos como convence de pecado; que não deve mostrar,
O que é a justiça, da qual o
Consolador convence ao mundo?
Pela palavra justiça, em alguns
lugares da Escritura, compreendemos a justiça comum que deveríamos praticar
entre os homens como quando Paulo disse a razão da moderação e da justiça ante
um Félix tremente. Mas aqui (como numa multidão de outros lugares nas Sagradas
Escrituras) temos de entender pela palavra justiça, a obediência passiva e
ativa do nosso amado Senhor Jesus; ainda essa justiça perfeita, pessoal, toda
suficiente, que Ele forjou para esse mundo ao qual o Espírito Santo tem de
convencer "de justiça, (diz o nosso Senhor) porque Eu vou ao Pai, e não me
verão mais." Este é um argumento que o Espírito Santo faz uso para provar
a justiça de Cristo, porque Ele foi para o Pai, e não O vemos mais. Porque se
Ele não tivesse forjado uma justiça suficiente, o Pai tê-Lo-ia de mandar de
volta, por não ter feito o que Se comprometeu; e nós tê-Lo-íamos visto outra
vez.
Oh, a justiça de Cristo! Ela conforta
tanto a minha alma, que me devem desculpar se o menciono em quase todos meus
discursos. Não deveria, se eu o pudesse evitar, ter um sermão sem a mencionar.
Tudo o que os infiéis possam objetar, ou os Arminianos sofisticadamente
protestem contra uma justiça imputada; apesar de tudo, qualquer um que se
conheça si mesmo e a Deus, deve reconhecer, que “Jesus Cristo é o fim da lei
pela justiça (e perfeita justificação à vista de Deus), para qualquer um que
crê,” e que nós somos feitos nEle a justiça de Deus. A isto e somente a isto,
um pobre pecador se pode agarrar, como uma âncora segura da sua esperança. Em
qualquer outro esquema de salvação, o homem pode determinar que se dá conta que
não pode ver outra salvação onde construir as suas esperanças de salvação,
somente na justiça pessoal da Rocha de Cristo, imputada à minha alma.
Muitos, creio eu, têm uma convicção
racional disso, e estão de acordo comigo nisto: mas as convicções racionais se
descansarem em tão pouco, deve ser uma convicção da verdade espiritual e
experimental que está salvando. E, portanto, nosso Senhor disse, quando o
Espírito Santo vier no dia do Seu poder, Ele convencerá desta justiça, da
realidade, da plenitude, e da eficiência dela, para salvar um pobre pecador.
Vimos como o Espírito Santo convence o
pecador do pecado da sua natureza, da sua vida, das suas obras, e do pecado de
incredulidade; e então o que deve fazer a pobre criatura? Ela deveria, deveria
inevitavelmente desesperar-se, se não houvesse esperança exceto nEle mesmo.
Então, quando o Espírito Santo descobriu o pecador nas suas falsa comodidades e
nos seus esconderijos, e tirou as desprezíveis folhas de figueira das suas
próprias obras, conduzindo-o para fora das árvores do jardim (as suas reformas
exteriores) e colocando-o nu perante o tribunal de um Deus Soberano, Santo,
Justo, e Vingador do pecado; então é quando a alma, tendo a sentença de morte
dentro dela mesmo pela sua incredulidade, tem uma doce demonstração da Justiça
de Cristo feita pelo Espírito Santo de Deus. Aqui é que Ele começa mais
imediatamente a atuar na qualidade de um Consolador, e convence a alma tão
poderosamente da realidade e da auto-suficiência da justiça de Cristo, que a
alma sente imediatamente fome e sede depois disso. Agora o pecador começa a
ver, que apesar de que ele se destruiu a si mesmo, ainda sua ajuda está em
Cristo, que, a pesar de que ele não tem justiça própria para se recomendar a si
mesmo, há um plenitude de graça, uma plenitude de verdade e uma plenitude de
justiça no amado Senhor Jesus, a qual, uma vez imputada a ele (ao pecador),
fá-lo-á feliz para sempre.
Ninguém o pode contar, somente aquelas
almas felizes que o experimentaram, com que demonstração do Espírito esta
convicção vem. Oh, quão amável e todo suficiente parece agora o bem-aventurado
Senhor Jesus! Com que novos olhos agora a alma vê o Senhor, que é a sua
justiça! Irmãos, é inexprimível. Se tu nunca estiveste assim convencido da
justiça de Cristo na tua própria alma, embora possas crer nisto doutrinalmente,
não te aproveitará para nada, se o Consolador nunca entrou na tua alma como
salvador, então estás abandonado, de facto. Mas, no que te aproveitará esta
justiça, se ela não está na posse da tua alma?
