“Então
Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão
pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” (Mt 18:21)
O reino de Deus ou o perdão de pecados não
conhece limites, como o texto do Evangelho maravilhosamente indica, quando
Pedro perguntou ao Senhor. E, imediatamente, segue a parábola do credor
incompassivo. Nela, Cristo exorta-nos severamente, sob pena de perdermos a
graça de Deus, a que de bom grado perdoemos a falta do nosso próximo, porque
Deus, inúmeras vezes, perdoa a nossa enorme culpa e os nossos pecados. A nossa
culpa diante de Deus atinge a casa dos dez mil talentos, ou seja, é
incalculável. A nossa dívida é tão grande que não podemos saldá-la, mesmo que
invistamos todos os nossos recursos, poderes e obras, pois não temos condições
de apagar um só pecado, por menor que seja. E, uma vez que, no Seu reino, Deus
nos perdoa tão ricamente, por graça, nada mais justo que também perdoemos um
pouquinho ao nosso próximo.
Cristo diz assim: “No reino de Deus, onde na verdade não acontece outra coisa a não ser
perdão de pecados, isto é, na Igreja cristã, perdoarei aquele que perdoa a seu
próximo. Agora, aquele que não se compadece do seu próximo, também eu não me
compadecerei dele. Em relação a todos vocês Eu sou o Senhor e Rei; mas vocês
são conservos, iguais entre si <iguais entre vós mesmos>.”
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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