“Quem me
rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra
que tenho proferido, essa o julgará no último dia.” (Jo 12:48)
O nosso amado
Senhor vê quão pobres e miseráveis somos. Se não temos este tesouro que é o
santo Evangelho, então aparece uma heresia após a outra.
Por outro lado,
se temos o Evangelho, surge uma outra desgraça muito mais terrível ainda: todos
o desprezam e apenas a minoria o aceita para melhoras da sua vida. Por isso
somos gente pobre e miserável de fora a fora. Se Deus não nos dá a Sua Palavra,
isso só pode vir em prejuízo da salvação das nossas almas. Por outro, se Ele no-la
concede, ninguém quer aceitá-la. Por isso nada melhor haveria do que se Deus
nosso Senhor apressasse o dia do juízo e reduzisse tudo a ruínas, pois na casa
deste mundo ingrato nada resolve: nem castigo, nem graça.
Por
isso Ele torna a admoestar e mais uma vez fixa um dia, dizendo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais
os vossos corações.” Cada dia ainda é “hoje”,
no qual Deus faz ouvir a Sua voz, grita e chama para que não percamos a
oportunidade.
Deveríamos, na
verdade, ser muitissimamente gratos a Deus por esta graça, que Ele Se achega
tanto assim a nós, está ao nosso lado, em casa, à mesa, na cama e onde dEle
tivermos necessidade, oferecendo e colocando ao nosso alcance toda a Sua ajuda
e tudo o que dEle pudermos pedir. Sim, deveríamos valorizar e honrar Este Amado
hóspede, porque Ele está connosco.
Martinho Lutero
In Meditações de
Lutero, Castelo Forte - 1983
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