Portanto, a coisa seguinte do que o
Consolador convence a alma quando Ele vem é de julgamento.
Pela palavra julgamento, eu entendo
essa bem fundada paz, esse julgamento firme, que a alma forma de si mesma,
quando ela é capacitada pelo Espírito de Deus a lançar mão da justiça de
Cristo, que eu creio que ela sempre faz, quando convencida do assunto antes
mencionado. “De julgamento (diz o nosso Senhor) porque o Príncipe de este mundo
é julgado”; A alma, sendo ativada para deitar a mão da perfeita justiça de
Cristo por uma fé viva, tem uma convicção forjada pelo Espírito Santo, de que o
Príncipe de este mundo é julgado. A alma sendo agora justificada pela fé, tem
paz com Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo, e pode triunfantemente
dizer, é Cristo quem me justifica, quem é o que me condena? O homem forte
armado é agora expulso; a minha alma está (tem) numa paz verdadeira; o Príncipe
deste mundo virá e me acusará, mas ele agora não tem parte comigo. O bendito
Espírito que recebi, e mediante o Qual estou capacitado a aplicar a justiça de
Cristo à minha pobre alma, poderosamente me convence disto: por que deveria eu
temer? Ou do que deveria eu ter medo, se o Espírito de Deus testifica com o meu
espírito, que eu sou um filho de Deus? O Senhor está ascendido acima no alto;
Ele levou cativo o cativeiro; Ele enviou o Espírito Santo, o Consolador, o
melhor dos presentes para a humanidade: E esse Consolador entra em meu coração:
E é fiel com o que prometeu: Eu, ainda eu, sou poderosamente, racionalmente,
espiritualmente convencido de pecado, justiça e julgamento. Por isso eu sei que
o Príncipe deste mundo está julgado.
Assim, digo, suponhamos que a alma
triunfa, na qual a promessa do versículo é felizmente cumprida. E, embora, no
princípio deste discurso, eu disse, que a maioria nunca tinham experimentado
nada disto, e que portanto esta pregação deve ser uma tolice para tais pessoas;
mas ainda eu não duvido de que haja algumas almas felizes, quem através da
graça, foram habilitados para me seguir passo a passo; e, não obstante o
Espírito Santo possa não obrar diretamente na mesma ordem como a tenho
descrito, e possivelmente não possam dizer exatamente a hora quando tiverem uma
bem fundada confiança de que a obra está feita, e que foram realmente
convencidos de pecado, de justiça e de julgamento, de algum modo, ou em alguma
ou outras vez.
E agora, o que deveria dizer-te? Oh,
graças a Deus, graças ao Senhor Jesus, graças à sempre bendita Trindade, por
este inefável presente: porque tu nunca tinhas estado tão altamente favorecido,
não havia quem tivesse chamado pela primeira vez luz à escuridão, amando-te com
um amor tão eterno, e iluminando-te com o Seu Santo Espírito, e que também, não
em conta de algo bom prognosticado em ti, somente pelo seu Santo Nome.
Portanto, sê humilde, oh crente, sê
humilde: Olhe para a rocha da qual foste lavrado: exalta a graça que não tem
preço; admira essa eleição de amor, que te tem feito diferir do resto dos teus
irmãos. Trouxe-te Deus à luz? Caminha como convém aos filhos da luz. Não
provoques o Espírito Santo se afaste de ti: porquanto embora Ele te tenha
selado para o dia da redenção, e tu sabes que o Príncipe deste mundo está
julgado; mas se tu reincidires, crescendo morno, ou se esqueces o teu primeiro
amor, o Senhor visitará as tuas ofensas com a vara da aflição, e o teu pecado
com castigo espiritual, portanto não sejas de mente brilhante, mas sê temeroso.
Regozija-te, mas fá-lo com tremor. Como escolhido de Deus, reveste-te não só de
uma mente humilde, mas também de entranhas de compaixão; e ora, oh!, ora pelos
seus irmãos não convertidos! Ajudem-me, ajudem-me agora, oh filhos de Deus, e
sustentem as minhas mãos, como Aarão e Hur uma vez o fizeram a Moisés. Orem. enquanto
eu estou pregando, que o Senhor possa habilitar-me para dizer, neste dia é a
promessa no versículo, cumprida no coração de alguns pobres pecadores. Clamem
fortemente a Deus, e com as cordas da violência santa, baixem bênçãos sobre as
cabeças dos vossos vizinhos. Cristo ainda vive e reina nos Céus: o resto do
Espírito ainda está nas Suas mãos, e uma efusão abundante das Suas promessas
nos últimos dias da igreja. E oh! Que o Espírito Santo, o bendito Consolador,
venha agora, e convença a aqueles que estão sem Cristo entre vós, de pecado, de
justiça, e de julgamento! Oh que vós fosseis uma vez aprontados disponíveis
para serdes convencidos!
