C. H. Mackintosh
Breves Meditações
030 - O Cristão e a Lei
– é a Lei uma «Regra de vida» para o Cristão?
Há três importantes pontos, relacionados entre si, que às vezes são tergiversados (1) , sobre os quais queríamos escrever umas palavras só com o fim de guardar a verdade de toda falsificação, e de remover, dentro das nossas capacidades, um tropeço do caminho dos Leitores honestamente interessados na verdade de Deus. Estes pontos são, o Sábado, a Lei e o Ministério Cristão. Nesta ocasião só vamos considerar o tema da Lei em relação com o Cristão, deixando para outra oportunidade os outros dois pontos.
À Lei contemplamo-la erroneamente de duas maneiras: primeiro, como fundamento da Justificação, e segundo, como Regra de Vida do Cristão.
Uma passagem ou duas da Escritura serão suficientes para resolver a questão tanto de uma como da outra. Quanto à Justificação: “Já que pelas obras da Lei nenhum ser humano será justificado diante dEle; porque por meio da Lei é o conhecimento do pecado” (Rm 3:20). “Concluímos, pois, que o homem é justificado por fé sem as obras da Lei” (Rm 3:28). “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas sim pela fé em Jesus Cristo, nós também cremos em Jesus Cristo, para ser justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, por quanto pelas obras da Lei ninguém será justificado” (Gl 2:16).
Quanto ao feito de ser uma Regra de Vida, lemos: “Assim também vós, meus irmãos, morrestes para a Lei mediante o corpo de Cristo, para que sejais de outro, do que ressuscitou dos mortos, a fim de que levemos fruto para Deus” (Rm 7:4). “Mas agora temos sido libertados da Lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Rom 7:6 ACF)
Observem-se duas coisas nesta última passagem citada: 1.º “Estamos livres da Lei” 2.º Não para fazer o que agrada à velha natureza, mas sim para que sirvamos “em novidade de espírito”.
Ainda que fomos libertados da escravidão, é nosso privilégio “servir” em liberdade. Do mesmo modo, lemos também neste capítulo: “E achei que o mesmo mandamento que era para vida, me resultou para morte.” (v. 10)
Evidentemente, a Lei não demonstrou ser uma prova de vida para ele.
“E eu sem a Lei vivia em um tempo; mas vindo o mandamento, o pecado reviveu e eu morri” (v. 9).
Independentemente de quem represente o “eu” neste capítulo da Epístola aos Romanos, ele estava vivo até que veio a Lei, e então morreu. Desde aí, pois, que a Lei não podia ter sido uma Regra de Vida para ele; ela, na realidade, era justamente o contrário: uma regra de morte.
É evidente, pois, que um pecador não pode ser justificado pelas obras da Lei; e é igualmente evidente que a Lei não constitui a Regra de Vida do Crente:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” (Gl 3:10, ARC, Pt)
A Lei não reconhece nenhuma distinção entre um homem nascido de novo e outro que não o é; amaldiçoa a todos os que tentam colocar-se ante ela; rege e amaldiçoa a um homem enquanto que este viva. Ninguém como o verdadeiro Crente reconhecerá plenamente que é incapaz de guardá-la, e ninguém, igualmente, estaria mais completamente debaixo da maldição.
Qual é, pois, o fundamento da nossa Justificação? E qual é a nossa Regra de Vida? A Palavra de Deus responde da seguinte maneira: somos “justificados pela fé em Cristo” (Gl 2:16), e Cristo é a nossa Regra de Vida. Ele levou todos os “nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro.” (1Pe 2:24) Cristo foi “feito por nós maldição.” (Gl 3:13). Ele bebeu por nós a taça da justa ira de Deus “até aos seus sedimentos.” (Is 51:17; Jo 18:11). Despojou a morte do seu aguilhão, e ao sepulcro, da sua vitória (1Co 15:55-56). Deu a Sua vida por nós. Desceu até à morte, onde nós estávamos, a fim de nos conduzir a uma eterna associação com Ele em vida, justiça, favor e Glória diante do nosso Deus e do Seu Deus, de nosso Pai e de Seu Pai. (Vejam-se cuidadosamente as seguintes passagens: Jo 20:17; Rm 4:25; Rm 5:1-10; Rm 6:1-11; Rm 7 a Rm 8:1-4; 1Co 1:30, 31; 1Co 6:11; 1Co 15:55-57; 2Co 5:17-21; Gl 3:13, 25-29; Gl 4:31; Ef 1:19-23; Ef 2:1-6; Cl 2:10-15; Hb 2:14, 15; 1Pe 1:23.).
