“Assim
também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo
Jesus.” (Rm 6:11)
Assim, a pessoa é
de todo pura e inocente, sacramentalmente. Por outras Palavras, ela tem o sinal
de Deus, o batismo. Isto mostra que todos os seus pecados estão mortos e que
ela vai morrer na graça e, no dia do juízo, <ela vai> ressuscitar pura,
sem pecado, sem culpa, destinada a viver eternamente.
Desta forma, é
verdade que, em virtude do sacramento, a pessoa está livre do pecado e da
culpa. Mas isso é algo que ainda aguarda o estado de perfeição, e a pessoa
ainda vive na carne pecaminosa. Por isso, ela não está sem pecado, nem,
tampouco, purificada de todas as coisas, pois apenas começou a ficar limpa e
inocente.
De que me adianta
então o batismo – você dirá – se o mesmo não apaga o pecado nem me livra
completamente dele? Neste ponto, é preciso ter compreensão e conhecimento
corretos do sacramento do batismo.
Em primeiro
lugar, é preciso que você se entregue ao sacramento do batismo e <ao> seu
significado, ou seja, que você anseie por morrer para o pecado e ser renovado
no dia derradeiro, como o sacramento indica. Deus aceita isso e o batiza, sendo
que a partir desse momento, ele começa a renová-lo. Deus derrama em você a Sua
graça e o Seu Espírito Santo que começa a mortificar a natureza pecaminosa e o
pecado, e começa a prepará-lo para morrer e ressuscitar no último dia.
Além disso, se
você se compromete a continuar assim, e a mortificar o pecado isso e faz com
que, durante toda a sua vida, você seja exercitado na prática de muitas cada
vez mais enquanto viver, até ao dia de sua morte, Deus aceita também boas obras
e em muitos sofrimentos. Com isso, Ele faz aquilo que você desejou no seu
batismo, ou seja: ser libertado do pecado, morrer, e, no dia derradeiro,
ressuscitar em novidade de vida e, assim, tornar pleno o batismo.
Nota:
Martinho Lutero considera<va> o batismo como um “sacramento”. O batismo,
segundo o meu entender da “Palavra de Deus”, é uma ordenança do Senhor da
Igreja a que publicamente se submetem apenas os que verdadeiramente “crêem no
Seu nome”.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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