Quando,
porém, vier o Espírito Consolador, convencerá o mundo do pecado, da justiça e
do juízo; do pecado, porque não crêem em mim.” (Jo 16:8)
Cada qual está no
perigo de ser condenado ao inferno, por culpa exclusiva da própria pessoa, não
porque fosse pecador culpado da condenação por causa de Adão e da sua descrença
anterior, mas porque não quer aceitar o Salvador, Cristo, que assume o nosso
pecado e a nossa condenação. Se não tenho fé nisto, aquele pecado que leva à
condenação tem de permanecer, porque não aceito Aquele que me pode livrar da
culpa. Sim, o pecado e a condenação tornam-se duplamente maiores e mais graves,
justamente porque não quero ter fé neste amado Salvador que pode ajudar-me, nem
aceitando a Sua oferta de salvação.
Agora, pois,
bem-aventurança e condenação dependem de crermos em Cristo ou não. A descrença
faz com que fiquemos com todos os pecados, de sorte que não podem ser
perdoados. A fé, porém, anula todos os pecados, de sorte que, fora desta fé,
tudo é pecado e condenável, e assim continua sendo, por melhor que sejam a vida
e as obras que a gente possa fazer. Ainda que tais obras sejam louváveis em si
mesmas, e ordenadas por Deus, elas são pervertidas pela descrença, já não
podendo, por isso, agradar a Deus, quando, por outro lado, na fé, toda obra e
vida do cristão agradam a Deus. Em resumo: fora de Cristo tudo está condenado e
perdido; em Cristo, porém, tudo é bom e bem-aventurado, de maneira que nem o
pecado (que continua em carne e sangue, herdado de Adão) pode prejudicar nem
condenar.
Martinho Lutero
In Meditações de
Lutero, Castelo Forte - 1983
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