“E eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco.” (Jo 14:16)
Por isso é
preciso aprender e conhecer o Espírito Santo e crer que Ele, de facto, é assim
como Cristo o apresenta e descreve, ou seja, que não se trata de um Espírito de
ira e terror, mas de um Espírito de graça e consolo, e que o Deus Trino <a
Trindade> como um todo é puro
consolo, que também o Pai quer consolar, pois dá o Espírito Santo. O Filho
consola, pois ora para que o Pai envie o Espírito Santo. E o Espírito Santo é o
próprio Consolador. Portanto, aqui não existe nem sinal de ira, terror e ameaça
contra os cristãos, mas riso alegre e doce consolo no Céu e na Terra. Por quê?
Bem (dirá ele), é porque vocês já têm opressores e carrascos que chega para os
amedrontar e atormentar.
Esta é, portanto,
a doutrina correta e respeito do Espírito Santo: que Ele se chama Consolador, e
que esta é a Sua natureza, característica e ofício. Porque de momento não
queremos entrar nos pormenores da Sua essência ou substância divina. No que diz
respeito à Sua divindade, ele é de uma só substância divina indivisa <adj. que
não está dividido; que é possuído simultaneamente por mais de uma pessoa;
inteiro. (Do lat. indivïsu-, «id.»)> juntamente com o Pai e o Filho. Mas
para nós ele é o Consolador. E Consolador é Aquele que torna um coração alegre
diante de Deus, e lhe dá ânimo porque os seus pecados foram perdoados, a morte
foi vencida, o céu está aberto e Deus o aceita com um sorriso. Quem puder
assimilar bem esta definição tem a vitória e não verá nem encontrará outra
coisa senão somente consolo e alegria nos Céus e na Terra.
Martinho Lutero
Martinho Lutero
In Meditações de
Lutero, Castelo Forte - 1983
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