“E
acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe
respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23:42)
No jardim, Jesus
foi consolado por um anjo. Aqui, na cruz, o consolo vem de um malfeitor
pendurado a Seu lado. Este é um Deus maravilhoso, que faz com que seu Filho
seja consolado por um malfeitor. O malfeitor deve ter enxergado através do
corpo de Cristo, através da desonra, da zombaria e do sofrimento, pois, do
contrário, não teria podido crer nem confessar que Cristo era o Senhor e tinha
um reino poderoso. E assim, Cristo passou pelo inferno e começa a ter consolo
no malfeitor. Deus não permite que a Sua igreja morra. Por isso se diz com toda
razão: A fé que morreu em Pedro, ressuscitou no malfeitor. Porque esta palavra
tem de ficar de pé; “Domine entre os seus
inimigos”. Então, Cristo lembra-Se: Apesar de tudo, tenho um Deus gracioso,
que me preparou um reino e permite que o pecador desfrute do meu sofrimento.
Por isso diz ao malfeitor: “Hoje tu
estarás Comigo no paraíso”. O malfeitor reconhece a sua culpa e a inocência
de Cristo. Por isso conclui: A inocência de Cristo vai-me ajudar. E através de
uma parede bem grossa ele consegue enxergar o coração de Cristo. O malfeitor é
um dos nossos e somos semelhantes a ele. Por isso, invoquemos a Cristo e Ele
responder-nos-á: Sim, sim, exatamente como ao malfeitor.
Martinho Lutero
In Meditações
de Lutero, Castelo Forte - 1983
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