“O justo, ainda morrendo, tem esperança.” (Pv 14:32)
SE
não houvesse morte, o pecado jamais seria destruído. Por isso, com a morte, o
pecado é, finalmente, subjugado, e não há outro jeito de a gente se ver livre
dele. Deus manda-nos esse gracioso e salutar castigo, para que o pecado seja
aniquilado pela morte. Em vista disso, deveríamos receber a morte com alegria,
e encará-la como vinda de um Pai gracioso – o que os fiéis também fazem. Pois,
o Pai é tão bondoso que, até mesmo a morte serve para matar e erradicar toda a
desgraça.
Por
isso, a morte nada mais é do que graça pura, sim, o princípio da vida. Porque,
depois que Deus restaurou a alma, a vida corporal e todas as outras coisas,
doença, perigo, dificuldades e trabalho, tudo, têm de cooperar para o nosso
bem, de tal sorte que não se poderia desejar nada melhor.
Pois
é necessário, antes de mais nada, que Adão morra e se decomponha e, só então,
Cristo pode ressurgir na Sua plenitude. E isso é iniciado pela vida de
arrependimento, e atinge a sua plenitude na morte. Por isso, a morte é uma
coisa boa para todos aqueles que crêem em Cristo. Pois ela nada mais faz do que
decompor e pulverizar tudo aquilo que é nascido de Adão, para que Cristo, e
tão-somente Cristo, habite em nós.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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