“Outros,
porém, zombando, diziam: Estão embriagados.” (At 2:13)
Certa vez, no dia
de Pentecostes, Cristo deu o Espírito Santo aos Seus discípulos de forma
visível, quando apareceram distribuídas entre eles línguas como de fogo, eles
passaram a falar em muitas línguas, expulsaram demónios, curaram doentes, etc.
Hoje, porém – e
vai ser assim até o fim do mundo – Ele não mais dá o Espírito Santo e Seus dons
da mesma maneira. Hoje, Ele dá o Espírito Santo e Seus dons ao Seu povo de
forma invisível e sem grandes manifestações externas.
Agora, porém, da
mesma forma assim como a razão humana não acredita que Cristo venceu e
aprisionou todos os nossos inimigos, o pecado, a morte, etc., assim também ela
também não acredita que Cristo distribui dons entre os homens. Porque quando os
Apóstolos receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes, falaram em outras
línguas, foram e pregaram em Jerusalém, na Judeia, na Samaria, e depois, por
ordem de Cristo, foram pelo mundo inteiro, quem acreditou que eles estavam
certos da cabeça? Na verdade, os seus próprios compatriotas, os judeus,
disseram que eles estavam loucos e cheios de vinho doce, que estavam possessos
e cheios de demónios. E, assim, tanto os judeus quanto os gentios os mataram
como blasfemos, charlatães e agitadores malvados.
Eis porque o
mundo não vê nem reconhece os dons do Espírito Santo, mas os despreza e zomba
deles. E tudo o que nosso Deus diz e faz não serve e nem pode servir para o
mundo. A Palavra de Deus ele a considera heresia e doutrina de demónios; agora,
a doutrino do diabo ele a aceita como se fosse a Palavra de Deus. A Palavra de
Deus não tem valor para o mundo, é considerada demoníaca. Mas a obra do diabo,
esta o mundo tem em alta conta e a chama obra de Deus. Somente os Cristãos
reconhecem e estimam a Palavra de Deus como o maior tesouro na Terra e reconhecem
a dignidade e o poder das suas maravilhosas obras, embora seria de se esperar
que se maravilhassem diante delas e as estimassem mais ainda. A experiência dos
Apóstolos também se confirma em nossos dias.
Martinho Lutero
In Meditações de
Lutero, Castelo Forte - 1983
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