por John Owen
intitulada "The Glory of Crist".
CAPÍTULO 8
A Glória de Cristo ilustrada no Antigo Testamento
Sabemos que o Antigo
Testamento trata acerca do Senhor Jesus Cristo. Moisés e os profetas e todas as
Escrituras atestam acerca de Cristo e da Sua Glória. Os judeus não viram Cristo
nem a Sua Glória nas Escrituras, porque tinham o véu posto sobre o seu
entendimento. Este véu só pode ser tirado pelo Espírito de Deus (2Co 3:14-16).
Em seguida mostrarei algumas maneiras nas quais a Glória de Cristo foi
apresentada aos crentes sob o Antigo Testamento.
1. A Glória de
Cristo foi revelada por meio da adoração prescrita sob a Lei. Deus deu por meio
de Moisés uma bela ordem de adoração. Houve um tabernáculo (e mais tarde o
templo) com o lugar santíssimo, a arca, o propiciatório, o sumo-sacerdote, os
sacrifícios e o derramamento de sangue. Mas estas coisas eram simplesmente
sombras que apontavam para Cristo (que é o único sacrifício pelo pecado) e para
a Sua contínua atividade como nosso sumo-sacerdote. Tudo o que Moisés fez na
edificação do tabernáculo e a sua adoração teve a intenção de testificar da
pessoa e da obra de Cristo, as quais seriam reveladas posteriormente. Também o
Espírito de Cristo esteve nos profetas “indicava, anteriormente testificando os
sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a Glória que se lhes havia de seguir.”
(1Pe 1:11).
2. A Glória de
Cristo foi representada sob o Antigo Testamento na narração mística da Sua
comunhão com a Sua Igreja em amor e graça. Esta narração está escrita no livro
de Cantares de Salomão. Esta narração é um registo do amor divino e da graça de
Cristo para com a Sua Igreja com expressões do Seu amor para com Ele e do Seu
deleite nEle. Este livro tem sido grandemente descuidado e mal entendido.
Uns poucos de
dias ou umas quantas horas ocupados no desfrute da comunhão amorosa com Cristo,
conduzir-nos-iam a termos um melhor apreço por este livro. A comunhão com
Cristo descrita nas suas páginas é uma bênção maior do que todos os tesouros da
Terra. Mas devido a que estas coisas são entendidas por muito poucos, que este
livro é descuidado se não que é até menosprezado. Mas, se nós que fomos favorecidos
com a revelação neo-testamentária acerca de Cristo entendemos menos da Sua Glória
do que os crentes veterotestamentários, então seremos julgados como não dignos
de termos recebido o Novo Testamento.
3. A Glória de
Cristo foi representada e manifestada sob o Antigo Testamento pelas Suas
aparições na forma de um homem. Nestas aparições, Cristo assumiu a forma de um
homem para anunciar o que algum dia chegaria a ser na Sua encarnação. Nesta
forma Cristo apareceu a Abraão, a Jacob, a Moisés, a Josué e a outros. Sob o
Antigo Testamento Cristo continuamente assumiu sentimentos e emoções humanas
que davam a entender que viria um tempo quando Ele tomaria uma natureza humana.
Portanto, o Antigo Testamento refere-se a Ele como estando zangado, como estando
agradecido, como estando arrependido, e como exibindo todas as demais emoções
humanas. Isto apontava para diante quando realmente Ele viria a ser o homem
Cristo Jesus.
4. A Glória de
Cristo sob o Antigo Testamento foi representada também por visões proféticas. O
Apóstolo João diz-nos que a visão que Isaías teve acerca da Glória do Senhor
(Jeová), foi, na verdade, uma visão da Glória de Cristo (veja Is 6:1-7 e Jo
12:41). Quando Isaías viu a Glória de Deus encheu-se de terror até que o seu
pecado foi tirado por meio de uma brasa acesa tirada do altar. Isto foi uma
ilustração do poder purificador do sacrifício de Cristo.
5. A doutrina
da encarnação de Cristo foi revelada sob o Antigo Testamento, mas não tão
claramente como foi revelada no Evangelho. Um exemplo só basta para demonstrar
este ponto: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado
está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). Só este testemunho é
suficiente para confundir os judeus e a todos os inimigos da Glória de Cristo. Se bem que os
profetas profetizaram a Glória vindoura de Cristo, não entenderam completamente
o que escreveram. Mas agora, quando cada palavra desta revelação foi
esclarecida para nós no Evangelho, seria cegueira negarmo-nos a recebê-lo. Não
é mais que o orgulho diabólico dos corações humanos o que os cega para não
verem a verdade da Glória de Cristo manifestada no Antigo Testamento.
"Meditations on the Glory of Crist" de John
Owen numa versão abreviada intitulada "The Glory of Crist"
Tradução de Carlos António da Rocha
John
Owen (Stadhampton, 1616 - Ealing, 24 de agosto de 1683) é, por
consenso, o mais bem conceituado teólogo puritano, e muitos o
classificariam, ao lado de João Calvino e de Jonathan Edwards, como um
dos três maiores teólogos reformados de todos os tempos.
Nascido em 1616, entrou para o Queen's College, em Oxford, aos 12 anos de idade e completou seu mestrado em 1635 aos 19 anos de idade. Em 1637 tornou-se pastor.
Na década de 1640 foi capelão de Oliver Cromwell e, em 1651, veio a ser deão da Christ Church, a maior faculdade de Oxford. Em 1652, recebeu o cargo adicional de vice-reitor da universidade, a qual passou a reorganizar com sucesso notável.
Depois de 1660, foi líder dos Independentes (mais tarde chamados de congregacionais, até sua morte em 1683.
Nascido em 1616, entrou para o Queen's College, em Oxford, aos 12 anos de idade e completou seu mestrado em 1635 aos 19 anos de idade. Em 1637 tornou-se pastor.
Na década de 1640 foi capelão de Oliver Cromwell e, em 1651, veio a ser deão da Christ Church, a maior faculdade de Oxford. Em 1652, recebeu o cargo adicional de vice-reitor da universidade, a qual passou a reorganizar com sucesso notável.
Depois de 1660, foi líder dos Independentes (mais tarde chamados de congregacionais, até sua morte em 1683.
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