Se o Leitor ponderar com oração todas estas passagens das Escrituras, verá claramente que não somos justificados pelas obras da Lei, e não só isso, mas, também verá como somos justificados. Verá os profundos e sólidos fundamentos da vida, da justiça e da paz cristãs, conforme aos conselhos eternos que Deus tinha nos Seus planos, postos na consumada expiação de Cristo, desenvolvidos por Deus, o Espírito Santo, na Palavra escrita, e feitos efectivos na bem-aventurada experiência de todos os verdadeiros Crentes.
Logo, quanto à Regra de Vida do Crente, o Apóstolo não diz: «Para mim o viver é a Lei», mas sim: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1:21). Cristo é a nossa regra, o nosso modelo, a nossa pedra de toque, o nosso tudo. O que o Cristão deveria perguntar-se continuamente na sua vida, não é: «É isto conforme à Lei?», mas sim: «É isto conforme a Cristo?». A Lei nunca me poderia ensinar a amar, abençoar e a orar pelos meus inimigos; mas, isto é precisamente o que o Evangelho me ensina a fazer, e o que a nova natureza me leva a fazer. “O cumprimento da Lei é o amor” (Rm 13:10), e se eu, não obstante, fosse procurar Justificação pela Lei, estaria perdido; e se fosse fazer da Lei a minha norma de acção, erraria totalmente o meu próprio alvo. Fomos predestinados para ser conformados, não à Lei, mas sim à imagem do Filho de Deus. Devemos ser como Ele. (Vejam-se as seguintes passagens: Mt 5:21-48; Rm 8: 29; 1Co 13:4-8; Rm 13:8-10; Gl 5:14-26; Ef 1:3-5; Fl 3:20, 21; Fl 2:5; Fl 4:8; Cl 3:1-7).
A alguns parece uma paradoxo que se diga que “a justiça da Lei se cumpre em nós” (Rm 8:4) e de uma vez que não podemos ser justificados pela Lei, nem fazer da Lei a nossa Regra de Vida. Entretanto, assim é, se tivermos que formar as nossas convicções pela Palavra de Deus. Tampouco para a mente renovada existe a menor dificuldade no entendimento desta bendita doutrina. Nós estávamos, por natureza, “mortos em nossos delitos e pecados” (Ef 2:1), e o que pode fazer um homem morto? Como pode um homem obter a vida guardando aquilo que requer vida, para poder ser guardado; uma vida que não tem? E como obtemos nós, a vida? Cristo é a nossa vida. Vivemos nAquele que morreu por nós; somos abençoados nAquele que foi feito maldição por nós, ao ser pendurado num madeiro; somos justos nAquele e que foi feito pecado por nós; somos trazidos para perto nAquele que foi arrojado fora por nós (Rm 5:6-15; Ef 2:4-6; Gl 3:13).
Tendo assim, pois, vida e justiça em Cristo, somos chamados a andar como Ele andou, e não, simplesmente a andar como judeus. Somos chamados a purificarmo-nos assim como Ele é puro; a andar nas Suas pisadas; a anunciar as Suas virtudes; a manifestar o Seu Espírito (Jo 13:14, 15; Jo 17:14-19; 1Pe 2:21; 1Jo 2:6, 29; 1Jo 3:3).
Concluiremos as nossas observações sobre este tema sugerindo ao Leitor duas perguntas, ou seja:
Primeira: Poderiam os Dez Mandamentos sem o Novo Testamento ser uma Regra de Vida suficiente para o Crente?
Segunda: Poderia o Novo Testamento sem os Dez Mandamentos ser uma Regra de Vida suficiente?
Certamente que aquilo é insuficiente, não pode ser a nossa Regra de Vida. Recebemos os Dez Mandamentos como parte do Cânon da Inspiração; e, além disso, cremos que a Lei permanece plenamente vigente para reger e amaldiçoar o homem enquanto que este vive. Que um pecador tão somente tente obter a vida mediante a Lei, e verá onde esta o porá; e um Crente que tão somente dirija o seu caminho conforme ela, verá o que a Lei fará dele. Estamos plenamente convencidos de que se um homem andar conforme o espírito do Evangelho, não cometerá homicídio nem furtará; mas também estamos convencidos de que todo homem que se circunscreva às normas da Lei do Moisés, desviar-se-á totalmente do espírito do Evangelho.
