O diabo não procura outra coisa senão
destruir o amor entre os cristãos, promovendo bastante ódio e inveja. Ele tem
nisso seu prazer e alegria. Pois ele sabe muito bem que a cristandade é
edificada e sustentada pelo amor.
Por essa razão, Cristo admoesta-nos ardentemente
a que antes tudo permaneçamos no amor, e apresenta Seu Pai e a Si mesmo como
modelo, como o mais nobre e mais perfeito exemplo. Meu Pai (Ele está querendo
dizer) ama-Me tanto assim, que dirige para Mim todo o Seu poder e força. De
momento, Ele permite que Eu sofra, mas tudo que faço e padeço Ele toma como se
fosse feito a Ele. E depois vai ressuscitar-Me dentre os mortos, far-Me-á
Senhor sobre todas as coisas e glorificará a Sua majestade divina em Mim. Assim
(diz Ele) Eu <vos> amo <a> vocês. Pois não <v>os deixo nos
vossos pecados e na morte, mas dou o Meu corpo e a Minha vida por vocês para
que se livrem deles, e transfiro para vocês a Minha pureza, santidade, morte e
ressurreição, bem como os <Meus> demais méritos.
Por isso tenham também vocês o mesmo amor
uns para com os outros. Mesmo que por Minha causa vocês sejam duramente
tentados e pressionados afastarem-se de Mim, fiquem firmes. Deixem que o Meu
amor seja mais forte, maior e mais poderoso do que o sofrimento ou a dor que
vocês sentem.
Por isso, seguindo o exemplo de Cristo,
devemos aprender a pôr em prática este mandamento, cada um amando o próximo dentro
do seu respectivo estado.
(N. T. Os diferentes estados aos quais
Lutero aqui se refere são os de pai, mãe, filho, empregado, etc.).
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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