… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

“A mulher que está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.” (Jo 16:21)



“A mulher que está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.” (Jo 16:21)

     DEVEMOS examinar este exemplo com todo cuidado. Porque tal como acontece neste caso, sucede também na tentação e, especialmente, na angústia da morte. Veja como Deus trata com uma mulher que está para dar à luz. Ninguém a ajuda nessa hora de dor. Também, ninguém pode fazê-lo. Sim, criatura alguma pode livrá-la dessa situação, pois depende unicamente do poder de Deus. A parteira e outros que se acham à sua volta podem, é claro, consolá-la, mas não podem afastar as dores do parto. Ela tem de passar por isso e arriscar a sua vida. Pode tanto morrer como pode dar à luz uma criança. Ela encontra-se realmente no meio da angústia de morte e está completamente rodeada de morte.

     O mesmo acontece quando as consciências se angustiam ou se deparam com a morte: razão, criatura ou obra nenhuma nos pode ajudar, e não importa de que espécie seja. Não resta nenhum consolo, a ponto de você pensar que está abandonado por Deus e por todas as criaturas, sim, que Deus e todas as criaturas se voltaram contra você. Nessa hora, você tem de ficar tranquilo e apegar-se unicamente a Deus. Ele deve livrá-lo dessa situação e nenhuma outra criatura, seja do Céu, seja da Terra, poderá fazê-lo. E Deus ajuda no momento que Ele julga apropriado, assim como faz com a mulher, dando-lhe um rosto sorridente, assim que não se lembra mais das dores. E se, antes, tudo que havia era morte e miséria, agora não há senão vida e alegria. Assim também acontece connosco: no meio das tentações e da angústia de morte, Deus, e somente Ele, nos torna felizes e nos dá paz e alegria onde antes não havia senão desgraça e angústia.
 Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983

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