O tema da “Lei” demandaria uma exposição muito mais elaborada, mas os limites deste breve escrito que me tenho proposto, não a permitiriam, e vemo-nos, assim, obrigados a encomendar o Leitor à consideração das diversas passagens da Escritura às quais temos feito referência e que as examine com cuidado. Deste modo —cremos com certeza— chegará a uma sã conclusão, e será independente de todo o ensino e influência humanas. Verá como um homem é justificado livremente pela Graça de Deus, através da fé num Cristo crucificado e ressuscitado; verá que é feito “participante da Natureza Divina”, e introduzido numa condição de justiça divina e eterna, sendo totalmente livre de toda a condenação; verá que nesta santa e elevada posição, Cristo é o seu objecto, o seu tema, o seu modelo, a sua regra, a sua esperança, o seu gozo, a sua força, o seu tudo; verá que a esperança posta diante dEle, é estar com Jesus onde Ele está, e ser semelhante a Ele, para sempre. E deste modo verá que se como pecador perdido achou perdão e paz aos pés da Cruz, ele não é, como um filho aceite e adoptado, de novo enviado aos pés do Monte Sinai, para ali ser apavorado e rechaçado pelas terríveis maldições de uma Lei quebrantada. (Hb 12:18-24) O Pai não podia pensar em reger com uma Lei de ferro o filho pródigo a quem Ele tinha recebido em Seu seio com a mais pura, profunda e rica Graça. Oh, não! “Justificados, pois, pela fé, temos paz para com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por quem também temos entrada pela fé a esta Graça na qual estamos firmes, e nos glorificamos na esperança da Glória de Deus.” (Rm 5:1-2) O Crente é justificado, não por obras, mas sim por meio da fé; ele acha-se, não na Lei, mas sim na Graça; e aguarda, não o julgamento, mas a Glória.
Esta tradução é de livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente para uso e desfruto pessoal.
À Lei contemplamo-la erroneamente de duas maneiras: primeiro, como fundamento da Justificação, e segundo, como Regra de Vida do Cristão.
Uma passagem ou duas da Escritura serão suficientes para resolver a questão tanto de uma como da outra. Quanto à Justificação: “Já que pelas obras da Lei nenhum ser humano será justificado diante dEle; porque por meio da Lei é o conhecimento do pecado” (Rm 3:20). “Concluímos, pois, que o homem é justificado por fé sem as obras da Lei” (Rm 3:28). “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas sim pela fé em Jesus Cristo, nós também cremos em Jesus Cristo, para ser justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, por quanto pelas obras da Lei ninguém será justificado” (Gl 2:16).
Quanto ao feito de ser uma Regra de Vida, lemos: “Assim também vós, meus irmãos, morrestes para a Lei mediante o corpo de Cristo, para que sejais de outro, do que ressuscitou dos mortos, a fim de que levemos fruto para Deus” (Rm 7:4). “Mas agora temos sido libertados da Lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Rom 7:6 ACF)
Observem-se duas coisas nesta última passagem citada: 1.º “Estamos livres da Lei” 2.º Não para fazer o que agrada à velha natureza, mas sim para que sirvamos “em novidade de espírito”.
Ainda que fomos libertados da escravidão, é nosso privilégio “servir” em liberdade. Do mesmo modo, lemos também neste capítulo: “E achei que o mesmo mandamento que era para vida, me resultou para morte.” (v. 10)
Evidentemente, a Lei não demonstrou ser uma prova de vida para ele.
“E eu sem a Lei vivia em um tempo; mas vindo o mandamento, o pecado reviveu e eu morri” (v. 9).
Independentemente de quem represente o “eu” neste capítulo da Epístola aos Romanos, ele estava vivo até que veio a Lei, e então morreu. Desde aí, pois, que a Lei não podia ter sido uma Regra de Vida para ele; ela, na realidade, era justamente o contrário: uma regra de morte.
