“O meu
cálice transborda.” (Sl 23:5)
Tal força,
alegria e enlevo bem-aventurado os crentes experimentam não somente quando
estão bem e em paz, mas, também, quando sofrem e morrem. Quando o Sinédrio de
Jerusalém mandou açoitar os apóstolos, esses se alegraram com isso (At 5.41), e
Paulo escreve em Rm 5:3: “Também nos
gloriemos nas próprias tribulações”.
Mas, diz você,
ainda não estou preparado a ponto de poder morrer alegre. Isso não faz mal,
pois nem David dominou essa arte a todo momento. Também ele, por vezes, se
lamentava de estar rejeitado ante os olhos de Deus. De igual modo, também
outros santos não estavam sempre cordialmente confiantes em Deus, e pouco
agrado e paciência tiveram nas suas tribulações e tentações. O apóstolo Paulo
tinha momentos em que confiava com tanta segurança em Cristo, que nem a lei, o
pecado, a morte e o diabo o faziam mexer-se (Gl 2:20; Fl 1:20; Rm 8:35ss.).
Logo a seguir, porém, lamenta-se por ser o mais fraco e o pior pecador sobre a
terra (1Co 2:3; Rm 7:14, 24; Gl 5:17). Por isso, você não deve logo desesperar
quando se sente ainda fraco e pequeno na fé; pelo contrário, dedique-se à
oração, pedindo que possa permanecer na Palavra e cresça na fé e no
conhecimento de Cristo.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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