Mas possivelmente prefiras ser cheio
de vinho do que do Espírito, e estares diariamente afugentando esse Espírito da
tua alma. O que diria a Deus de vós? "Pai perdoa-lhes porque não sabem o
que fazem." Que diria a Deus de vós? Por quê? Que "Deus estava em
Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo”: Por isso vos rogo, como em lugar
de Cristo, reconciliai-vos com Deus. Não vos afasteis contradizendo e
blasfemando. Sei que Satã vos soltará. Muitos de vós podeis estejar inquietos.
E estais preparados para chorar. "Que
aborrecimento é este!" Mas eu não vos deixarei ir. Eu lutei com
Deus pelos meus ouvintes em privado, e devo lutar convosco aqui em público.
Embora de mim mesmo não posso fazer nada, e vós não podeis mais vir e crer em
Cristo por vós mesmos, mas Lázaro pôde sair do sepulcro; entretanto, quem sabe
se Deus possa gerar a algum de vós outra vez para uma esperança viva por esta
tolice da pregação, e que tu possas ser alguém deste mundo, que o Consolador
está para convencer de pecado, de justiça, e de julgamento?
Pobres almas sem Cristo! Sabeis em que
condição vos encontrais? Porque, estais recostados no perverso, o diabo; ele
domina-vos, ele caminha e vive em vós, a menos que vivais em Cristo, e o
Consolador tenha entrado nos vossos corações. E permanecerás tu alegremente
nesse malvado diabo? Que pagamento te dará? Morte eterna. Oh! Vem para Cristo!
O presente de Deus que não tem preço através dEle é vida eterna. Ele
aceitar-te-á agora mesmo, se tu creres nEle. O Consolador ainda pode vir ao teu
coração, igualmente para o vosso. Todos os que são agora Seus templos vivos,
algumas vez estavam recostados no malvado, como também vós. Este bendito
presente, este bendito Espírito, o bendito Jesus o enviou precisamente para os
rebeldes.
Eu vejo muitos de vós afetados. Mas
estão as vossas paixões somente um pouco reparadas? Ou estão as vossa almas
realmente tocadas com uma sensação viva da enormidade dos vossos pecados, da
vossa falta de fé, e da preciosidade da justiça de Jesus Cristo? Se é assim,
espero que o Senhor tenha sido clemente, e que o Consolador tenha vindo agora
aos vossos corações. Não sufoqueis estas convicções! Não te afastes, e te
esqueças imediatamente que forma de doutrina escutaste, e deste modo mostre que
estas são somente obra comuns de umas poucas convicções passageiras, flutuando
na superfície do teu coração. Rogai a Deus que possais ser sinceros (porque
somente Ele vos pode fazer assim) e que possais verdadeiramente desejar que a
promessa do versículo seja cumprida nas vossas almas. Quem sabe se o Senhor
pode ser clemente? Recorda, não tens desculpa, apenas uma misericórdia
soberana; e também para vosso encorajamento, recorda que o mundo é tal como tu
és, para quem o Consolador está para vir, e a quem Ele está para convencer:
portanto, espera às portas da sabedoria. A simples probabilidade de teres uma
porta de misericórdia aberta, é suficiente para que te continues esforçando.
Cristo Jesus veio a este mundo para salvar pecadores, o chefe deles: tu não
sabes mas Ele veio para te salvar. Não te vás queixando dos decretos de Deus,
dizendo, se eu sou um reprovado, deveria estar condenado; se for um eleito,
serei salvo; e, portanto, nada farei. O que tens tu que fazer com os decretos
de Deus? Os segredos pertencem-Lhe a Ele; é teu dever “procurai fazer cada vez
mais firme a vossa vocação e eleição.” Se há somente poucos que acham o caminho
que leva à vida, esforça-te para ser um deles: tu não sabes, mas tu podes estar
no número desses poucos, e que o teu esforço possa ser o significado de que
Deus tenta abençoar, para te dar entrada nele. Se tu não atuas assim, não és
sincero; e, se tu o fazes, quem sabe se podes encontrar misericórdia?
