“Semeia-se
corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há, também,
corpo espiritual.” (1Co 15:44)
Vivo na esperança
de que também possamos crer assim, e levar para o céu um pobre pecador, desde
que conservemos este tesouro e nos enrolemos na morte do Filho de Deus, e nos
cubramos e agasalhemos com a Sua ressurreição. Se ficarmos firmes na fé, sem
vacilar, a nossa justiça será tão grande que todos os nossos pecados, seja lá
quais forem, não passarão de uma gotinha, e a justiça será como um oceano, e a nossa
morte muito menos do que um sono e sonho. Além disso, a nossa vergonha, por
sermos sepultados de forma tão desonrosa, é coberta com uma honra que se chama “a Ressurreição de Jesus Cristo”,
fazendo com que o seu brilho seja tanto que, diante dele, até mesmo o sol fique
envergonhado e os queridos anjos não se cansem de admirá-lo. Seremos ornados e
enfeitados com tanta beleza que, diante dela, todas as outras coisas que
desonram os nossos pobres corpos, como a morte e outras coisas, serão como
nada.
Por isso, a gente
precisa de encarar a morte de um cristão de forma diferente, e não considerar
os cristãos que morreram como gente morta e enterrada. Esta é, de facto, a
impressão que nos dão os nossos sentidos, e, na medida em que nos guiamos por
eles, sentimos dor. Por isso, devemos prestar muita atenção ao que São Paulo
diz a esse respeito, a saber: que eles dormem em Cristo e que Cristo há de
trazê-los em Sua companhia (1Ts 4.14). Aprendam a consolar-se com estas
palavras. Deus não pode mentir. Tudo o que vocês precisam de é ter esta
certeza. Pois quem não tem este consolo, não pode ter nenhum outro consolo nem
alegria.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
Sem comentários:
Enviar um comentário