“Palavra
de David, filho de Jessé, palavra do homem que foi exaltado, do ungido do Deus
de Jacob, do mavioso salmista de Israel. O Espírito do Senhor fala por meu
intermédio, e a sua palavra está na minha língua.” (2Sm 23:1)
A fé não descansa
nem tira férias. Ela manifesta-se, fala, prega. Com júbilo, ela põe-se a compor
lindos salmos, canta belos hinos para, com alegria, louvar e agradecer a Deus
bem como mover e ensinar aos demais. Agora, isto não se refere apenas à beleza
e à suavidade dos salmos sob o ponto de vista da gramática e da música, isto é,
palavras ordenadas de forma graciosa e artística e canto ou música que soa bem
e agrada aos ouvidos, bom texto e bela melodia. Antes, é quando se considera a sua
teologia e conteúdo espiritual que os salmos se revelam de facto lindos e
maravilhosos. É claro, a música ou melodia também ajudam, como criatura e dom
de Deus que são, especialmente, quando a congregação canta e quando se leva a
coisa a sério.
David chama os seus
salmos de salmos de Israel. Não os atribui a si mesmo nem tampouco quer a honra
tão-somente para si. Israel deve receber, julgar e reconhecê-los como seus.
Pois é necessário que uma palavra ou hino seja aceite ou não pela casa de Deus
ou pelo povo de Deus, assim, nós, cristãos, falamos dos nossos salmistas.
Santo Ambrósio
compôs muitos hinos bonitos, os quais são hinos da igreja porque esta os
aceitou e os usa como se ela própria os tivesse composto. Por isso não dizemos,
assim canta Ambrósio, Gregório, Prudêncio, Sedúlio, mas, assim canta a igreja
cristã. Pois trata-se apenas de hinos que Ambrósio, Sedúlio e outros cantam em
conjunto com a igreja, e a igreja com eles. E quando eles morrem, a igreja, que
permanece, continuará cantando os hinos que eles compuseram.
Martinho
Lutero
In Meditações
de Lutero, Castelo Forte - 1983
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