É evidente, pois, que um pecador não pode ser justificado pelas obras da Lei; e é igualmente evidente que a Lei não constitui a Regra de Vida do Crente:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” (Gl 3:10, ARC, Pt)
A Lei não reconhece nenhuma distinção entre um homem nascido de novo e outro que não o é; amaldiçoa a todos os que tentam colocar-se ante ela; rege e amaldiçoa a um homem enquanto que este viva. Ninguém como o verdadeiro Crente reconhecerá plenamente que é incapaz de guardá-la, e ninguém, igualmente, estaria mais completamente debaixo da maldição.
Qual é, pois, o fundamento da nossa Justificação? E qual é a nossa Regra de Vida? A Palavra de Deus responde da seguinte maneira: somos “justificados pela fé em Cristo” (Gl 2:16), e Cristo é a nossa Regra de Vida. Ele levou todos os “nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro.” (1Pe 2:24) Cristo foi “feito por nós maldição.” (Gl 3:13). Ele bebeu por nós a taça da justa ira de Deus “até aos seus sedimentos.” (Is 51:17; Jo 18:11). Despojou a morte do seu aguilhão, e ao sepulcro, da sua vitória (1Co 15:55-56). Deu a Sua vida por nós. Desceu até à morte, onde nós estávamos, a fim de nos conduzir a uma eterna associação com Ele em vida, justiça, favor e Glória diante do nosso Deus e do Seu Deus, de nosso Pai e de Seu Pai. (Vejam-se cuidadosamente as seguintes passagens: Jo 20:17; Rm 4:25; Rm 5:1-10; Rm 6:1-11; Rm 7 a Rm 8:1-4; 1Co 1:30, 31; 1Co 6:11; 1Co 15:55-57; 2Co 5:17-21; Gl 3:13, 25-29; Gl 4:31; Ef 1:19-23; Ef 2:1-6; Cl 2:10-15; Hb 2:14, 15; 1Pe 1:23.).
Se o Leitor ponderar com oração todas estas passagens das Escrituras, verá claramente que não somos justificados pelas obras da Lei, e não só isso, mas, também verá como somos justificados. Verá os profundos e sólidos fundamentos da vida, da justiça e da paz cristãs, conforme aos conselhos eternos que Deus tinha nos Seus planos, postos na consumada expiação de Cristo, desenvolvidos por Deus, o Espírito Santo, na Palavra escrita, e feitos efectivos na bem-aventurada experiência de todos os verdadeiros Crentes.
Logo, quanto à Regra de Vida do Crente, o Apóstolo não diz: «Para mim o viver é a Lei», mas sim: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1:21). Cristo é a nossa regra, o nosso modelo, a nossa pedra de toque, o nosso tudo. O que o Cristão deveria perguntar-se continuamente na sua vida, não é: «É isto conforme à Lei?», mas sim: «É isto conforme a Cristo?». A Lei nunca me poderia ensinar a amar, abençoar e a orar pelos meus inimigos; mas, isto é precisamente o que o Evangelho me ensina a fazer, e o que a nova natureza me leva a fazer. “O cumprimento da Lei é o amor” (Rm 13:10), e se eu, não obstante, fosse procurar Justificação pela Lei, estaria perdido; e se fosse fazer da Lei a minha norma de acção, erraria totalmente o meu próprio alvo. Fomos predestinados para ser conformados, não à Lei, mas sim à imagem do Filho de Deus. Devemos ser como Ele. (Vejam-se as seguintes passagens: Mt 5:21-48; Rm 8: 29; 1Co 13:4-8; Rm 13:8-10; Gl 5:14-26; Ef 1:3-5; Fl 3:20, 21; Fl 2:5; Fl 4:8; Cl 3:1-7).
A alguns parece uma paradoxo que se diga que “a justiça da Lei se cumpre em nós” (Rm 8:4) e de uma vez que não podemos ser justificados pela Lei, nem fazer da Lei a nossa Regra de Vida. Entretanto, assim é, se tivermos que formar as nossas convicções pela Palavra de Deus. Tampouco para a mente renovada existe a menor dificuldade no entendimento desta bendita doutrina. Nós estávamos, por natureza, “mortos em nossos delitos e pecados” (Ef 2:1), e o que pode fazer um homem morto? Como pode um homem obter a vida guardando aquilo que requer vida, para poder ser guardado; uma vida que não tem? E como obtemos nós, a vida? Cristo é a nossa vida. Vivemos nAquele que morreu por nós; somos abençoados nAquele que foi feito maldição por nós, ao ser pendurado num madeiro; somos justos nAquele e que foi feito pecado por nós; somos trazidos para perto nAquele que foi arrojado fora por nós (Rm 5:6-15; Ef 2:4-6; Gl 3:13).
