“Ora,
todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2Tm 3:12)
Nós, porém,
ensinamos que ninguém deve escolher para si mesmo ou impor-se uma cruz ou
sofrimento. Agora, quando ela vem, que a carreguemos e suportemos com
paciência. Dizemos também que o nosso sofrimento não nos ganha méritos.
Basta-nos saber que o nosso sofrimento é agradável a Deus, para que nos
tornemos semelhantes a Cristo. Assim podemos perceber que justamente aqueles
que tanto enaltecem o sofrimento e a cruz são os que menos sabem, seja da cruz,
seja de Cristo, porque tornam meritório o seu próprio sofrimento. Meu caro, não
é nada disso. Ninguém também é obrigado ou forçado a tanto. Se você não está
disposto a sofrer de graça, sem ganhar mérito, então deixe o sofrimento de lado
e, ao mesmo tempo, negue a Cristo. Agora, uma coisa você deve saber: se não
está disposto a sofrer, também não pode ser servo de Cristo. Assim você pode
escolher o que prefere; sofrer ou negar a Cristo.
Por último, o
sofrimento dos cristãos é mais nobre e precioso do que o sofrimento de todos os
demais homens, porque Cristo, submetendo-Se ao sofrimento, santificou o
sofrimento de todos os Seus cristãos. Assim, portanto, através do sofrimento de
Cristo, o sofrimento de todos os Seus santos tornou-se coisa santa, pois é
tingido pelo sofrimento de Cristo. Por isso devemos receber todo o sofrimento
como coisa santa, pois, de facto, é coisa santa.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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