… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

quinta-feira, 1 de junho de 2017

“Se ministério, dediquemo-nos ao ministério.” (Rm 12:7)



“Se ministério, dediquemo-nos ao ministério.” (Rm 12:7)


      Já deixei claro que, entre si e para si, os Cristãos não precisam de tribunais ou do poder da espada, pois, para eles, isso não é necessário e não tem serventia alguma. Mas, uma vez que o Cristão vive neste mundo, não para si mesmo, mas para servir ao próximo, ele está disposto a fazer aquilo de que ele mesmo não precisa, mas que é necessário e proveitoso para o seu próximo. A espada é uma grande necessidade no mundo, para manter a paz, castigar o pecado e refrear os maus. Por isso, o Cristão de boa vontade se submete ao poder da espada, paga os impostos, honra a autoridade, serve, ajuda e faz o que pode para fortalecer esse poder, assim que exerça as suas funções e seja honrado e temido.

      Assim sendo, as duas coisas combinam perfeitamente: exterior e interiormente você satisfaz as exigências tanto do reino de Deus quanto do reino do mundo, suportando maldade e injustiça e, ao mesmo tempo, castigando a maldade e a injustiça; não resistindo ao mal e, ao mesmo tempo, resistindo-lhe. Porque, no primeiro caso, você cuida de si e dos seus interesses; no segundo caso, do próximo e dos interesses dele. Onde se trata de você mesmo e dos seus interesses, você se orienta pelo Evangelho e, como verdadeiro Cristão, sofre a injustiça; quando se trata do próximo e dos interesses dele, você segue a lei do amor e não tolera que o seu próximo seja injustiçado. Isto o Evangelho não o proíbe; pelo contrário, ordena-o numa outra passagem bíblica. É nesse sentido que, desde o início do mundo, todos os santos fizeram uso da espada.

 Martinho Lutero    

In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983



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