… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.” (Mt 6:12)



“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.” (Mt 6:12)

     Digo também que Deus é gracioso com muita gente e, de coração, perdoa toda a culpa. Mas não lhes diz nada a <esse> respeito e trata-os tanto interna como externamente, de uma forma tal, que os leva a pensar que Deus não é gracioso e que deseja condená-los nesta vida e na eternidade. Por agora, Ele atormenta-os; por dentro, Ele atemoriza-os. Um destes, foi David, pois ele diz no Salmo 6:1: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.”

     A outros, por sua vez, Deus, secretamente, retém a culpa e continua Seu inimigo; não lhes diz nada a <esse> respeito, mas trata-os de uma forma que os leva a pensar que são filhos amados. Exteriormente, eles vão bem, interiormente são felizes e estão certos de que vão para o Céu. Estes são descritos no Salmo 10:6: “Jamais serei abalado: de geração em geração, nenhum mal me sobrevirá.”

     Assim, de vez em quando Ele consola a consciência e dá-lhe feliz certeza de a Sua graça, para que, assim, a nossa pessoa seja fortalecida e confie em Deus mesmo nos momentos em que a nossa consciência está tomada de medo. Por outro lado, há momentos em que Ele abala e aflige a consciência, para que a pessoa não se esqueça de temer a Deus também <quando> tudo vai bem.

     O primeiro perdão é-nos amargo e difícil, embora seja o mais nobre e o mais apreciado. O outro é mais fácil, contudo, não tão precioso.

Martinho Lutero

In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983



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