“Deus vos aperfeiçoou em todo bem, para
cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por
Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Ámen.”
(Hb 13:21)
SE você pudesse converter o mundo inteiro,
ressuscitar mortos, levar a si e a todos os demais homens para o Céu e operar
toda sorte de milagres, você não deveria querer nada disso sem ter colocado a
vontade de Deus em primeiro plano e submetido essa sua vontade à vontade dEle,
reduzindo-a a nada e dizendo: “Querido
Deus, isso e mais isso me parece bom; se for de tua vontade, que se faça; se
não for, o assunto está encerrado.”
Na vida dos Seus santos Deus frequentemente
impede que se faça essa boa vontade, para impedir que, através da bela
aparência, se instale a falsa, traiçoeira e má boa vontade e para que
aprendamos que a nossa vontade, por melhor que seja, é incomparavelmente menos
importante que a vontade de Deus. Razão por que uma boa vontade menos
importante deve simplesmente dar lugar ou, em submissão, desaparecer diante da
incomparável boa vontade de Deus. Há ainda outro motivo por que nossa boa
vontade deve ser impedida: para que seja aperfeiçoada. Pois Deus certamente só
impede que se faça uma boa vontade para que se torne mais perfeita. Agora, ela
se torna mais perfeita no momento em que se submete e conforma à vontade divina
(que é também a que impede que a nossa vontade se faça). E isso dura até que a
pessoa fique bem entregue, livre, sem vontade própria, e não se importe com
outra coisa senão esperar que seja feita a vontade de Deus. Veja: a isto se
chama a verdadeira obediência.
Martinho Lutero
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