“Evidentemente,
grande é o mistério da piedade: aquele que foi manifestado na carne, foi
justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios,
criado no mundo, recebido na glória.” (1Tm
3:16)
Ah, que coisa
ridícula que o Deus único, o Deus majestoso Se faça gente; que aqui, Criador e
criatura estejam juntos numa só Pessoa. Diante disso, a nossa razão esperneia
com toda força.
Aqui não têm vez
as boas ideias que fazem com que nossa razão se alce até aos Céus em busca do
Deus majestoso e investigue como Ele governa no Céu, etc., o alvo é colocado
aqui em baixo, para que dos quatro cantos do mundo eu vá correndo a Belém,
àquela estrebaria onde o menino está deitado na manjedoura ou no colo de Maria.
Quer dizer: a razão humana fica bastante abafada.
Não procure
investigar aquilo que é elevado demais para você. Mas, aqui, a coisa vem até
diante de nossos olhos, assim que posso ver a criancinha no colo da mãe. Ali
jaz uma pessoa que nasceu como outra criança qualquer, vive como outra criança
qualquer, vive como outra criança qualquer e se apresenta, se comporta e
trabalha como outra pessoa qualquer, assim que ninguém jamais poderia ter
imaginado que esta criatura é o próprio Criador. Onde estão os sábios que
poderiam ter imaginado uma coisa dessas? Na verdade, a razão tem de entregar os
pontos, reconhecer a sua cegueira, a sua pretensão de trepar ao Céu e
investigar as coisas de Deus, não sendo, porém, capaz de perceber o que está
diante de seus olhos.
Martinho Lutero
In Meditações
de Lutero, Castelo Forte - 1983
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