“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei.” (Gl 4:4)
UMA
vez que a Lei não nos pode dar nem a justiça nem a fé, e a natureza com todas
as suas obras não nos ganha méritos, São Paulo passa a falar d’Aquele que, em
nosso lugar, nos conquistou esta fé e é mestre em justificação. Pois a
justificação não nos foi conseguida assim sem mais, ela custou cara, custou a
morte do próprio Filho de Deus. Por isso o Apóstolo escreve: “Vindo a plenitude do tempo”, isto é,
quando o tempo da nossa servidão chegou ao fim.
Assim
como, no caso dos judeus, o tempo atingiu a sua plenitude com a vinda de Cristo
na carne, ela, ainda hoje, é alcançada diariamente quando pessoas são
iluminadas pela fé, de sorte que termina a sua escravidão e cessam as obras da
Lei. Pois a vida de Cristo na carne seria vã, caso não operasse essa vinda
espiritual na fé. Foi por isso que Ele também veio na carne: para tornar
possível esta vinda espiritual. Pois Cristo veio para todos os que, antes e
depois d’Ele, creram nessa Sua vinda na carne. Logo, por causa dessa fé, a Sua
vinda foi realidade presente também na vida dos patriarcas.
Do
começo ao fim do mundo, tudo gira em torno desta vinda na carne. É apegando-se
a esta vinda que a servidão termina, quando, onde e na vida daquele que recebe
essa fé. Por isso, o tempo de cada um atinge a sua plenitude quando passa a
crer em Cristo como Aquele que estava para vir e agora, veio.
Martinho Lutero
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
In Meditações de Lutero, Castelo Forte - 1983
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