“Portanto,
cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.” (Rm 15:2)
O cristão vive apenas para fazer o bem aos
outros e acabar não com as pessoas, mas com os seus vícios. Isso só é possível
quando se está disposto a suportar os fracos e conviver com eles. Seria, de
facto, uma obra de caridade bem tola querer alimentar os famintos, dar de beber
aos sedentos, vestir os que não têm roupa, visitar os doentes e, ao mesmo
tempo, não estar disposto a suportar ou não querer ter à sua volta os famintos,
os sedentos, os nus e os doentes. Por outro lado, se você não suporta pessoas
ruins ou fracas à sua volta, isso equivale a não estar disposto a ajudar e a ser
útil na salvação do próximo.
Por isso aprendamos dessa epístola o seguinte:
a conduta e amor cristão não consistem em achar gente piedosa, justa e santa,
mas em fazer deles gente piedosa, justa e santa. E que este seja o trabalho e a
ocupação dos cristãos neste mundo: fazer gente assim, seja por meio de castigo,
da oração, do sofrimento, ou de qualquer outro meio possível. O cristão também
não vive para encontrar gente rica, forte e sã, mas para tornar os pobres em
ricos, os fracos em fortes, os doentes em sãos.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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