29 de agosto de 1990 • Parte para o Senhor, Luís das Neves Paiva
Luís das Neves Paiva
converte-se ao Senhor ainda criança, aos nove anos de idade, em 1912, quando aceita o convite de um casal
de crentes, para assistir a um culto evangélico.
Entretanto, fica
órfão de pai e sentindo as suas responsabilidades, muito novinho trabalha como
aprendiz de compositor tipógrafo na antiga Papelaria Fernandes.
Em 1920, aos dezassete
anos, parte com a mãe para Maputo, na República de Moçambique (então Lourenço
Marques, capital de Moçambique, antiga colónia e província ultramarina de Portugal) onde trabalha na
sua profissão de tipógrafo, que já domina com mestria.
Em 1923, aos 20 anos, Luís das Neves Paiva, regressa a Lisboa e emprega-se na Tipografia
Evangélica, das Janelas Verdes, chamada "Imprensa Limitada", onde faz
todo o seu percurso profissional, começando como compositor, depois revisor, chefe
de turno e mais tarde chefe geral, até 1932, ano em que esta encerra. Ainda
nesse ano é convidado a regressar à Tipografia da
Papelaria Fernandes,
onde aprendera a sua profissão e trabalhara até aos dezassete anos, em 1920, e
onde trabalhará nos próximos 30 anos.
Em 1932, nesta época, Luís das Neves Paiva, anda pelos seus 29 anos. Então, simultaneamente,
enquanto trabalha de dia, à noite evangeliza. Colaborava ativamente na “sua”
Assembleia Local, nas Amoreiras, em Lisboa, onde dirige muitas vezes a Escola
Dominical. Também dirige a Escola Dominical da Assembleia Local, de Almada,
durante anos e anos. Prega na Igreja de Alvaiade e durante anos desloca-se a
Sines (no Alentejo Litoral, dito com a pompa atual, na Costa Vicentina!) uma
vez por mês, para pregar na Assembleia Local, quando aquela cidade ainda era
uma vila. Ainda prega na Assembleia Local da Rua Maria Pia e em muitas outras
assembleias locais em Lisboa.
Colabora com a Assembleia Local da Amadora e
ajudando na formação dela o Dr. Colin M.
Bowker, médico inglês, nascido em 20 de julho de 1912, e que está em desde 1939
em Portugal,
Também
desde 1932, Luís das Neves Paiva
começa o trabalho de evangelização na zona de Sintra. Abre salas de culto em
muitos lugares e leva a palavra de Deus a: Tojeira Aldeia Galega, Vila Verde,
Codiceira, Nafarros, Gouveia, Mucífal, Assafora, e muitos outros. Para todos
estes locais se desloca a pé, ou de bicicleta, de automóvel, de táxi, e de comboio, que muitas vezes perde no
regresso a casa. Cheg a dormir nos bancos da Estação ou num táxi de um amigo
que tinha em Sintra.
Contudo,
como se isto fora pouco, ainda lhe resta tempo para visitar doentes nos hospitais.
Fas estas visitas até aos 84 anos. Visita presos. Pelos locais por onde evangeliza
há muito analfabetismo e então dedica uma parte do seu tempo ensinando a ler e
a escrever.
O
seu trabalho de evangelização em Sintra dura até 1982, ou seja: 50 anos de amor
e dedicação e desejo de servir o Senhor. Muitos obreiros Cristãos o ajudaram
nesta obra e de entre muito se podem mencionar: Guido de Oliveira, José Ilídio
Freire, Paulo Valon, Paulo Torres, Celestino de Oliveira, José Martins da
Costa, Mário Pedro, Abel Rodrigues, Alfredo Machado, António Santos, José
Bravo, Augusto Esperança, Augusto Esteves e alguns da Assembleia de Deus.
Alguns destes obreiros já partiram para o Senhor.
Luís das Neves Paiva edita
durante 12 anos um “Calendário Bíblico”,
trabalho que ele retoma do obreiro inglês George Howes. O “Calendário Bíblico” teve grande aceitação, vendendo muitos
exemplares nas ex-colónias, no Continente e nos Arquipélagos dos Açores e da
Madeira. Algum lucro que tinha com esta venda, era aplicado na causa do Senhor.
A sua vida foi uma vida de dádiva para com os outros. Luís das Neves Paiva nada possuía, a não ser uma alma rica de amor
para com os outros e para com Deus.
Nas oficinas onde trabalha, nas ruas por onde
passa, nos hospitais que frequenta, nos transportes públicos que utiliza, Luís das Neves Paiva fala da Palavra
de Deus. Até mesmo a poucas horas antes da sua partida para o Senhor, testemunha
de Jesus ao seu bisneto David. Minutos antes da sua partida para o Senhor, neste
dia, 29 de agosto
de 1990, absolutamente lúcido e calmo, não se adivinhando que tal iria
suceder, uma das suas filhas observa-o orando. Luís das Neves Paiva foi fiel ao seu Amada Senhor até ao fim da
sua vida.
Respigo de Carlos António da Rocha
Fonte -
http://www.irmaos.net/v2/historia/luis_das_neves_paiva.html

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