Tendo assim, pois, vida e justiça em Cristo, somos chamados a andar como Ele andou, e não, simplesmente a andar como judeus. Somos chamados a purificarmo-nos assim como Ele é puro; a andar nas Suas pisadas; a anunciar as Suas virtudes; a manifestar o Seu Espírito (Jo 13:14, 15; Jo 17:14-19; 1Pe 2:21; 1Jo 2:6, 29; 1Jo 3:3).
Concluiremos as nossas observações sobre este tema sugerindo ao Leitor duas perguntas, ou seja:
Primeira: Poderiam os Dez Mandamentos sem o Novo Testamento ser uma Regra de Vida suficiente para o Crente?
Segunda: Poderia o Novo Testamento sem os Dez Mandamentos ser uma Regra de Vida suficiente?
Certamente que aquilo é insuficiente, não pode ser a nossa Regra de Vida. Recebemos os Dez Mandamentos como parte do Cânon da Inspiração; e, além disso, cremos que a Lei permanece plenamente vigente para reger e amaldiçoar o homem enquanto que este vive. Que um pecador tão somente tente obter a vida mediante a Lei, e verá onde esta o porá; e um Crente que tão somente dirija o seu caminho conforme ela, verá o que a Lei fará dele. Estamos plenamente convencidos de que se um homem andar conforme o espírito do Evangelho, não cometerá homicídio nem furtará; mas também estamos convencidos de que todo homem que se circunscreva às normas da Lei do Moisés, desviar-se-á totalmente do espírito do Evangelho.
O tema da “Lei” demandaria uma exposição muito mais elaborada, mas os limites deste breve escrito que me tenho proposto, não a permitiriam, e vemo-nos, assim, obrigados a encomendar o Leitor à consideração das diversas passagens da Escritura às quais temos feito referência e que as examine com cuidado. Deste modo —cremos com certeza— chegará a uma sã conclusão, e será independente de todo o ensino e influência humanas. Verá como um homem é justificado livremente pela Graça de Deus, através da fé num Cristo crucificado e ressuscitado; verá que é feito “participante da Natureza Divina”, e introduzido numa condição de justiça divina e eterna, sendo totalmente livre de toda a condenação; verá que nesta santa e elevada posição, Cristo é o seu objecto, o seu tema, o seu modelo, a sua regra, a sua esperança, o seu gozo, a sua força, o seu tudo; verá que a esperança posta diante dEle, é estar com Jesus onde Ele está, e ser semelhante a Ele, para sempre. E deste modo verá que se como pecador perdido achou perdão e paz aos pés da Cruz, ele não é, como um filho aceite e adoptado, de novo enviado aos pés do Monte Sinai, para ali ser apavorado e rechaçado pelas terríveis maldições de uma Lei quebrantada. (Hb 12:18-24) O Pai não podia pensar em reger com uma Lei de ferro o filho pródigo a quem Ele tinha recebido em Seu seio com a mais pura, profunda e rica Graça. Oh, não! “Justificados, pois, pela fé, temos paz para com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por quem também temos entrada pela fé a esta Graça na qual estamos firmes, e nos glorificamos na esperança da Glória de Deus.” (Rm 5:1-2) O Crente é justificado, não por obras, mas sim por meio da fé; ele acha-se, não na Lei, mas sim na Graça; e aguarda, não o julgamento, mas a Glória.
Notas:
(1) Adj. e s. m. que ou aquele
que usa de tergiversações. (Do lat. tergiversatóre-, «id.») tergiversação s. f.
acto ou efeito de tergiversar; subterfúgio; evasiva; desculpa; rodeios. (Do
lat. tergiversatióne-, «id.»)
(2) Lançado fora com ímpeto.
http://www.verdadespreciosas.com.ar/index.html
Notas e Tradução de Carlos António da Rocha
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Esta tradução é de livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque já está traduzida no Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca publicada nem utilizada para fins comerciais; seja utilizada exclusivamente para uso e desfruto pessoal.
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