“Se permanecerdes em
mim e as minhas Palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e vos
será feito.” (Jo 15:7)
É realmente miserável o mundo sem Cristo, <d>onde
se conclui: Muito esforço e trabalho e nada realizado; muitas orações, busca e
insistência e, apesar de tudo, nada alcançado, nada encontrado, nada feito.
Pois batem à porta errada. Porque, o que fazem e pedem, fazem-no como outra
obra qualquer, sem fé. Eles não têm consolo nem confiança, sim, falta-lhes a
convicção de que Deus Se agrada do que estão fazendo ou que vai atendê-los. Por
isso não podem orar. E como eu já disse repetidas vezes, orar é obra exclusiva
da fé e ninguém pode fazê-lo exceto o cristão. Pois os cristãos oram, não
confiando em si mesmos, mas nAquele nome em que foram batizados, o nome do
Filho de Deus, e têm a certeza de que a sua oração é agradável a Deus porque Ele
mandou orar em nome de Cristo e prometeu atender. Os não-cristãos não sabem
disso. Oram em seu próprio nome. Querem preparar-se durante longo tempo para
serem dignos e acabam transformando tudo em mera obra. E tão logo perguntados
se têm <a> certeza de que foram ouvidos, respondem: Eu fiz oração, mas só Deus sabe se fui ouvido. Mas será que isso é
oração, quando você não sabe o que está fazendo e muito menos o que Deus pensa
disso?
Com o cristão, todavia, é diferente. Ele
ora baseado no mandamento e na promessa de Deus, apresenta o seu pedido a Deus
em nome de Cristo, sabe que será atendido, e a sua experiência é de que em toda
e qualquer necessidade recebe ajuda.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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