Porquanto, embora, depois de que tu tenhas feito tudo o que podes, Deus pode
justamente decidir deixar-te fora, embora nunca fosse uma só pessoa condenada
por fazer tudo o que pôde. Por isso, embora as tuas mãos estejam murchas,
estende-as; embora sejas impotente, enfermo, e aleijado, vem, repousa no
tanque. Quem sabe se já a seguir o Senhor Jesus pode ter compaixão de ti, e
mandar o Consolador para que te convença de pecado, de justiça, e de
julgamento? Ele é um Deus cheio de compaixão e longanimidade, de outro modo tu
e eu há muito tempo teríamos levantado nossos olhos em angústia. Mas Ele ainda
é paciente connosco!
Oh pecadores sem Cristo! Estais vivos
e, quem sabe se Deus tenta trazer-vos
para o arrependimento? Pudessem as minhas orações e lágrimas ter influência
sobre isso, tu deverias descarregar-te de um e encheres-te do outro. O meu
coração está tocado com uma sensação do teu coração. Possa o nosso
misericordioso Sumo Sacerdote mandar agora o Consolador, e que te faça sensível
a Ele também! Oh o amor de Cristo! Ele constrange-me para te rogar que venhas
para Ele; porque se o rejeitas, rejeitas Cristo, o Senhor da Glória! Pecadores,
dai ao amado Redentor uma morada nas vossas almas. Não sejais com os de Beth-semes. Dai a Cristo os vossos coração, todo o vosso
coração. De facto Ele é digno. Ele criou-vos, e não vós a vós mesmos. Não sois
de vós mesmos. Dai a Cristo, então, os vossos corpos e as vossas almas, que são
dele! Não é suficiente para te derreteres pensar que o Alto e Soberano, o Qual
habita na Eternidade, Se digne convidar-te por Seus ministros? Quão rapidamente
Ele pode desaprovar-te para o inferno, e como sabes tu -mas Ele pode, neste
preciso instante-, se tu não ouvires a Sua voz? Acaso alguém endureceu o seu
coração contra Cristo e prosperou? Vinde então, não me mandem triste: não me
deixem ter razões para chorar, oh minha fraqueza, minha fraqueza! Não me deixem
ir soluçando para o meu gabinete reservado, e dizer “Senhor, eles não
acreditarão no meu relatório; Senhor, chamei-os, e eles não responderão, eu vou
até eles como uma agradável canção, e como alguém que toca um agradável
instrumento; mas seus corações correm em detrás da luxúria dos olhos, a luxúria
da carne e da soberba da vida.” Estariam dispostos a que eu fizesse um relato
como este, ou fizesse uma oração dizendo isto a Deus? E não só devo fazer isto,
mas também aparecer em julgamento contra vós na outra vida, a não ser que
venhais a Cristo. Portanto uma vez mais, suplico-te que venhas. Que objeções
tens a fazer? Olhai, eu estou aqui no nome de Deus, para corresponder a tudo o
que tu ofereças. Mas também sei que ninguém pode vir, a não ser que o Senhor o
traga: portanto eu dirigirei um ao meu Deus. E intercederei com Ele para que
mande o Consolador aos vossos corações.
Oh bendito Jesus, que és um Deus cuja
compaixão nunca falta, e em Quem todas as promessas são sim e ámen, Tu que
estás sentado entre os querubins, revela-Te entre nós. Que nós vejamos A Tuas
saídas! Oh, deixa-nos provar que és misericordioso, e revela o Teu braço
todo-poderoso! Tu mesmo obtém a vitória nos corações destes pobres pecadores.
Não deixes que a palavra falada mostre ser como a água que se divide no chão.
Faz descer, faz descer, oh grande Sumo Sacerdote, o Espírito Santo, para
convencer o mundo de pecado, de justiça, e de julgamento. Assim dar-te-emos
graças e louvares a Ti, oh Pai, a Ti, oh Filho, e a ti, oh bendito Espírito; a
quem, como três pessoas, mas um só Deus. Que Te seja atribuído por anjos e
arcanjos, por querubins e serafins, e por todas as hostes celestiais, todo o
poder possível, força, majestade, e domínio, agora e para sempre. Ámen, Ámen,
Ámen.
http://www.sounddoctrine.net/Classic_Sermons/
George%20Whitefield/Holy_Spirit_conviction.htm
Tradução de Carlos
António da Rocha
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Esta tradução é de
livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque
já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca
publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente
para uso e desfruto pessoal.
1 comentário:
Obrigado, Prof. Carlos, pela tradução deste maravilhoso sermão!
João Damasceno, Brasil.
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