… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

terça-feira, 30 de maio de 2017

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is 9:6)



“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is 9:6)

      Este menino é-nos enviado com o objetivo único de nos encher o coração. E quando o coração assim se entrega por meio da fé, experimenta que ele é um “doce Jesus”. Em seguida, o coração eleva-se ao Pai, que é tão grande a ponto de ter enviado o Menino ao coração. Foge à nossa compreensão e não há palavras para exprimir o facto de que algo tão pequeno contenha um tesouro tão grande. E assim se renova o grande e maravilhoso sinal, e o coração torna-se doce, alegre, consolado, destemido e tem paz mesmo no meio do sofrimento que lhe pode sobrevir. Pois que de ruim lhe poderia acontecer? Onde está o Menino, tudo estará bem. O coração e o Menino são inseparáveis.

      Agora, também é verdade que o coração não pode receber o Menino e provar a sua doçura sem antes derramar fora toda aquela alegria terrena que não procede de Cristo. O Menino não pode tolerar que o coração acolha uma outra coisa qualquer. Ele deseja morar no coração com exclusividade. Devemos deixar que se vá tudo aquilo que nos parece bom: os prazeres sensuais, a cobiça de bens materiais, a honra, a nossa vida, a piedade, a sabedoria, e todas as nossas virtudes. Se abandonarmos tudo isso por completo, o Menino vem. Agora, Ele traz consigo tudo aquilo que mata a nossa velha natureza.

      A gente deve apresentar ao Menino uma alma livre, não comprometida. Por isso, ninguém é mais indicado para tanto do que a pessoa que está sobrecarregada de muita miséria, tristeza e sofrimento, e não tem nada do que gostaria de ter, de tal sorte que aguenta firme e de bom grado suporta a contrariedade. Cristo jamais lhe será doce se você, primeiramente, não se tornou amargo para si mesmo. E quem não se sente assim, pode, muito bem, manter<-se> < a, ou à> distância.


 Martinho Lutero    

In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983



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